Descrição de chapéu DeltaFolha Eleições 2020

PSDB e MDB conseguem maior arco de apoio na eleição das grandes cidades

Apesar de lançar candidatos em menos municípios que o PT, suas coligações são mais robustas

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Brasília e São Paulo

A análise da sopa de letrinhas que compõe o universo dos 33 partidos políticos no Brasil mostra que, nas grandes cidades, PSDB e MDB conseguiram formar chapas de candidatos a prefeito que atraíram o apoio de um maior número de partidos.

Siglas que podem se aliar em 2022 em uma possível campanha presidencial do governador paulista, João Doria (PSDB), os dois partidos formam a estrutura da candidatura à reeleição de Bruno Covas (PSDB) na Prefeitura de São Paulo, e lançaram candidatos que conseguiram apoio de legendas em outras 65 das 95 maiores cidades do país.

João Doria (PSDB), Bruno Covas (PSDB) e seu candidato a vice, Ricardo Nunes (MDB), na convenção que oficializou a chapa - Bruno Santos/Folhapress

Essas são aquelas com mais de 200 mil eleitores, que reúnem 40% da população nacional e, com isso, têm a possibilidade de um segundo turno nas eleições de novembro.

Na comparação com o rival PT, PSDB e MDB têm menos candidatos a prefeitos nesses grandes centros, mas conseguiram formar coligações que, na média, têm mais do que o dobro de partidos do que as dos petistas.

As 45 candidaturas do PT que não estão isoladas, ou seja, que têm uma coligação nos grandes centros urbanos, reúnem uma média de três legendas aliadas em cada cidade. As do PSDB e MDB conseguem sete partidos por coligação, em média.

Fora a maior estrutura de campanha, a união de legendas nas candidaturas a prefeito tem como principal atrativo um maior tempo na propaganda de rádio e TV, que é calculado com base no peso da coligação. A união entre partidos está proibida nas candidaturas proporcionais (para vereador), mas liberada nas disputas para o Executivo.

O prefeito de Aparecida de Goiânia (GO), Gustavo Mendanha (MDB), candidato à reeleição, conta com o apoio de 19 legendas, a maior coligação das grandes cidades.

Conforme a Folha mostrou, a análise das candidaturas nas principais cidades brasileiras aponta um cenário no qual o PT lançou o maior número de candidatos (79), mas em cerca de 40% dos casos esses concorrentes não conseguiram obter o apoio de nenhuma outra sigla.

O caso mais emblemático é o da maior cidade do país. Jilmar Tatto, por ora, não conseguiu ser nem o candidato da esquerda mais bem colocado nas pesquisas —com 2% de intenção de votos, está atrás de Guilherme Boulos (PSOL), que tem 9%, de acordo com o Datafolha.

Partido que lidera o chamado centrão em Brasília, o PP tem um número relativamente baixo de candidatos a prefeito nas grandes cidades, mas é um dos mais assíduos a compor as coligações de aliados, principalmente as de partidos do próprio centrão, do PSDB, MDB e DEM.

O grupo é, atualmente, o principal sustentáculo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso.

À esquerda, PSB e PDT ensaiam uma parceria também com vistas a romper a hegemonia do PT nesse campo. As duas siglas estão unidas, por exemplo, no Recife, com João Campos (PSB), que disputará a prefeitura com Marília Arraes (PT).

A falta de coerência programática dentro da maioria dos partidos não permite conclusões mais aprofundadas com base nas estatísticas de alianças, já que é preciso frisar que na maioria dos casos a decisão de coligação é tomada mais com base nos interesses locais do que em ideologias nacionais estabelecidas pelas legendas.

O Novo é um dos poucos que não estabeleceu coligação com nenhuma outra legenda nas suas candidaturas nas grandes cidades. Segundo o partido, por falta de agremiações que compartilhem de seus princípios e valores.

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