Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), apareceram pela primeira vez nas páginas da Folha no mesmo ano, em 2003.
Há 17 anos, ambos já estavam engajados na política, cada um a seu modo.
Em novembro de 2003, o tucano foi eleito presidente da Juventude do PSDB no estado de São Paulo.
Boulos, por sua vez, já atuava como coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que, em julho daquele ano, conquistou na Justiça o adiamento da reintegração de posse de um terreno ocupado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Aos 17 anos, Bruno Covas se filiou ao PSDB, partido que teve seu avô, o governador Mário Covas (1930-2001), como um dos fundadores. Nascido em Santos, o candidato à reeleição em São Paulo deixou a cidade no litoral para morar com o avô no Palácio dos Bandeirantes, em 1995.
A primeira aparição de Covas na Folha ocorreu dois dias após sua eleição como presidente estadual da juventude tucana, aos 23 anos.
A nota publicada no jornal expunha uma derrota para a ala do partido ligada à família Covas, a eleição do deputado federal Carlos Pannunzio como presidente do diretório estadual do PSDB.
Segundo apuração da Folha nessa época, Bruno Covas e sua avó Lila Covas tinham feito campanha para o candidato adversário Sebastião Farias, conhecido como “Tião do Covas”.
Quatro anos depois, Covas se tornou o presidente nacional da Juventude do partido. Sua gestão, disse ele à Folha, enfatizou a importância de uma juventude engajada na política, com a formação de jovens vereadores e vereadoras.
Para o atual prefeito de São Paulo, a participação de jovens faz com que políticos atentem para pautas ligadas a essa parcela da população, como “combate à gravidez precoce, a qualificação e ida ao mercado de trabalho”, além da qualidade da educação pública.
Em 2003, Boulos atuava como coordenador do MTST em uma ocupação na cidade de São Bernardo do Campo. Tratava-se de um terreno da Volkswagen onde havia funcionado uma fábrica de caminhões até 1990. A área estava abandonada desde então.
Cerca de 3.000 famílias acamparam no terreno de 200 mil m². A reintegração de posse pedida pela Volkswagen foi suspensa pelo desembargador Roque Mesquita, que aceitou a alegação do movimento de que a montadora alemã não conseguiu comprovar atividades possessórias sobre a área.
Foi nessa ocasião que o hoje candidato psolista estreou nas páginas da Folha, declarando que o movimento tinha promovido uma ação pacífica no terreno ocupado.
Boulos também afirmou que a prefeitura da cidade do ABC não havia comparecido às reuniões de negociação com o MTST e apontou intransigência da Volkswagen nas negociações.
O candidato do PSOL considera que esse episódio aguçou sua "sensibilidade social". Segundo ele, foi uma experiência que ensinou "a ter lado", em referência à defesa da população da periferia, foco de sua campanha.
Este texto faz parte da série Primeira Vez, que mostra quando temas e personagens estrearam nas páginas do jornal.
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