Encolhido, PT volta a governar na região do ABCD Paulista

Em 2016, pela primeira vez, partido não conseguiu eleger nenhum prefeito em seu berço

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Mogi das Cruzes (SP)

Com duas vitórias neste domingo (29), o PT voltou à região do ABCD Paulista. O ex-prefeito José de Filippi, 63, foi eleito para aquele que será seu quarto mandato em Diadema. Em Mauá, o vereador Marcelo Oliveira (PT), 48, derrotou o candidato à reeleição Atila Jacomussi (PSB).

Com os resultados, o partido consegue um pequeno avanço em relação 2016, quando conseguiu eleger apenas um prefeito na região metropolitana de São Paulo —em Franco da Rocha—, mas nenhum na região do ABCD, seu berço político.

Em 2008, durante o segundo mandato de Lula na Presidência, o partido teve o seu melhor resultado na Grande São Paulo, com 11 prefeitos eleitos. Sem contar a capital paulista, desde 2000, 17 municípios da região já elegeram ao menos uma vez prefeitos da sigla.

Em 2020, Filippi liderou as pesquisas e conseguiu quase 46% dos votos no primeiro turno realizado no dia 15, o melhor desempenho do PT na Grande São Paulo naquela etapa do pleito, contra 15% de Taka, que também disputou a prefeitura da cidade em 2016.

Com população estimada em cerca de 427 mil habitantes, Diadema tem a segunda maior densidade demográfica do país, atrás apenas de Taboão da Serra.

O petista já governou Diadema por três mandatos, foi deputado estadual e federal e secretário de saúde na gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo. A campanha de Filippi foi a mais cara da cidade, com mais de R$1,9 milhão. Taka, seu oponente, recebeu R$ 237 mil.

O vencedor formou uma coligação de cinco partidos. Além do PT, recebeu o apoio do PDT, PSOL, e PCdoB no segundo turno. Como vice, ele escolheu a empresária e mulher negra, Patty Ferreira (PT).

De camisa vermelha com o número 13, Filippi faz sinal de positivo
O ex-prefeito José de Filippi (PT) foi eleito pela quarta vez prefeito de Diadema - Reprodução/Facebook

Em Mauá, o PT recebeu 50,74% dos votos contra 49,26% do atual mandatário da cidade, do PSB. A vice da chapa de Oliveira é Celma Dias (PT), casada com o ex-prefeito Oswaldo Dias.

O resultado é uma virada em relação ao primeiro turno do dia 15, quando Atila —que teve o mandato marcado por duas prisões e suspeitas de corrupção— terminou como mais votado com 36% dos votos, contra quase 20% de Oliveira.

Vereador por três mandatos consecutivos e presidente da Câmara de 2015 a 2016, Oliveira é ex-militante sindical e disputou pela primeira vez a prefeitura da cidade de 477 mil habitantes. Sua campanha foi a mais cara da cidade, com gastos de mais de R$ 1 milhão.

No segundo turno, o PT também amargou uma derrota na Grande São Paulo. O ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá perdeu a eleição para o atual prefeito, Gustavo Henric Costa (PSD), conhecido como Guti, que teve 57,83%. Essa foi a segunda derrota consecutiva para o petista, que também se candidatou em 2016 e terminou em terceiro lugar no pleito.

Após vencer 12 disputas no primeiro turno na região da Grande São Paulo, o PSDB perdeu nas duas cidades que disputava neste segundo turno. Em Mogi das Cruzes, pela primeira vez neste século, não houve reeleição. O tucano Marcus Melo, 48, perdeu para o vereador Caio Cunha (Podemos), 42.

Principal cidade do Alto Tietê, com 450 mil habitantes, desde 1997 a cidade é governada pelo mesmo grupo político, do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. O PL, partido do político, compunha a chapa de Melo com o candidato à vice.

Cunha foi um dos vereadores que esteve à frente dos protestos contra o aumento do IPTU na cidade que marcou a insatisfação com a gestão de Melo. Vereador por dois mandatos, ele recebeu 58,39% dos votos contra 41,61% de Melo. A vitória foi projetada pelo Datafolha. Como vice, ele escolheu a professora Priscila Yamagami (Podemos).

Com R$ 369 mil para a campanha —Melo teve R$ 1,2 milhão—, Cunha conseguiu formar uma coligação com o Solidariedade e o PTB, e foi apoiada pelo PDT no segundo turno.

Em Taboão da Serra, após ter governado a cidade por 16 anos, Fernando Fernandes não conseguiu eleger seu sucessor, Daniel Bogalho, que recebeu 49,37% dos votos e acabou derrotado pelo deputado estadual e empresário do setor imobiliário Aprigio da Silva (Podemos), preferido por 50,63% dos taboanenses. Aprigio havia sido derrotado por Fernandes nos dois pleitos em que disputou o cargo anteriormente na cidade.

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