Descrição de chapéu Eleições 2020 Datafolha

Marília Arraes e Mendonça Filho reduzem vantagem de João Campos no Recife, diz Datafolha

Petista vai a 22%, enquanto seu primo oscila para 29%; ex-ministro tem 18%, e Delegada Patrícia, 15%

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Recife

A deputada federal Marília Arraes (PT) e o ex-ministro Mendonça Filho (DEM) reduziram a vantagem em relação ao líder João Campos (PSB) na disputa pela Prefeitura do Recife.

Filho do ex-governador Eduardo Campos e apoiado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), João Campos aparece com 29% das intenções de voto. No levantamento anterior, tinha 31%.

Marília Arraes aparece com 22%, oscilando positivamente em relação à pesquisa anterior, quando marcava 21%. Ela ainda está empatada tecnicamente com o ex-ministro Mendonça Filho (DEM), que tem 18% das intenções —na semana passada, tinha 16%.

Mendonça, por sua vez, está tecnicamente empatado com a delegada Patrícia Domingos (Podemos), que foi de 14% para 15%.

O Datafolha ouviu presencialmente 1.036 eleitores nos dias 9 e 10 de novembro. A pesquisa, feita em parceria com a TV Globo, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Declararam voto em branco ou nulo 9% dos entrevistados, enquanto 4% não souberam responder.

Carlos Andrade Lima (PSL) tem 2%, Coronel Feitosa (PSC), 1%. Charbel (Novo), Thiago Santos (UP), Cláudia Ribeiro (PSTU) e Victor Assis (PCO) não pontuaram.​

Considerando os votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos, Campos tem 33%, Marília, 25%, Mendonça, 20%, e Patrícia, 17%.

O Datafolha também mediu o índice de rejeição dos candidatos. Delegada Patrícia aparece numericamente à frente neste ranking, com 40% dos entrevistados afirmando que não votariam nela de jeito nenhum.

João Campos tem 34%, seguido por Mendonça Filho, com 31%, e Coronel Feitosa, com 30%. Marília Arraes é rejeitada por 27% dos entrevistados.

A pesquisa aponta que, em um hipotético segundo turno entre Campos e Marília, o candidato do PSB tem 41% ante 35% da petista. Declararam voto em branco ou nulo 22%, e não souberam responder 2%.

Campos aparece com 46% caso enfrentasse Mendonça Filho, com 38%, em um eventual segundo turno. Nesse cenário, 14% afirmaram votar em branco ou nulo, e 2% não souberam responder.

Em um eventual segundo turno entre Campos e Delegada Patrícia, o caminho para o pessebista chegar à Prefeitura do Recife seria mais fácil. Ele tem 54% das intenções de voto, e ela, 31%. Nesse cenário, 15% afirmaram votar em branco ou nulo, e 1% não soube responder.

Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são mostrados ao entrevistado, João Campos aparece com 20%, Marília Arraes tem 16%, Mendonça Filho, 12%, e Delegada Patrícia, 10%.

Nesse cenário, 25% não souberam responder, e 9% disseram votar em branco ou nulo.​

Nos últimos dias, o fato novo das eleições do Recife é o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à candidatura de Patrícia Domingos.

Em uma live no último sábado (7), Bolsonaro pediu votos para a delegada. Pouco antes, havia demonstrado sua intenção em comentário postado em rede social. O anúncio fez com que o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, retirasse o apoio do partido à candidata do Podemos.

No entanto, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania), principal aliado de Patrícia no Recife, reiterou que continuava ao lado dela. O Cidadania ocupa a vice na chapa da delegada.

O deputado estadual Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) retirou a candidatura para apoiar Patrícia após o anúncio de Bolsonaro.

Conhecida por ser mais alinhada ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro, desafeto de Bolsonaro, Patrícia foi até Brasília na última segunda-feira (9) gravar com o presidente.


“Amigos do Recife, não acreditem em pesquisas. Se dependesse delas, eu não seria presidente”, disse Bolsonaro em um vídeo ao lado da delegada postado por ela nas redes sociais.

Durante a campanha, quando apresentou crescimento nas intenções de voto, Patrícia Domingos usou de maneira intensa as pesquisas para dizer que representava a única candidatura com condições de vencer o PSB no segundo turno.

Ela disputa parcela do eleitorado bolsonarista com Mendonça Filho. O nome da coligação dele, que reúne DEM, PSDB, PTB e PL, é Recife Acima de Tudo, numa alusão ao conhecido jargão de Bolsonaro.

Na propaganda eleitoral, Mendonça faz os ataques mais duros contra a delegada. Usa com frequência postagens feitas por ela em 2011 em que a candidata se refere à capital pernambucana como “Recífilis” e menciona que nunca tinha visto tanta gente feia reunida em um bar recifense.

Já João Campos, que lidera as pesquisas desde o primeiro levantamento, continua a ser o alvo preferencial dos adversários. É questionado pelas recorrentes operações da Polícia Federal na Prefeitura do Recife. Há, de acordo com as investigações, indícios de desvios de recursos públicos destinados ao combate da pandemia do novo coronavírus.

Outro ponto explorado pelos principais oponentes de Campos é a falta de experiência pública do candidato de 26 anos. Nos últimos dias, na propaganda eleitoral, o deputado tem feito um esforço na tentativa de neutralizar este argumento.

“Eu entendo se você acha que eu sou muito novo para ser prefeito da cidade do Recife, mas queria que você me conhecesse. Na minha vida, nunca dei um passo maior do que eu poderia dar”, diz.

Na vida pública, Campos foi chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB). Exerce há quase dois anos mandato de deputado federal. Na reta final da campanha, resolveu usar com maior intensidade a imagem do pai, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a disputa presidencial de 2014.

Marília Arraes tem centrado os ataques no primo e nas duas gestões de Geraldo Julio. A deputada federal, que integrou o primeiro escalão do governo do PSB no Recife em 2013, repete que Campos esconde no palanque o prefeito e o governador, mal avaliados em pesquisas.

Nesta terça-feira (10), houve o primeiro embate frente à frente entre os dois. Durante o único debate realizado na TV aberta, Marília, após citar operações da Polícia Federal na prefeitura, perguntou se Campos confiava na equipe de Geraldo Julio.

Ele respondeu que sim e emendou que causava estranheza uma candidata do PT falar de corrupção. O PSB em Pernambuco apoiou Fernando Haddad (PT) no primeiro turno das eleições de 2018. O PT integra o primeiro escalão do governo Câmara e, até outubro, fazia parte da gestão de Geraldo.

Após um início de campanha procurando se afastar dos principais símbolos do PT por temer um efeito antipetista em um eventual segundo turno, Marília tem intensificado o uso da imagem do ex-presidente Lula e do avô Miguel Arraes.

Ela continua a enfrentar, desde o início da disputa, o chamado fogo amigo de alguns setores do partido que queriam aliança com o PSB.​

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