Descrição de chapéu Eleições 2020

PSDB de Doria amplia hegemonia no estado de São Paulo, e PT elege só 2 prefeitos no 1º turno

Tucanos venceram prefeituras de 176 cidades paulistas, número que pode chegar a 183 caso partido vença todas as disputas de segundo turno

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São Paulo

Com o estado sob o comando de João Doria, o PSDB ampliou o seu domínio sobre os municípios de São Paulo e viu o número de prefeitos eleitos pelo partido crescer nas eleições deste domingo (15).

Candidatos tucanos foram escolhidos pelos eleitores de 176 cidades paulistas, número que pode chegar a 183 caso o partido vença todas as disputas de segundo turno em 29 de novembro. São Paulo tem 645 municípios.

Mesmo que perca todas as disputas ainda pendentes, o PSDB de 2020 já supera a quantidade de prefeitos que o partido elegeu nas eleições de 2012, 171 (168 no primeiro turno), e de 2016, 173 (169 no primeiro turno).

Esses dados ainda podem sofrer modificações por decisões da Justiça Eleitoral, que pode considerar algumas candidaturas inválidas.

O Governador João Doria vota acompanhado pelo candidato Bruno Covas (PSDB), na Zona Oeste de SP - Marcelo Justo - 15.nov.2020/Folhapress

Apesar dos números de primeiro turno, os tucanos ainda disputam espaço no segundo turno na capital, onde o prefeito Bruno Covas (PSDB) concorre contra Guilherme Boulos (PSOL) sob a sombra da impopularidade de Doria, que renunciou à prefeitura para concorrer ao governo do estado em 2018.

Também irá para o segundo turno em Ribeirão Preto, cidade em que os eleitores voltarão às urnas para decidir se reelegem Duarte Nogueira (PSDB) ou se elegem a ex-reitora da USP Suely Vilela (PSB).

No segundo município mais populoso do estado, Guarulhos, o PSDB ficou de fora do segundo turno, que será disputado entre o prefeito Guti (PSD) e o ex-prefeito Elói Pietá (PT).

E no terceiro, Campinas, o partido do governador é apenas vice na chapa de Rafa Zimbaldi (PL), candidato que ficou em segundo lugar no primeiro turno e enfrentará a segunda rodada eleitoral contra o ex-secretário municipal de Esportes Dario Saadi (Republicanos).

No domingo, porém, os tucanos conseguiram vitórias importantes, como em São Bernardo do Campo, em Santo André e em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.

Também continuarão a governar Santos, embora a disputa desse ano quase tenha ido para o segundo turno.

Os principais concorrentes eram Rogério Santos (PSDB), afilhado político do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori (PSD), defensor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O tucano ficou com 50,58% dos votos válidos.

Sartori disse que foi derrotado porque “o PSDB usou da máquina [pública] descaradamente para fazer campanha”.

O partido de Doria também conseguiu avançar sobre a vizinha São Vicente, reduto do ex-governador Márcio França (PSB), que ficou em terceiro lugar na disputa à Prefeitura de São Paulo.

França foi prefeito da cidade entre 1997 e 2004 e até hoje exerce uma forte influência sobre a política local.

A cidade da Baixada Santista é governada por seu cunhado, Pedro Gouvêa (MDB), que tentava a reeleição e acabou em terceiro lugar na disputa. Vão para o segundo turno Solange Freitas (PSDB) e Kayo Amado (Podemos).

Em São José dos Campos, o PSDB também conseguiu reeleger Felício Ramuth, apesar de o prefeito estar brigado com Doria por causa de medidas de restrição impostas pelo governador por causa da pandemia do novo coronavírus.

Ramuth, em uma carta aberta divulgada pela imprensa local, disse que Doria era um “tecnocrata” e com quadros em seu governo que “tomam suas decisões no conforto do ar condicionado do Palácio dos Bandeirantes ou em home-office em suas casas na frente de computadores”.

Depois do PSDB, o partido que mais elegeu candidatos em SP no primeiro turno deste ano foi o DEM, que poderá assumir o governo com o vice Rodrigo Garcia em 2022, caso Doria deixe o cargo para disputar a Presidência da República.

O partido conseguiu 70 prefeituras, assumindo a vice-colocação que, em 2016, era do PTB, hoje quinto colocado com eleitos em 51 municípios. Em terceiro está o PSD do ex-prefeito da capital e ex-ministro Gilberto Kassab.

O número de 70 prefeituras foi o que o PT elegeu em 2012. O partido caiu para apenas sete em 2016 e, este ano, conseguiu em primeiro turno apenas duas: Araraquara, com a reeleição de Edinho Silva, e Matão.

O partido ainda disputa, porém, o segundo turno em Guarulhos, Mauá e Diadema, cidades da Grande São Paulo.

Quarto lugar no número de municípios eleitos, o MDB conseguiu reeleger Edinho Araújo em São José do Rio Preto.

Em sua primeira eleição municipal após ter sido a sigla de Jair Bolsonaro na disputa à Presidência da República em 2018, o PSL chegou a 10 municípios em São Paulo. O principal deles, em primeiro turno, é São Carlos.

Na cidade, se reelegeu pelo partido o prefeito Airton Garcia, que antes era filiado ao PSB. O PSL ainda disputa o segundo turno em Sorocaba e Praia Grande.

O Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus que disputou a Prefeitura de São Paulo com Celso Russomanno, também avançou pelo interior do estado. Em 2016, ainda sob o nome de PRB, conquistou 13 prefeituras.

Este ano, já chegou a 21 e disputa o segundo turno em Sorocaba e Campinas. Uma das cidades geridas pelo partido é Embu das Artes, que reelegeu Ney Santos, prefeito acusado pelo Ministério Público de elo com a facção criminosa PCC. Ele nega qualquer relação e diz que sofre perseguição.

Erramos: o texto foi alterado

Em versão anterior, o infográfico que acompanha esta reportagem foi publicado com a legenda de cores dos partidos invertida: partidos de esquerda foram informados como de direita e vice-versa. O erro foi corrigido.

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