Na reta final da corrida pela Prefeitura de São Paulo e com debates à vista, os candidatos devem explorar os próprios pontos fortes, enquanto atacam as fragilidades dos adversários.
Em uma situação em que o prefeito Bruno Covas (PSDB) parece ter se consolidado na liderança, Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) brigam entre si para conseguir a segunda vaga na disputa.
Nesse processo, os pontos fracos dos adversários têm sido muito explorados, o que leva até a judicialização em alguns casos.
Covas precisou esquivar de perguntas relacionadas ao vice, Ricardo Nunes (MDB), e seu relacionamento com as creches conveniadas da cidade. Enquanto isso, Russomanno é atacado por afirmações consideradas preconceituosas.
Já França flerta com esquerda e direita, sendo atacado por todos os lados, e Boulos (PSOL) tem a atuação como líder dos sem-teto em ocupações explorada pelos adversários.
Veja abaixo alguns pontos fortes e fracos dos candidatos que podem pesar na campanha:
BRUNO COVAS (PSDB)
Pontos fortes:
- História de superação por ter enfrentado um câncer
- Associação à figura do avô, o ex-governador Mario Covas
- Aliança ampla de partidos, que lhe dá maior tempo de TV
- Aprovação de sua atuação na pandemia é de 46%, segundo Datafolha
- Segundo pesquisa Datafolha de 5.nov, venceria todos os adversários no segundo turno
Pontos fracos:
- O governador João Doria (PSDB), que tem avaliação ruim como cabo eleitoral e abandonou o posto de prefeito para se candidatar em 2018
- Ligação de Ricardo Nunes, vice na chapa de Covas, com empresários locadores de imóveis de creches e entidade, além de boletim de ocorrência por violência doméstica registrado pela esposa dele em 2011
- Reforma do Vale do Anhangabaú, que custou R$ 94 milhões e tem projeto criticado
- Ele tinha apenas 33 das 71 metas batidas (46%) no fim de outubro; corredores de ônibus devem ser um calo
CELSO RUSSOMANNO (REPUBLICANOS)
Pontos fortes:
- É conhecido pela atuação na TV a favor dos direitos do consumidor, é conhecido por 97% dos paulistanos segundo o Datafolha
- História de superação a partir da morte da então mulher
- Foi escolhido pela base eleitoral de Jair Bolsonaro (sem partido) por contar com apoio do presidente
- Segundo Datafolha, tem índice de votação alto entre donas de casa, evangélicos, quem não usa máscara ou usa incorretamente e quem aprova o governo Bolsonaro
Pontos fracos:
- Costuma dar declarações com informações falsas ou consideradas preconceituosas
- Não tem boa atuação em debates
- Responde ou respondeu a uma série de processos referentes ao Bar do Alemão, do qual era sócio, a danos morais e a caso de funcionário fantasma, entre outros
- Elo com Bolsonaro, que é rejeitado por 48% dos moradores de São Paulo, segundo pesquisa Datafolha
- Propostas consideradas frágeis e de implementação difícil, como o auxílio paulistano
GUILHERME BOULOS (PSOL)
Pontos fortes:
- A deputada e ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), como vice, que tem legado reconhecido na cidade
- Segundo lugar na pesquisa espontânea, com 12%, atrás de Covas, com 19%, segundo o Datafolha
- É o que tem mais votos consolidados entre Covas, França e Russomanno: 72% dos seus eleitores não estão dispostos a mudar o voto, segundo Datafolha
- Segundo Datafolha, é o que tem maior índice de conhecimento de seu número na urna (64%) entre França, Covas e Russomanno
Pontos fracos:
- Associado ao petismo, comunismo, lulismo e invasões de sem-teto, temas rejetiados por parte do eleitorado
- Falta de experiência em cargos públicos
- Programa de governo com propostas que enfrentam oposição na Câmara e que não têm fonte de recursos
- É mais desconhecido que Covas, Russomanno e França, segundo Datafolha
- Segundo Datafolha, herda menos votos de outros candidatos do que seus adversários
MÁRCIO FRANÇA (PSB)
Pontos fortes:
- Venceu a eleição em 2018 na cidade de São Paulo com quase 1 milhão de votos a mais que Doria
- Experiência em cargos públicos
- Tem a menor rejeição (14%) entre Covas, Boulos e Russomanno, segundo o Datafolha
- De acordo com pesquisa Datafolha divulgada no dia 5, é o que tem melhor desempenho contra Covas no segundo turno, mas perderia por 48% a 39%
Pontos fracos:
- Não tem ideologia clara, flerta com progressistas e com conservadores
- Histórico de uso da máquina administrativa e iniciativas populistas que elevaram os gastos públicos
- Aliado é investigado por ter sido funcionário fantasma do banco de fomento estadual Desenvolve SP quando França era governador
- Segundo Datafolha, tem índice de votação baixo entre estudantes
- Segundo Datafolha, é o que tem menos votos consolidados entre Covas, Boulos e Russomanno: 54% dos seus eleitores podem mudar de opção
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