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Folha agradece leitores por campanha pela democracia

Slogan 'Um jornal a serviço da democracia' se mantém até as eleições nacionais de 2022

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São Paulo

​A Folha encerra neste fim de ano a campanha Use Amarelo pela Democracia. Assim, conforme previsto no lançamento da ação, o site e as edições impressas deixam de exibir aos domingos faixas amarelas abaixo do cabeçalho do jornal. Já o slogan "Um jornal a serviço da democracia" se mantém até as eleições nacionais de 2022.

Lançada em 27 de junho após sucessivas investidas do governo de Jair Bolsonaro contra as instituições democráticas, a campanha convidou os leitores a enviar fotos que contivessem a cor amarela, lançou vídeos, um filtro para redes sociais e um curso online. Algumas dessas imagens foram publicadas na seção Painel do Leitor.

A iniciativa do jornal foi apoiada por movimentos como Direitos Já! e Basta!. Eles nasceram na mesma época da campanha e tentam recriar o clima das Diretas Já, que reivindicava eleições presidenciais diretas no Brasil após a ditadura militar.

O movimento da década de 1980 foi apoiado pela Folha e também usava a cor amarela.

A música da campanha deste ano, entoada por versos como "A cor que já te fez votar/Agora vai ter que voltar”, foi dançada por personalidades da cultura e do jornalismo do Brasil. Entre os nomes estão Gilberto Gil, Fernanda Torres e Alessandra Negrini.

No mesmo fim de semana do lançamento da campanha, a Folha publicou o projeto especial “O que Foi a Ditadura”, que dissecou o período autoritário de 1964-85.

Um segundo vídeo homenageou uma propaganda histórica do jornal. Com base em consagrada imagem feita pelo fotógrafo Evandro Teixeira, o filme enaltece o regime democrático.

A foto de Teixeira, que trabalhava no Jornal do Brasil, mostra um estudante de medicina sendo perseguido por policiais na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1968.

Nesse dia, que ficou conhecido como sexta-feira sangrenta, a repressão levou à morte dezenas de pessoas, inclusive o manifestante que aparece na imagem.

O vídeo tem o mesmo formato da propaganda "Hitler", divulgada pela Folha em 1987.

Nela, enquanto as feições do ditador são delineadas, uma voz descreve avanços econômicos e sociais promovidos pelo líder alemão na fase inicial do seu governo. No desfecho do comercial, o locutor diz: “É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”.

A campanha Use Amarelo também lançou um curso online gratuito de quatro aulas. O objetivo foi explicar didaticamente as várias fases da ditadura, dos antecedentes do golpe de 31 de março de 1964 até a transição para a democracia.

Neste ano, no auge da pandemia, Bolsonaro participou de diversas manifestações que pediam o fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal). Em uma delas, em abril, disse em frente ao quartel-general do Exército que não negociaria nada.

"Todos têm que ser patriotas, acreditar e fazer sua parte para colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder", afirmou. No dia seguinte, o presidente disse que era a Constituição.

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