Bolsonaro cobra apoio da bancada ruralista a Arthur Lira em disputa na Câmara

Presidente criticou parlamentares após líder do bloco declarar apoio a Baleia Rossi

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (11) que "​o campo nunca teve um tratamento tão justo e honesto como tem comigo" e cobrou que, por isso, os integrantes da bancada ruralista apoiem o deputado Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara.

No domingo (10), o presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarou publicamente apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), adversário do candidato apoiado pelo Palácio do Planalto.

"Democracia com compromisso de entrega: anuncio desde já que votarei no deputado Baleia Rossi, candidato do meu partido MDB Nacional, para presidência da Câmara dos Deputados", escreveu o parlamentar.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que assumirá o comando da bancada no fim do mês, também já declarou apoio a Baleia.

Bolsonaro não os citou, mas cobrou a bancada ruralista de uma maneira geral. A frente agro está dividida. A conversa com apoiadores, no jardim do Palácio da Alvorada, foi publicada com vários cortes em um canal simpático ao presidente.

"O campo nunca teve um tratamento tão justo e honesto como tem comigo, em todos os aspectos. [corte brusco] Alguns parlamentares do campo, em vez de apoiar nosso candidato, estão poiando outro candidato", disse Bolsonaro.

Bolsonaro cobrou unidade a estes parlamentares, disse não comandar o Brasil sozinho e, numa referência à gestão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que "não podemos ter mais dois anos pela frente com a esquerda fazendo a pauta".

O presidente afirmou que "do lado de lá", numa referência à candidatura de Baleia, apoiada por Maia, estão partidos como PT, PC do B e PSOL, "que atrapalhou a gente dois anos". O PSOL ainda não anunciou se apoiará o nome do MDB ou se apresentará candidato próprio.

O bloco de Baleia é composto por 11 partidos: MDB, DEM, PT, PSL, PSB, PDT, PC do B, PSDB, PV, Cidadania e Rede.

Bolsonaro também acusou Maia, padrinho de Baleia, de deixar caducar projetos do governo nas áreas de comunicação e do agronegócio.

"Nós podíamos ter todo o campo legalizado, onde o homem pudesse fazer seu empréstimo, seus negócios. E não pode fazer por quê? Porque o presidente da Câmara deixou caducar. E agora eu vejo o pessoal do agronegócio, alguns poucos, é lógico, apoiando um candidato que está do lado da esquerda", afirmou Bolsonaro, salientando que, "pessoalmente", não tem nada contra Baleia.

"A eleição da Câmara não tem que ser coração, tem que ser razão", afirmou o presidente.

Após a declaração de Bolsonaro, Alceu Moreira voltou ao Twitter.

"Ontem quando postei que apoiava o Baleia Rossi, tive manifestações críticas de diversas formas. Agora vejo que o PT e o governo apoiam o mesmo candidato para presidente do Senado. E aí?", escreveu Moreira, referindo-se à candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é apoiado por Bolsonaro e, nesta segunda, também recebeu o PT em seu bloco.

Em outro momento da conversa com os apoiadores, cujo contexto não é compreensível por causa da edição do vídeo, Bolsonaro diz que só Deus pode tirá-lo da Presidência.

"Vocês não sabem o tamanho da minha paciência. Eu sou imbrochável, tá ok? Então, vão ter que me aturar. Só papai do céu me tira daqui. Mais ninguém", disse Bolsonaro.

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