O PL anunciou nesta terça-feira (12) que sua bancada com três senadores vai apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na disputa para a presidência da Casa, engrossando o número de bancadas em favor do senador mineiro.
O anúncio acontece no mesmo dia em que o MDB define seu candidato. A bancada deve confirmar nesta tarde o nome da senadora Simone Tebet (MS), atual presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Ao contrário de outras bancadas, a do PL anunciou seu apoio unânime em uma nota curta, sem ressaltar as qualidades de Pacheco.
“O Partido Liberal do Senado oficializou, na tarde desta terça-feira, 12, o apoio à candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o cargo de Presidente do Senado Federal”, afirma o texto.
“A decisão, oficializada na data de sua deliberação, foi tomada por unanimidade, segundo posição apurada entre os senadores Jorginho Mello (SC), Wellington Fagundes (MT) e Carlos Portinho (RJ)”, completa o texto.
Há uma semana, Portinho havia recebido Pacheco em um sítio em Santana do Deserto, no interior de Minas Gerais.
Com a nova adesão, Pacheco agora conta com o apoio de sete bancadas —DEM, PL, PROS, PSC, PSD, PT e Republicanos— que reúnem 32 senadores.
São necessários 41 votos para ganhar a disputa, caso todos os senadores apareçam para votar. No entanto, o voto é secreto e há, portanto, chances de traições dentro das bancadas.
Também nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que tem "simpatia" pela candidatura de Pacheco. Embora esse apoio já fosse conhecido entre parlamentares, foi a primeira vez que o mandatário indicou publicamente sua posição na disputa no Senado.
"O PT resolveu apoiar quem [eu] tenho simpatia no Senado. Eu nunca conversei com deputado do PT, PC do B e PSOL, nem eles procuraram falar comigo. Eu já sei qual a proposta deles", disse Bolsonaro a um grupo de apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada.
O vídeo com a fala de Bolsonaro foi publicado nas redes sociais de Tercio Arnaud, assessor da Presidência da República e integrante do chamado "gabinete do ódio".
A bancada do PT no Senado anunciou na segunda-feira (11) que vai apoiar Pacheco na eleição, que será realizada em fevereiro.
O crescimento do apoio em torno de Pacheco aumentou a pressão em cima do MDB, que antecipou para esta terça-feira a escolha de seu candidato.
A escolhida deve ser Simone Tebet (MS), que era uma das pré-candidatas do partido na disputa interna. Tebet se reuniu longamente na manhã desta terça-feira com o líder da bancada Eduardo Braga (MDB-AM). Fontes relatam que o encontro se deu para alinhar o discurso para o anúncio nesta tarde.
Braga era também pré-candidato, mas suas chances foram reduzidas após o apoio da bancada do PT a Pacheco. O líder era o único senador do MDB com chances de obter os votos petistas.
Após perder apoio, fontes apontam que Braga busca parecer como o articulador da candidatura de Simone Tebet, se capitalizando para as negociações pós-eleição, em caso de vitória.
Os outros dois pré-candidatos eram os líderes do governo no Senado e no Congresso, respectivamente Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Eduardo Gomes (MDB-TO).
Ambos os nomes perderam força na última sexta-feira (8), quando, em reunião no Palácio do Planalto, Bolsonaro disse a Bezerra que seu nome para a disputa no Senado seria Pacheco.
Com Tebet, no entanto, o MDB terá uma difícil equação a resolver. A senadora é considerada independente, muito próxima ao movimento Muda Senado —que defende a Operação Lava Jato, por exemplo.
Por outro lado, independente do ocupante do Planalto, o MDB sempre teve uma posição mais governista. Por isso, interlocutores levantam a hipótese de membros da bancada buscarem minar internamente a candidatura.
Nos próximos dias, o MDB deve receber o apoio das bancadas do PSDB e Podemos, que contam 17 senadores.
A própria bancada vai aumentar de 13 para 15 parlamentares nesta tarde, com a filiação de Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Rose de Freitas (ES).
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.