MDB age para evitar apoio do PT a candidato de Alcolumbre no Senado

Eduardo Braga se reuniu com petistas nesta sexta, dia em que mais uma bancada, a do Republicanos, anunciou apoio a Rodrigo Pacheco

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Brasília

A liderança do MDB no Senado agiu nesta sexta-feira (8) para evitar que mais uma bancada importante oficializasse apoio para a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência da Casa.

A bancada do PT se reuniu na noite desta quinta-feira (7) e havia a expectativa de anúncio de apoio dos seis senadores para Pacheco, que é o candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O encontro do PT inclusive havia sido antecipado após uma conversa entre Alcolumbre e o líder petista Rogério Carvalho (PT-SE). Os dois parlamentares são considerados próximos. O atual presidente da Casa quer fechar o máximo de alianças antes do anúncio do candidato do MDB.

No entanto, o líder da bancada do MDB, Eduardo Braga (AM), telefonou pouco antes da reunião para alguns senadores petistas para evitar que o apoio fosse confirmado e acabou ganhando tempo.

O PT anunciou uma nova reunião da bancada para a próxima segunda-feira (11), quando será feito o anúncio da posição do partido na eleição para o comando do Senado.

Na manhã desta sexta-feira, Braga se reuniu virtualmente com a bancada do PT para defender a candidatura do MDB —ainda sem nome definido— e para negociar possíveis condições de apoio.

O PT objetiva assumir a presidência da Comissão de Assuntos Sociais.

A liderança do MDB ressalta que Braga participa do encontro como líder da bancada e não como um dos quatro pré-candidatos do partido. Os outros três são Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra Coelho (PE) e Simone Tebet (MS).

Braga, no entanto, é o único pré-candidato com certa abertura dentro da bancada petista. Os senadores do partido resistem a Gomes e Bezerra, pois são líderes do governo Bolsonaro, respectivamente no Congresso e no Senado.

Além disso, Simone Tebet é muito próxima do movimento suprapartidário Muda Senado, cuja pauta desagrada o PT.

O MDB age para evitar perder a bancada petista após uma semana de anúncios seguidos de apoio para Pacheco.

O mais recente, também na manhã desta sexta-feira, foi do Republicanos, que conta com três senadores, entre eles Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"O líder da bancada do Republicanos no Senado Federal, senador Mecias de Jesus, após ouvir a bancada, declara apoio à candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para a presidência do Senado Federal", informou nota da liderança da bancada.

"O Republicanos acredita que o senador Rodrigo Pacheco tem o preparo necessário para conduzir os trabalhos da Casa, com coerência e determinação e que, de forma conciliadora, saberá lidar com as demais instituições sempre com respeito a Constituição Federal", completa o texto.

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) apresenta projeto de lei que cria a Sociedade Anônima do Futebol (SAF)
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato de Davi Alcolumbre à presidência do Senado - Jefferson Rudy/Agência Senado

Desconsiderando possíveis traições, Pacheco conta agora com o apoio de quatro bancadas, que reúnem 22 senadores. São necessários 41 votos para vencer a disputa, caso todos os 81 senadores compareçam para votar.

O apoio mais impactante ao longo da semana foi da bancada do PSD, segunda maior da Casa, com 11 senadores. ​Na terça-feira (5), após uma reunião na residência do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), foi fechado o acordo, depois ratificado em reunião virtual da bancada.

No dia seguinte, o PROS também aderiu à candidatura de Pacheco, assim como já havia feito o DEM, seu partido.​

Em relação ao MDB, a bancada esperar anunciar o seu candidato após reunião na próxima semana. O partido estabeleceu como critério principal que o escolhido será aquele senador que conquistar o maior número de votos em outros partidos.

Em outro movimento importante na corrida pela presidência, o bloco Muda Senado, que tem seis pré-candidatos, deve divulgar no dia 15 sua posição na eleição. Inicialmente, ele havia anunciado que teria candidato, mas alguns dos partidos começaram negociações de apoio a outras candidaturas.

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