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No Congresso dos EUA, jornalistas têm acesso livre a galerias e corredores, mas não aos plenários

Senadores e deputados são abordados pela imprensa a caminho de debates e votações

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Washington

No Congresso dos EUA, a cobertura da imprensa é organizada por uma estrutura criada há mais de 140 anos. Desde 1879, uma comissão administra as operações que auxiliam os jornalistas e ditam as regras para que eles acompanhem as atividades na sede do Legislativo americano.

Mais de 1.500 profissionais de imprensa, de centenas de veículos de todo o mundo, têm hoje credenciais permanentes do Congresso dos EUA —que precisam ser renovadas anualmente e dão acesso à Câmara e ao Senado.

Esses comitês servem de base para repórteres, fotógrafos e cinegrafistas e ficam no terceiro andar de cada um dos prédios, com entrada direta às galerias dos plenários. Diferentemente do que acontece no Brasil, os jornalistas credenciados não podem circular livremente no plenário da Câmara e do Senado dos EUA, mas, das galerias, têm visão panorâmica dos parlamentares e do painel de votação.

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, cercada por repórteres no Capitólio
Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, cercada por repórteres no Capitólio - Tom Brenner - 3.dez.20/Reuters

O acesso direto da imprensa aos deputados e senadores —quando não há entrevistas com hora marcada— ocorre nos corredores do Capitólio.

Nenhum dos gabinetes, nem mesmo o da presidência da Câmara ou os das lideranças partidárias, tem passagem privativa ao plenário ou às salas das comissões. Nos EUA, o presidente do Senado é o vice-presidente americano e, portanto, não é sempre que ele está no Capitólio.

Todos os parlamentares, portanto, precisam caminhar até plenário para os debates e votações, e é durante esse deslocamento que, geralmente, os políticos são abordados por jornalistas.

Quando não estão acompanhando as votações das galerias ou conversando com os deputados e senadores nos corredores, os repórteres ficam nos comitês de imprensa, espaços amplos, que possuem mesas e cadeiras, cabines para quem precisa fazer uma entrevista reservadamente, além de banheiros e copa.

Durante a pandemia, que já matou quase meio milhão de americanos, o acesso dos jornalistas ao Capitólio ficou mais restrito, com menos pessoas nas grandes coberturas e exigência do uso de máscara e do cumprimento do distanciamento social —nas mesas dos comitês de imprensa hoje, por exemplo, há adesivos que dizem "sente-se aqui" para sinalizar qual espaço pode ou não ser utilizado.

Os funcionários da comissão de imprensa do Congresso orientam jornalistas com e-mails diários que contêm informações sobre as votações e debates e, em dias mais movimentados, circulam entre a imprensa para distribuir números e outros dados objetivos.

Quando há sessões importantes, como julgamentos de impeachment, por exemplo, não é permitida a entrada de jornalistas com computador nas galerias do plenário, somente bloco de anotações e canetas, enquanto imagens podem ser feitas apenas por fotógrafos e cinegrafistas.

Já nos corredores do Congresso, onde a circulação é livre, os repórteres podem usar gravadores, computadores e tirar fotografias e fazer vídeos, inclusive com celular.

Senador republicano Lindsey Graham fala com a imprensa ao chegar ao Capitólio, antes da votação do impeachment de Trump, nesta quarta-feira (10)
Senador republicano Lindsey Graham fala com a imprensa ao chegar ao Capitólio, antes da votação do impeachment de Trump, nesta quarta-feira (10) - Nicholas Kamm/AFP
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