Seja feliz, tudo acaba um dia, diz Bolsonaro em recado a Rodrigo Maia

Sob pressão com decisão do DEM de apoiar Arthur Lira, deputado disse a aliados ter parecer e que avalia impeachment

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Brasília

Instado por apoiadores a mandar um recado para o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (1º) que deseja que seu desafeto "seja feliz" e que "tudo acaba um dia".

"Seja feliz, tudo acaba um dia. Meu mandato vai acabar um dia. Nós devemos nos preparar para este momento aí", disse após ser questionado por um integrante da claque no jardim do Palácio da Alvorada.

A declaração foi transmitida por um canal simpático ao presidente.

Presidente vestido de terno falando
O presidente Jair Bolsonaro após reunião com o ministro Paulo Guedes na última quarta-feira - Pedro Ladeira - 27.jan.2021/Folhapress

Maia e Bolsonaro iriam se encontrar ainda nesta manhã na sessão de volta aos trabalhos do STF (Supremo Tribunal Federal), mas o deputado não compareceu.

Irritado com a decisão do DEM de deixar o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), o presidente da Câmara voltou a dizer neste domingo (31) que pode acatar um dos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo três pessoas próximas ao deputado, Maia afirmou que tem em mãos um parecer jurídico favorável ao processo e que pode ser usado pelo parlamentar para embasar uma eventual decisão nesse sentido.

O presidente da Câmara já havia indicado a ao menos três políticos que poderia dar a largada no impeachment, como revelou a Folha na última quinta-feira. Naquele mesmo dia, Maia negou a intenção.

Baleia disputa nesta segunda-feira a eleição para a presidência da Câmara contra Arthur Lira (PP-AL), apoiado por Bolsonaro. Portanto é o último dia de Maia no comando.

Ao responder a uma apoiadora que disse apoiar Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro, o presidente afirmou que "se Deus quiser, vai dar tudo certo hoje".

Neste domingo, segundo parlamentares que participaram de reunião na casa de Maia, o deputado foi mais incisivo e chegou a dizer inclusive que instalaria nesta segunda (1º) a comissão que avaliaria se dá prosseguimento ou não ao processo de afastamento de Bolsonaro com base em um dos pedidos protocolados até agora (há ao menos 56).

Pela legislação, cabe ao presidente da Câmara decidir, de forma monocrática, se há elementos jurídicos para dar sequência à tramitação do pedido.

O impeachment só é autorizado a ser aberto com aval de pelo menos dois terços dos deputados (342 de 513) depois de uma votação em uma comissão especial.

Após a eventual abertura pelo Senado, o presidente é afastado do cargo.

Apesar das ameaças de Maia, parlamentares dizem que o assunto ainda precisa ser discutido nesta segunda-feira. A posição foi dada após o DEM ficar isento na disputa para o comando da Câmara.

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