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Folhajus STF

Sai do muro, Lewandowski

Supremo Tribunal Federal envergonha o Brasil

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Ricardo Melo

Jornalista e apresentador do programa ‘Contraponto’ na rádio Trianon de São Paulo (AM 740), foi presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação)

O ministro Ricardo Lewadowski sempre foi tido como um magistrado equilibrado numa corte desorientada como o STF. Várias vezes emitiu pareceres que lhe serviram de alvo da metralhadora dos fanáticos da extrema-direita bolsonarista. Mas nem sempre.

Em outras, tomou decisões esquisitas, como assinar embaixo do impeachment de Dilma Roussef, mas "com ressalvas".

Afinal de contas, senhor Lewandovski, vossa excelência está de que lado? Da Justiça ou dos justiceiros? Por que deixar tudo como está, não colocar em pauta o tema? Ou vai deixar o assunto na gaveta "em vistas" como outros tantos que dormitam em gavetas por décadas como fazem seus pares?

No ano de mais um seu aniversário à frente da corte, vossa senhoria critica a Lei de Segurança Nacional, uma excrescêcia de 1983.

Naquele ano, 1983, vigiam leis da ditadura militar, obviamente revogadas "in facto" pela Constituição de 1988. E o Supremo? Manteve-se em silêncio até hoje. Jamais opôs-se à sobrevivência deste escândalo.

O assunto voltou ao noticiário agora, em mais um golpe em marcha acelerada, Bolsonaro e sua quadrilha familiar lançam mão do aparato da ditadura para sufocar a oposição.

Professores são perseguidos, a oposição de youtubers vira risco de estado, cartunistas transformam-se em ameaça à segurança nacional. É só o começo, não?

A decisão de Edson Fachin sobre a anulação dos julgamentos de Lula, tantos anos depois, prova, por A+B, que a Lava Jato tinha apenas um objetivo: impedir que ele disputasse as eleições.

Lula era culpado? Inocente? Para o pessoal de Cuririba e seus cúmplices na mídia, no capital e na banca nacional e internacional, o veredicto já estava decidido.

Hoje tudo está mais complicado. A aposta em Bolsonaro deu no buraco. O tal do centro viaja como barata voa. Lula é o favorito disparado em qualquer pesquisa. Será o melhor? Não sei. Os eleitores que o digam. Mas deixem eles dizerem.

Dizerem também o que acham sobre as novas denúncias estrondosas, sobre as roubalheiras arquietadas pela famiglia Bolsonaro. O genocídio patrocinado por Bolsonaro só faz complicar mais a situação.

Mantê-lo por mais dois anos equivale a pelo menos 2.300 mortes por dia, por baixo. Com dois (dois ministros!) da saúde no cargo!!!.

Manter bolsonaro até 2022 é lotar cemitérios. Liderar o numero de mortes e contaminados pelo mundo. O Brasil vale a pena passar por tudo isto?

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