Deputado Luis Miranda afirma ter recebido oferta de propina para não atrapalhar contrato da Covaxin, diz revista

Parlamentar teria participado de duas reuniões nas quais recebeu a abordagem, uma delas com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros

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São Paulo

Após avisar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) teria recebido uma oferta de propina para não atrapalhar a negociação.

Segundo reportagem da Revista Crusoé, poucos dias depois de falar com o mandátario, Miranda participou de uma reunião na região do Lago Sul, em Brasília, com Silvio Assis, lobista ligado ao deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados.

Durante essa primeira reunião, Miranda recebeu uma oferta para que ele e o irmão, o servidor do ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, não se envolvessem no caso da vacina indiana. De acordo com a revista, na conversa não foram citados valores, apenas a promessa de que a reeleição do parlamentar estaria garantida em troca do silêncio dos irmãos.

Cerca de um mês depois deste primeiro encontro, o deputado Miranda participou de uma nova reunião, no mesmo local, com Assis. Desta vez, o líder do governo Ricardo Barros esteve presente. De acordo com a reportagem de Patrik Camporez, Ricardo Miranda guardou os registros das conversas realizadas via Whatsapp que viabilizaram a reunião.

Uma nova oferta de propina foi feita para que o deputado Miranda e seu irmão não atrapalhassem as negociações envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin. Desta vez, a conversa teria sido mais direta e Miranda recebeu a oferta de cerca de $ 1,2 milhão (cerca de R$ 6 milhões) pela "parceria" no negócio.

À revista, Assis confirmou ter se encontrado com Miranda, mas negou que tenha conversado sobre a compra de vacinas. Já o deputado afirmou que prefere falar sobre o assunto somente à Polícia Federal.

Em postagem no Twitter, porém, Miranda não confirmou que recebeu oferta de propina. Após a publicação da reportagem da Crusoé, o deputado disse que a revista "é responsável por suas matérias e certamente arcará com o que escreve! Não quero ser usado para criar narrativas e volto a afirmar que todas as minhas conversas com Ricardo Barros foram republicanas e não vou me pronunciar sobre fatos que não posso provar!".

Também pelo Twitter, o líder do governo Ricardo Barros negou o conteúdo da reportagem. "Quanto à matéria da Crusoé , conheço Silvio Assis. Estive em sua casa onde encontrei diversas autoridades e parlamentares , inclusive o Luís Miranda. Mas nunca tratei com ele tema relacionado às vacinas . Reitero que não participei de negociação referente a compra da Covaxin", disse na rede social.

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