TSE afasta bolsonarista de comando do Patriota e ameaça planos de filiação do presidente

Adilson Barroso era o principal responsável por negociar o ingresso de Bolsonaro no partido

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Brasília

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afastou o presidente do Patriota, Adilson Barroso, que negocia a filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O tribunal confirmou a decisão de uma convenção da sigla realizada em 24 de junho pela ala que é contrária à entrada do chefe do Executivo na legenda.

A decisão é um revés para o plano de Bolsonaro de disputar a eleição de 2022 pelo partido.

O vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, agora assume o cargo de presidente em exercício. O TSE determinou o bloqueio da senha de Adilson para acesso a dados e informações da legenda na Justiça Eleitoral.

Ele deverá ficar afastado por 90 dias, enquanto será julgado pelo Conselho de Ética. Se necessário, o afastamento poderá ser prorrogado por igual período.

O conflito na sigla teve início após a filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ), em maio. Depois disso, Resende e aliados passaram a acusar Adilson de tomar decisões monocráticas, descumprir as regras do estatuto e manobrar internamente para abrir caminho para a entrada da família Bolsonaro.

Eles também afirmam que o então presidente ignorou o estatuto partidário para aparelhar a convenção nacional e reclamavam da falta de diálogo sobre os rumos do Patriota.

Em negociação para eventual filiação ao partido, Bolsonaro pediu para filtrar as candidaturas ao Congresso e as filiações. Sem citar nomes, o presidente disse que quer evitar traições após a eleição, como ocorreu no PSL.

Aliados de Bolsonaro também querem incluir no DNA do Patriota valores cristãos e uma posição contrária à legalização do aborto para tentar reconquistar votos de evangélicos na eleição de 2022.

A ala da sigla mais ligada ao antigo PRP (Partido Republicano Progressista), que se fundiu ao Patriota em 2018, rejeita embarcar na proposta de transformá-lo em um símbolo da agenda bolsonarista. Alguns membros desse grupo aceitam debater eventual filiação do presidente, mas querem impor condições.

Integrantes do partido ainda pretendem negociar a manutenção do controle de alguns diretórios estaduais e municipais.

Resende diz que não haverá “problema algum” em filiar o presidente, desde que se siga “os critérios e respeite o que foi feito até aqui”. Ele afirmou, porém, que o partido está aberto a receber qualquer candidato à presidência da República, não apenas Bolsonaro.

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