Lula costura apoios com partidos da base de Bolsonaro e diz que nem o centrão salvará presidente

Em visita ao Maranhão, petista afirmou que em 2022 aliados vão pular do barco do mandatário

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Brenda Serra João Valadares
São Luís e Recife

O ex-presidente Lula (PT) afirmou na manhã desta sexta-feira (20), em São Luís, que nem o centrão vai conseguir salvar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022.

Para o petista, que faz giro pelo Nordeste em busca do fortalecimento de sua candidatura ao Planalto, boa parte dos aliados de Bolsonaro vai pular do barco até junho do próximo ano.

“Nem o centrão vai conseguir salvar o Bolsonaro. Ele é ingovernável. Ele não é razoável do ponto de vista psicológico. Ele é muito difícil. Ele não respeita as pessoas que conversam com ele, não se dirige a ninguém”, respondeu em entrevista coletiva concedida ao lado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB).

Lula durante assinatura do projeto de lei do Estatuto Estadual dos Povos Indígenas, no Maranhão, com o governador Flávio Dino e a líder indígena Sonia Guajajara
Lula durante assinatura do projeto de lei do Estatuto Estadual dos Povos Indígenas, no Maranhão, com o governador Flávio Dino e a líder indígena Sonia Guajajara - Brunno Carvalho/Governo do Maranhão

Ao dizer que está conversando com todo o mundo, Lula declarou que os partidos do centrão não são ideológicos e só pensam eleitoralmente.

“Qualquer partido do centrão vai querer saber o seguinte: quem é que vai dar voto para mim no meu estado e na minha cidade? E ele vai optar por aquelas pessoas [que darão voto] como optaram por Bolsonaro em 2018”, disse.

Nas previsões do ex-presidente, em meados de junho de 2022, será possível ver quantos partidos estarão apoiando o presidente, levando em conta a desorganização que se instaurou no país, com a destruição da democracia e defasagens sociais.

“Você vai ver quantos pularam do barco em alto mar para tentar se salvar.”

O ex-presidente ressaltou que não existem dois extremos disputando as eleições do Brasil, mas destacou que há sim uma polarização entre o fascismo e a democracia.

“Quem gosta de democracia vem para o lado daqui e quem quiser ser fascista se juntará ao lado de lá.”

Em meio ao crescimento nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente afirmou que não está fazendo alianças com partidos de esquerda ou de direita. Disse estar interessado nas demandas sociais de cada um deles.

Lula tem tido recorrentes conversas com partidos da base de apoio de Bolsonaro, enfatizando que o contato é para saber o posicionamento de cada um em relação ao cenário atual do país.

Sobre um possível apoio a candidatos ao governo do estado, uma disputa entre o vice-governador, Carlos Brandão (PSDB), e o senador Weverton Rocha (PDT) para a sucessão de Dino, o petista ressaltou que não fez a viagem para definir alianças políticas.

Em seguida, disse que fará o possível para que todos os segmentos de oposição do país estejam unidos no primeiro turno.

Mesmo Dino sendo cotado para a vice do ex-presidente em 2022, o petista afirmou que não há nada definido.

Durante dois dias em São Luís, Lula foi cortejado por Brandão e Weverton Rocha. Na outra ponta, a família do ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney ofereceram um jantar ao petista. Lula tratou o encontro como de caráter pessoal.

No fim da tarde, o ex-presidente seguiu para Fortaleza. Ele ainda vai a Natal e Salvador.

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