Doria ignora conselho de aliados e decide ir a ato anti-Bolsonaro na Paulista

Sou brasileiro, democrata e estarei sempre ao lado da verdade, disse o governador paulista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), decidiu ir ao ato contra seu rival Jair Bolsonaro na avenida Paulista.

A manobra é vista como de alto risco pelos seus aliados, que o aconselharam a não comparecer por dois motivos. Primeiro, o risco de a manifestação ser bastante inferior à comandada pelo presidente no 7 de Setembro. Segundo, o de haver rejeição à sua presença, talvez com vaias.

"Eu estarei presente. Sou brasileiro, democrata, e não importa em que circunstância, estarei sempre ao lado da verdade, ao lado da verdadeira bandeira brasileira e dos valores que nos movem em defesa da democracia”, disse o tucano em coletiva de imprensa na sede do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar de SP), que monitora os atos.​

Foram previstas passeatas em 15 capitais, com foco especial dos mobilizadores para as cidades que tiveram grandes multidões na terça-feira passada, com as manifestações bolsonaristas do 7 de Setembro, que incluíram bandeiras antidemocráticas e discursos autoritários de Bolsonaro.

O movimento ainda está em curso, mas a adesão por ora parece inferior à registrada na terça-feira passada. A PM paulista calculou 125 mil pessoas na capital em favor de Bolsonaro na ocasião, e deverá divulgar a estimativa do público no fim desta tarde.

Doria quer ser o candidato a presidente pelo PSDB no ano que vem, e desde 2020 vem num embate forte com Bolsonaro, a quem havia colado sua imagem no segundo turno da eleição de 2018. O foco da disputa é o manejo da pandemia de Covid-19, mas se ampliou para todos os aspectos possíveis.

Após as falas golpitas de Bolsonaro na terça, que o presidente tentou consertar com o recuo oficial da quinta (9), Doria passou a defender abertamente o impeachment do titular do Planalto.

O PSDB, em reunião de sua Executiva Nacional, decidiu que é oposição ao governo federal e que debaterá o tema do impedimento, mas ainda é incerto o efeito do banho de água fria providenciado pela articulação do ex-presdiente Michel Temer (MDB) na agressividade presidencial —e a reação do mundo político e econômico consequente.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.