Aos 100 anos, Brizola estaria contra Bolsonaro e ao lado da ciência, avaliam aliados

Familiares e líderes políticos, incluindo FHC, Tarso Genro e Olívio Dutra, avaliam qual seria hoje papel de ex-governador

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Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva, Osmar Santos e Franco Montoro durante comício das Diretas Já, em 1984 Fernando Santos/Folhapress

Rio de Janeiro

Se estivesse vivo, Leonel de Moura Brizola completaria 100 anos no próximo sábado (22). Convidados pela Folha a imaginar qual seria o seu posicionamento político hoje, familiares, aliados e líderes políticos do país afirmam, em sua maioria, que Brizola estaria ao lado da ciência e das vacinas e contra o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nascido no povoado de Cruzinha (RS), Brizola foi deputado estadual e federal, prefeito de Porto Alegre e governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Sofreu três derrotas em eleições presidenciais duas como cabeça de chapa, em 1989 e 1994, e uma como vice de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1998.

Fundador do PDT (Partido Democrático Trabalhista), Brizola é considerado o herdeiro do trabalhismo antes simbolizado nas figuras de Getúlio Vargas e João Goulart, de quem foi aliado. Teve importante papel na Campanha pela Legalidade, em 1961, para garantir a posse de Jango, e tentou organizar a resistência ao golpe militar, em 1964.

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Leonel Brizola chega ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em 1979, após voltar do exílio - Agência O Globo

Ferrenho inimigo do regime, Brizola foi para o exílio no Uruguai em maio do mesmo ano. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil e se elegeu governador do RJ. Ocupou duas vezes o Palácio Guanabara. No estado criou os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública), voltados para o ensino integral, uma das principais marcas de sua gestão.

Com posicionamentos duros e um discurso afiado, Brizola movimentou paixões e por isso foi amado e odiado. Ele morreu vítima de um infarto, no Rio de Janeiro, em junho de 2004.

A Folha fez três perguntas a pessoas próximas e contemporâneos de Brizola:

1) Gostaria de dar um depoimento sobre os 100 anos do nascimento de Leonel Brizola? Lembra alguma experiência ao seu lado?

2) Na sua opinião, qual seria o posicionamento político de Brizola hoje, tendo em vista também a pandemia da Covid?

3) Quem ele estaria apoiando no primeiro e no segundo turno das eleições presidenciais, se as projeções das pesquisas se confirmarem?

Juliana Brizola (PDT), deputada estadual no RS e neta de Brizola
Não tenho dúvidas de que desde o início ele estaria do lado da ciência, de quem pesquisa, de quem estuda sobre o vírus. Estaria lutando muito para diminuir todas as mortes, seria uma voz atuante na defesa do povo brasileiro, como um pai mesmo.

Politicamente, ele estaria com o partido dele, que ele criou. Hoje temos um projeto nacional de desenvolvimento liderado pelo Ciro Gomes que representa muito o que ele defendia. Acho que eles têm muito em comum, a defesa da educação e a mudança no modelo econômico, que é muito importante para que a gente possa voltar a crescer.

Tenho dúvidas se ele defenderia com unhas e dentes o Lula. Me lembro muito do velório dele no Rio de Janeiro, extremamente popular, com gente vindo de longe para colocar uma rosinha. Quando Lula chegou todo mundo começou a cantar "você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão". Ele morreu extremamente magoado e decepcionado com o Lula.

Seria muito difícil que ele ficasse com Bolsonaro por tudo o que ele representa, sobretudo a defesa de um torturador como Ustra, a negação da ciência, o sucateamento das universidades, o corte das verbas para educação e cultura. [No segundo turno] Acho que ele tamparia o nariz e engoliria o sapo barbudo mais uma vez. Mas a gente tem bastante esperança no projeto do Ciro.

Leonel Brizola Neto (PT), ex-vereador e neto de Brizola
Brizola tinha uma capacidade impressionante de se comunicar com o povo. Darcy Ribeiro dizia que ele sabia ler gente. Antes de ser neto, sou um profundo admirador da prática política e da história do Brizola.

Ele estaria contra as privatizações, defenderia a Petrobras e as empresas estatais. Nada deixava meu avô mais indignado do que essa conversa sobre a independência do Banco Central. Um estado dentro de outro estado é inconcebível. Ele questionaria esse absurdo do teto de gastos que não existe em país algum e estaria lutando por vacina e comida para todos brasileiros.

Estaria com Lula como sempre esteve nas horas mais cruciais da história brasileira. Brizola sempre dizia: "ou nos unimos agora ou seremos degraus para a direita chegar ao poder".

Diante do avanço das forças reacionárias e do desmantelamento do Estado brasileiro, Brizola estaria construindo uma frente ampla para derrotar essa República gospel teocrática oligárquica entreguista vendilhão da pátria e miliciana que tomou conta do país.

Carlos Brizola (PDT), ex-ministro e ex-deputado, neto de Brizola
São muitas as lembranças e os ensinamentos que guardo do meu avô Leonel Brizola, desde as lembranças da infância daquele avô que mesmo com a agenda lotada de compromissos de um governador sempre arrumava um tempo para estar junto aos netos e que gostava de reuni-los sempre que podia para almoços em sua casa.

Brizola era um engenheiro, um homem que sempre se guiou pela razão e pelo conhecimento científico. Se estivesse vivo durante esta pandemia, certamente estaria combatendo o negacionismo, se aconselhando com os especialistas da área de saúde e fazendo uma defesa enfática das suas recomendações sobre distanciamento social e vacina. Seria um grande defensor da saúde pública, dos seus trabalhadores e do Sistema Único de Saúde.

Brizola era um nacionalista, um líder que dedicou a sua vida defendendo o projeto nacional de desenvolvimento de Getúlio Vargas e nos últimos anos era um crítico ferrenho do atual modelo econômico neoliberal. Neste atual contexto político eleitoral só vejo Ciro Gomes defender estes valores, a mudança do atual modelo econômico e a defesa de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Aliás, não foi por acaso que Ciro Gomes foi seu último voto para presidente, em 2002.

O então candidato à Presidência Ciro Gomes acompanhado de Brizola em São Borja
O então candidato à Presidência Ciro Gomes acompanhado de Brizola em São Borja - Eduardo Knapp - 24.ago.2002/Folhapress

Cidinha Campos (PDT), ex-deputada e afilhada política de Brizola
Brizola incentivaria de qualquer maneira a educação porque é a única coisa que pode nos tirar do caos que enfrentamos hoje. Quando muitos reclamavam que ele só investia na educação e esquecia da segurança, ele dizia: "Cidinha, não adianta querer salvar essa geração, essa aqui está perdida. As pessoas que têm 18 anos não vão mudar, precisamos salvar as que estão nascendo, que são crianças hoje, para ter uma geração nova no futuro".

Brizola era pragmático, gostava da ciência, do professor, da educação. Ele seguia o caminho dos outros países, da humanidade, jamais se oporia a uma vacinação, por exemplo, jamais negaria a ciência ou deixaria as crianças fora da vacinação, como tentou o Bolsonaro. Ele estaria vendo [o governo Bolsonaro] como uma catástrofe, uma calamidade, não aceitaria o que está acontecendo no país.

A política mudou tanto depois que ele morreu, pessoas que estavam de mal agora estão de bem, pessoas que não se falavam têm sem apoiado. O Brizola não era de guardar rancor de ninguém. Acho que estaria com o Ciro [nas eleições], mas também poderia estar com o Lula, por que não?

Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente
Eu conheci pouco o Brizola. No tempo em que ele "dava as cartas". Eu era mais acadêmico, embora acompanhasse a política. Eu não era simpático ao Brizola, parecia-me mais demagogo do que sincero.

Modifiquei esta opinião com o transcorrer do tempo. Acho que, à sua maneira, Brizola queria mesmo o "bem do povo". E teve coragem para enfrentar adversidades. Portou-se como um resistente à ditadura, e eu o admirei neste aspecto. Conheci-o quando vivia em Montevidéu e se aproximava de grupos que ambicionavam "derrubar a ditadura".

Mesmo sem o conhecer bem, admirava sua coragem e a manutenção de seus ideais, a despeito da forte oposição que sofria de correntes mais conservadoras. Terá errado, segundo a avaliação de muitos (e me incluo entre os que assim pensam) mas é inegável que se jogou pelo que acreditava. Revendo o passado, creio que Brizola merece o respeito dos que acreditam na democracia (com forte acento social).

Indigna-me ver quantos contemporâneos dele hoje falam apenas sobre o que de negativo representou e o mal que fez ao país. Com um pouco de respeito ao personagem é possível criticá-lo sem desfazer o que de positivo seus ideais continham e o quanto, a seu modo, lidou com os desafios de sua época.

Tarso Genro (PT), ex-governador e ex-ministro
Não existem políticos gaúchos do campo da esquerda que não tivessem, de forma mais, ou menos intensa, alguma relação com Brizola —seja por unidade com ele, seja em contradição com ele— em algum tema relevante. Tive vários momentos, tanto ao seu lado, em questões-chave na luta contra ditadura, pelas diretas, pela Constituinte, como também em disputa com ele, na época em que o PT se firmava no campo popular, como um forte partido de esquerda, alternativo ao PDT.

Do Brizola, faço a seguinte síntese: um homem que demonstrou com a sua vida e a sua capacidade de luta que o patriotismo não é somente o refúgio dos canalhas.

Não tenho a menor dúvida que Brizola não seria um negacionista e estaria à frente de um amplo movimento pela vacinação imediata das crianças.

Se não estivesse concorrendo, tentaria formar uma chapa com Lula e Ciro (ou Ciro e Lula), mas não tenho certeza, se estivessem em chapas diferentes, qual dos dois ele apoiaria no primeiro turno. No segundo turno, não tenho a mínima dúvida que ele apoiaria quem se opusesse a qualquer candidato da direita.

Brizola e Lula em comício na praça da Sé, região central de São Paulo
Brizola e Lula em comício na praça da Sé, região central de São Paulo - Silvestre P. Silva 13.dez.1987/Folhapress

Trajano Ribeiro (PDT), advogado e secretário no governo Brizola
Brizola não era uma pessoa normal, que tem interesses pessoais, preocupado em ganhar dinheiro. Ele tinha uma ideia fixa na questão do país. Esse negócio todo começou quando ele era menino e passava sempre em frente a uma escola bonita, grande, com um jardim. Ele ficava olhando as crianças pela grade, mas não podia entrar porque era muito pobre. Esse fato marcou o resto da existência dele. O assunto dele era esse, o Brasil, o problema da desigualdade social, das perdas internacionais.

As pessoas se surpreendiam com Brizola. Era uma pessoa simples, muito respeitoso e muito formal. Era muito difícil chamar uma pessoa de você, ou tu. Em geral chamava de senhor. Era uma pessoa muito especial, muito diferente, com um coração gigantesco e uma sensibilidade aos problemas do país extraordinária.

Se fosse vivo, estaria em oposição ao governo Bolsonaro, teria se oposto ao impeachment da Dilma Rousseff, denunciado as interferências estrangeiras nesses episódios. Quanto à pandemia, certamente estaria ao lado da ciência, defendendo a vacinação, especialmente das crianças, pelas quais tinha preocupação especial.

Quanto às eleições, estaria defendendo o candidato do partido. Caso não chegássemos ao segundo turno, apoiaria o candidato comprometido com o projeto de nação fundado por Getúlio Vargas, seguido em grande parte por Juscelino e Jango, defendendo a prevalência do trabalho sobre o capital, a soberania nacional e a educação integral para todos os brasileiros.

Luiz Alfredo Salomão (PSB), secretário no governo Brizola e ex-dirigente do PDT
Brizola me ensinou que a política é polêmica. Ele dizia que sem polêmica o assunto não tem calor.

Brizola apoiou Collor e tentaria apoiar Bolsonaro. Ele se sentiria atraído pelo discurso nacionalista de Bolsonaro. Ele antipatizaria com as urnas eletrônicas, como Bolsonaro faz. Tivemos até um entrevero por isso. Mas logo iria se decepcionar, por exemplo, com o alinhamento de Bolsonaro ao governo Trump e o favorecimento das petroleiras americanas.

[Nas eleições, estaria] a favor de Lula. Brizola já teria percebido que Ciro é como cavalo paraguaio. Larga na frente, mas não chega.

Vivaldo Barbosa (PT), ex-deputado federal e secretário no governo Brizola
A melhor característica de Brizola era ser portador de um pensamento. Brizola tinha pensamento político, o que o diferenciava de tantos do seu tempo e de hoje em dia. Brizola era trabalhista, que na política brasileira ligava-se ao nacionalismo. O Figueiredo, presidente tão justamente esquecido, dizia que tinha muitas diferenças com Brizola, mas que ele era um patriota.

Brizola, hoje, estaria ao lado de Lula, sem dúvida. Sendo homem de pensamento, sendo trabalhista e nacionalista, não titubearia em ver que o único político no Brasil, hoje, que abraça as causas trabalhistas é o Lula. Assim como o PT é o partido que mais defende a legislação trabalhista, a Previdência Social e as estatais estratégicas.

Ele teria uma grande tristeza. Ver o partido que ele fundou, o PDT, afundado no fisiologismo e no carreirismo, até com ACM Neto na Bahia. Sem rumo e sem perfil ideológico, a receber apenas 1% de apoio do povo brasileiro, como indicam as pesquisas.

Olívio Dutra (PT), ex-governador do RS e ex-ministro
Meu primeiro contato com Brizola foi em 1979. Ele voltava do exílio. Eu era um dirigente sindical cassado. Disse-lhe que a intervenção no sindicato não tinha acontecido com base no AI-5, mas na CLT. Ele não gostou. Disse que não defendiam mais o trabalhismo. Acho que fui politicamente incorreto.

Brizola foi uma figura importante para seu tempo e merece respeito. Mas, quando voltou ao Brasil, o momento político era outro, com trabalhadores sujeitos do processo.

Hoje ele estaria no campo de oposição, dada essa situação desgraçada em que temos um celerado na presidência. Acho que Brizola votaria no Lula, mas faria de tudo para que seu partido tivesse um espaço maior na coligação.

Cesar Maia (DEM), vereador, ex-prefeito do Rio e ex-secretário de Brizola
Quando Brizola me convidou para ser secretário de Fazenda em 1983, me deu três conselhos. 1) Não acredite que o governo está quebrado. É sempre assim. Quem acredita perde o controle. 2) O secretário de Fazenda não é do partido, não é do governo. É do governador. 3) Nunca aceite convite de empresários para almoços e jantares nas casas deles, ou para fins de semana fora. Secretário da Fazenda ou está na secretaria, ou no trânsito, ou com o governador, ou em Brasília ou em casa.

Eu cumpri disciplinadamente.

Certamente hoje Brizola teria uma ênfase ainda mais acentuada no fator social e na redução da desigualdade. No quadro atual, nenhuma dúvida de que apoiaria Lula.

A TRAJETÓRIA DE BRIZOLA

22 de janeiro de 1922 - nasce Leonel de Moura Brizola no povoado de Cruzinha, no Rio Grande do Sul

1945 - Brizola ingressa no PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Dois anos depois, elege-se deputado estadual pelo PTB no RS

1949 - Conclui os estudos na Escola de Engenharia da Universidade do Rio Grande do Sul

1950 - Casa-se com Neusa Goulart, irmã de João Goulart, sendo Getúlio Vargas o padrinho do casamento

1954 - Elege-se deputado federal pelo RS e, um ano depois, é eleito prefeito de Porto Alegre

1958 - Elege-se governador do Rio Grande do Sul

1961 - Comanda a chamada "cadeia da legalidade", movimento de resistência para derrubar veto de ministros militares e garantir a posse do vice-presidente João Goulart, que estava em missão na China quando Jânio Quadros renunciou à Presidência

1962 - É eleito deputado federal pelo estado da Guanabara, hoje o Rio de Janeiro

13 de março de 1964 - Participa do Comício da Central, no Rio de Janeiro, ao lado do presidente João Goulart. O evento contou com cerca de 150 mil pessoas para defender as reformas de base

31 de março de 1964 - Tentou articular uma resistência ao golpe militar, recebendo Jango em Porto Alegre ao lado do general Ladário Teles, comandante do III Exército. Conclamou o povo gaúcho a pegar em armas e resistir, mas Goulart decidiu refugiar-se

Abril de 1964 - Nome de Brizola aparece na primeira lista de parlamentares cassados pela Ditadura Militar. Um mês depois, ele vai para o exílio no Uruguai

1977 - Uruguai decreta a expulsão de Brizola, alegando que ele havia violado as normas do asilo. Brizola vai para os Estados Unidos e, depois, para Portugal

1979 - Com a anistia, Brizola volta ao Brasil. O TSE concede ao grupo de Ivete Vargas a sigla PTB, reivindicada por Brizola. Derrotado, ele registra o PDT junto a aliados.

1982 - Brizola é eleito governador do Rio de Janeiro. Dois anos depois, entrega o Sambódromo

1985 - Marca da gestão Brizola, é inaugurado o primeiro Ciep (Centro Integrado de Educação Pública), conhecido como "brizolão"

1989 - Brizola é derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais. No segundo turno, mesmo após desferir ataques contra Lula, passa a apoiá-lo. Fernando Collor vence as eleições

1990 - Brizola é novamente eleito governador do Rio de Janeiro, no primeiro turno

1992 - Brizola demora a entrar na campanha pelo impeachment de Collor

1994 - Após anos de desgaste com a Rede Globo, decisão do STJ concede direito de resposta de Brizola às acusações de "senil, bajulador e paranoico", feitas em editorial do Jornal Nacional. O apresentador Cid Moreira é obrigado a ler a resposta de Brizola

1994 - Nomes de integrantes do PDT, entre eles o do vice-governador Nilo Batista, surgem em listas de supostas propinas pagas pela cúpula do jogo do bicho carioca a políticos

1994 - Brizola sofre acachapante derrota nas eleições presidenciais, ficando em quinto lugar. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é eleito

1995 - Ministério Público do Rio de Janeiro pede a prisão preventiva de seis pessoas, entre elas o ex-secretário de Saúde de Brizola, Astor de Melo, alegando a existência um esquema de corrupção na secretaria que teria gerado um rombo de mais de R$ 10 milhões

1998 - Brizola se torna vice de Lula na chapa que disputou a eleição presidencial naquele ano. Fernando Henrique foi reeleito. Anthony Garotinho foi o único governador eleito pelo PDT

2002 - Brizola disputa sua última eleição, concorrendo a senador pelo Rio de Janeiro, sem sucesso. Lula é eleito presidente, com apoio do PDT no segundo turno. Em dezembro de 2003, porém, o diretório nacional do partido, sob Brizola, declara independência do governo, determinando que seus filiados abandonassem os cargos. A direção estava insatisfeita com a pressão para votar matérias de cunho liberal que, segundo o PDT, afrontavam o programa eleito pelo povo

21 de junho de 2004 - Brizola morre vítima de um infarto, no Rio de Janeiro. Seu corpo é enterrado em São Borja, cidade onde também estão os túmulos de Getúlio Vargas e João Goulart

Fonte: CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da FGV

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