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David Miranda anuncia saída do PSOL e filiação ao PDT

Deputado federal anunciou planos de trocar de partido nas redes sociais

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São Paulo

O deputado federal David Miranda (RJ) anunciou sua saída do PSOL em uma carta aberta divulgada neste sábado (22) nas redes sociais. No mesmo documento, ele afirma que se filiará ao PDT, partido que lançou na última sexta-feira a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República.

"A minha saída do PSOL –que será efetivada em março–, não significa uma ruptura com os atuais companheiros de luta –que continuo considerando aliados–, nem um afastamento dos valores que me levaram ao partido anos atrás. Pelo contrário, em diversos sentidos representa um retorno aos valores que me motivaram a entrar para a política, e uma oportunidade de renovação e radicalização deles", afirma o deputado na carta.

David, um homem negro e de barba, com uma camiseta com uma cruz, ao lado de Ciro gomes, um homem branco e calvo, e do marido Gleen, um homem branco de cabelos castanhos e camiseta azul
O deputado David Miranda e o marido Glenn Greenwald ao lado de Ciro Gomes. O parlamentar anunciou que se filiará ao PDT - Divulgação

Junto com a mensagem, Miranda publicou foto ao lado de Ciro e de seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, cofundador do site The Intercept.

"Acredito que [o PDT] é o partido de esquerda mais bem posicionado para superar a polarização atual, pois é o único com um candidato à Presidência com um projeto para o Brasil que não depende de pactos com aqueles que sempre foram e continuam sendo inimigos do povo", diz Miranda.

O parlamentar também afirmou que espera encontrar aliados entre os novos companheiros de partido para melhorar a vida dos mais necessitados. Miranda diz que não depende da política para viver e por tal razão pode seguir as próprias convicções.

"As pautas identitárias são e sempre serão centrais na minha própria identidade e atuação política, mas o seu descolamento da luta de classes, sua absorção pela lógica neoliberal têm levado ao acirramento das diferenças entre grupos oprimidos, em vez da construção de um projeto coletivo de libertação".

Ele fez ainda a defesa de um diálogo amplo com representantes de campos ideológicos diferentes na política e critica a esquerda e a lógica do cancelamento.

"O fazer político dentro de uma democracia exige o diálogo justamente com aqueles que pensam diferente, sobretudo em épocas de grandes retrocessos como a que enfrentamos agora. Mas parte da esquerda brasileira parece ter esquecido desta premissa básica e ter se tornado refém da lógica do cancelamento que predomina nos ambientes digitais, levando essa lógica para dentro da atuação política".

Miranda também se posicionou contra uma federalização "que na prática significará a homogeneização da esquerda pela máquina petista".

"Não é hora de se submeter obedientemente ao PT e aceitar covardemente que um retorno ao passado é o melhor que podemos fazer pelo Brasil neste momento. É hora de ter coragem. E caso Lula venha a ser eleito, acredito ser ainda mais importante e necessária a articulação de uma oposição ao governo dentro do campo da esquerda, afirma.

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