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Aras vai investigar se Monark e Kim fizeram apologia do nazismo

Apresentador de podcast defendeu a legalidade de um partido nazista no Brasil

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Brasília

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou nesta terça-feira (8) a instauração de procedimento para apurar prática de eventual crime de apologia ao nazismo pelo
deputado Kim Kataguiri (​DEM-SP) e pelo apresentador Monark, desligado do Flow Podcast.

A PGR (Procuradoria Geral da República) foi acionada após a repercussão de programa transmitido pela internet em que o apresentador defendeu a legalidade de um partido nazista no Brasil. Kim, por sua vez, disse foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista.

O teor das declarações será analisado pela assessoria criminal de Aras em função de o caso envolver parlamentar com prerrogativa de foro no STF (Supremo Tribunal Federal).

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O apresentador Monark - Adriano Vizoni/Folhapress

Em nota, a PGR frisou que Aras não pode se posicionar sobre o caso de antemão por causa da investigação que será aberta, mas reiterou sua posição contra discursos de ódio.

A mais recente, destacou a Procuradoria, foi na abertura do ano Judiciário no STF na semana passada, quando o chefe do Ministério Público Federal afirmou ser imprescindíveis ações institucionais.

"Todo discurso de ódio deve ser rejeitado com a deflagração permanente de campanhas de respeito a diversidade como fazemos no Ministério Público brasileiro para que a tolerância gere paz e afaste a violência do cotidiano", disse Aras.

No Twitter, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) também se manifestou sobre o assunto e afirmou que "o direito à liberdade de expressão não é absoluto".

"Ainda mais quando o objetivo do discurso é pregar a inferiorização ou exclusão de outras pessoas. Repudiar o nazismo é uma tarefa permanente, que deve ser reiterada todos os dias."

O Ministério Público de São Paulo decidiu instaurar um inquérito civil sobre o caso para investigar as condutas de Bruno Aiub (Monark) e do Flow Podcast.

Segundo a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos "houve expressa defesa da criação de um partido nazista, como se este partido fosse decorrência do direito à liberdade de expressão. Não é".

Ainda de acordo com o Ministério Público paulista, a criação de um partido nazista representa, em síntese, "a criação de um partido político feito para perseguir e exterminar pessoas, notadamente judeus, mas também pessoas com deficiência, LGBTQIA+ e outras minorias".

O caso repercutiu negativamente, o Flow Podcast perdeu diversos patrocinadores e tem sido alvo de muitas críticas.

"Reforçamos o nosso comprometimento com a democracia e direitos humanos. Assim, o episódio 545 do Flow Podcast foi tirado do ar em todas as plataformas. Comunicamos também a decisão de que, a partir deste momento, o youtuber Bruno Aiub (@Monark) está desligado dos Estúdios Flow", diz comunicado.

​Nesta terça-feira (8), Monark gravou um vídeo no qual pediu desculpas pelas declarações e disse que estava bêbado.

"Eu errei, a verdade é essa. Eu estava muito bêbado. Eu fui defender uma ideia, que é uma ideia que acontece em outros lugares do mundo, nos EUA, por exemplo. Mas eu fui defender essa ideia de um jeito muito burro. Eu estava bêbado", afirma.

​Ainda no vídeo, ele diz que falou "de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Eu peço perdão pela minha insensibilidade".

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