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PT decide lançar Contarato ao Governo do Espírito Santo contra governador do PSB

Pré-candidatura é mais um golpe nas negociações para formação de federação entre PT e PSB

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Salvador

O senador Fabiano Contarato anunciou na noite de sábado (19) que o PT do Espírito Santo decidiu lançar oficialmente sua pré-candidatura ao governo do estado. Ele deverá enfrentar no pleito o atual governador Renato Casagrande (PSB), que disputa a reeleição.

"Fico imensamente feliz e animado com a decisão do Partido dos Trabalhadores do Espírito Santo em lançar oficialmente meu nome como pré-candidato a governador, conforme o diretório ampliado acaba de anunciar", afirmou Contarato neste sábado em uma rede social.

A pré-candidatura foi anunciada em um momento de acirramento dos embates entre PT e PSB em torno da criação de uma federação partidária que também envolveria PV e PC do B. ​

A federação daria suporte à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto em um desenho que teria o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) como candidato a vice-presidente pelo PSB.

Convidado pelo ex-presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva ), Fabiano Contarato, senador eleito por Espirito Santo, deixa a Rede e anuncia filiação ao PT (Foto:Ricardo Stuckert/Divulgação ) - Ricardo Stuckert/Divulgação

Delegado da Polícia Civil, Contarato foi eleito senador em 2018 pela Rede Sustentabilidade. Sem mandatos eletivos anteriores, ele aproveitou a onda antipolítica que renovou parte do Congresso Nacional naquele ano.

Desde então, passou a ser um crítico da Operação Lava Jato, se aproximou de partidos de esquerda e se filiou ao PT em dezembro de 2021. Destacou-se nacionalmente por sua atuação incisiva na CPI da Covid.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que é um direito do PT laçar seu próprio candidato ao governo do Espírito Santo, mas se disse otimista quanto à possibilidade de um acordo entre Contarato e Casagrande.

Também destacou que as negociações sobre a federação seguem em curso: "O problema da federação é um possível desequilíbrio que pode haver entre partidos grandes, médios e pequenos. Após a conclusão da proposta, vamos fazer a discussão interna e ver se ela é aceitável ou não. Se não for, não haverá problema".

Candidato à reeleição, o governador Renato Casagrande (PSB) recebeu no início do mês o pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos).

Em entrevista à Folha, Casagrande rebateu petistas que o criticaram pelo gesto e disse que estes agem com arrogância e como "guardiães da pureza ideológica".

"Eu tenho 34 anos de PSB. O que me assusta é o autoritarismo de algumas pessoas que reagem de forma arrogante e prepotente devido a uma conversa. É preciso ter humildade, saber que o diálogo faz parte, é base da democracia", afirmou Casagrande.

Na federação partidária, mecanismo aprovado este ano pelo Congresso Nacional e referendado pelo Supremo Tribunal Federal, as legendas devem ter atuação conjunta e serem aliadas em nível federal, dos estados e municípios por um período de pelo menos quatro anos.

As negociações entre PT e PSB se arrastam há semanas e esfriaram nos últimos dias após o acirramento do imbróglio em torno da definição do candidato do grupo ao governo São Paulo, pleiteada pelo ex-governador Márcio França (PSB) e pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Neste domingo (20), a possibilidade da parceria sofreu um novo golpe com o anúncio da filiação do governador da Paraíba, João Azevêdo, ao PSB. Ele é adversário do ex-governador Ricardo Coutinho, hoje no PT, desde que ambos romperam em 2019.

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