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Tarcísio de Freitas dá como certa ida ao PL e já pensa em nomes para vice em SP

Ministro de Bolsonaro diz a aliados que aparou arestas com partido e está otimista sobre disputa

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Brasília

A menos de dois meses do prazo para deixar o Ministério da Infraestrutura e começar sua pré-campanha ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas já dá como certa a sua filiação ao PL de Valdemar Costa Neto, segundo interlocutores. Além disso, já vislumbra nomes fortes para compor sua chapa.

A escolha da legenda não foi oficializada, mas Tarcísio deve acompanhar o partido de Jair Bolsonaro quando deixar a pasta em 1º de abril.

Entre outros motivos, ele passou a concordar com o presidente na avaliação de que ter o mesmo número de urna será importante na hora da votação.

O ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) durante evento na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) - Amanda Perobelli-15.dez.21/Reuters

O entorno do ministro diz que o número 22 do PL já teve adesão de apoiadores no estado. Em agendas recentes no interior de São Paulo, Tarcísio foi recepcionado por pessoas com camiseta que dizia: "Em 22, é Bolsonaro 22 e Tarcísio 22".

Tarcísio ainda não convidou ou conversou com possíveis vices. Mas já vê com bons olhos, segundo aliados, ao menos três nomes: coronel Mello Araújo, presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Henrique Prata, presidente do Hospital do Amor de Barretos e José Medina Pestana, diretor do Hospital do Rim.

O primeiro ainda não é filiado a nenhum partido, tem a simpatia de Bolsonaro e é o favorito de apoiadores, como o deputado estadual Gil Diniz (PL-SP).

Já a vaga do Senado, hoje, tende a ficar com o ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) Paulo Skaf.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) também buscava espaço para ser candidata ao Senado na chapa de Tarcísio. Dirigentes de partidos do centrão, inclusive, defendiam que ela fosse o nome escolhido por ser considerada puxadora de votos.

Janaina, porém, bate de frente com o presidente vez ou outra e por isso não é mais considerada uma possibilidade.

Se concretizar a escolha do partido, Tarcísio demonstrará de vez um perfil político e pragmático. Em gestões passadas, foi diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que ficava sob o comando do partido de Valdemar.

O ministro teria rusgas com a legenda até hoje por causa da relação com o partido na época, em especial durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo relatos, todas as semanas, o então diretor era ameaçado de demissão, mas a petista mantinha-o no cargo.

Entretanto, aliados do ministro contam que ele já esteve com Valdemar e as arestas foram aparadas, na medida do possível.

Tarcísio também foi cortejado pelo PP e pelo Republicanos, com quem mantém boa relação. A expectativa de seus aliados é de que os dois partidos estejam no seu palanque em São Paulo.

Além desses, seu entorno dá como certa a aliança com o PTB, hoje sob disputa judicial entre Roberto Jefferson e Graciela Nienov.

Há uma ala do PP no estado, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que ainda resiste a embarcar de vez na candidatura do candidato bolsonarista. O partido é aliado de Rodrigo Garcia (PSDB), vice-governador e pré-candidato ao Bandeirantes.

No entorno de Tarcísio, o cálculo é pragmático. Se o PP não estiver disposto a apoiá-lo, deve acabar perdendo parlamentares na janela, que querem apoiar o ministro em São Paulo e Bolsonaro nacionalmente.

O ministro de Infraestrutura, aliás, tem demonstrado otimismo a aliados quanto à disputa, que será sua primeira eleição.

O entorno do titular da Infraestrutura diz que pesquisas mostram que ele parte de um patamar vantajoso, com intenção de votos na casa dos dois dígitos.

Levantamento do Ipespe divulgado no final do ano passado mostra Tarcísio pontuando entre 8% e 13% entre eleitores paulistas.

O ministro também relata acreditar que Fernando Haddad, provável candidato do PT em São Paulo, chegará ao segundo turno.

Ainda que Garcia conte com a máquina do estado e o apoio de partidos e prefeitos, Tarcísio vê o modelo tucano desgastado entre os paulistas.

Sua estratégia será de reconhecer o que foi feito de bom pelas gestões do PSDB no estado, mas defender a mudança com uma perspectiva de "criatividade". Ele cita como exemplo as inúmeras obras entregues na sua pasta, já que priorizaram as que estavam inacabadas.

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