Bolsonaro sinaliza chapa com Braga Netto ao falar em vice de MG e sem ambições

Presidente envia nova indicação de que deve escolher general

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Brasília

Em mais uma indicação de que pretende escolher o ministro Walter Braga Netto (Defesa) para ser seu colega de chapa nas eleições de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (21) que seu vice deve ser uma pessoa nascida em Minas Gerais e que ele não deve ter ambições de assumir a cadeira presidencial ao longo de um eventual segundo mandato.

Braga Netto é nascido em Belo Horizonte (MG).

"Isso tudo tem que ser levado em conta. Eu tenho que ter um vice que não tenha ambições de assumir a minha cadeira ao longo de um mandato. Por isso posso adiantar que hoje em dia, por coincidência, o vice é de Minas Gerais", disse Bolsonaro, durante entrevista à TV Jovem Pan.

Sentados lado a lado, Bolsonaro e Braga Netto. O presidente é um homem branco, de cabelos castanhos e que usa um terno escuro com gravata azul. Ele está de perfil, olhando para Braga Netto, um homem branco, cabelos grisalhos, ternos cinza e gravata roxo, que fala com ele
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Defesa, general Braga Netto, durante evento no Palácio do Planalto - Antonio Molina-13.jan.22/Folhapress

"[O ex-ministro Ricardo Salles] conheceu por dentro o poder, os interesses, as pressões; o que alguns dos outros Poderes querem fazer a todo o custo para te tirar daquela cadeira. Essa cadeira minha mexe com centenas de bilhões de reais todo ano", disse ainda Bolsonaro, na mesma entrevista.

Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, era um dos entrevistadores.

O presidente disse não querer adiantar o nome, mas afirmou que o objetivo é ter um vice que o ajude a governar o país, mais do ganhar competitividade eleitoral.

"Devemos ter um vice que demonstre à população que não é para ajudar a ganhar a eleição, é para ajudar a governar o Brasil", declarou. "Ganhar eleição é bem mais fácil —ou menos difícil— do que governar."

Salles disse esperar que o vice escolhido seja Braga Netto.

"Dou o meu palpite aqui, meu desejo: que o nosso colega Braga Netto, um grande general, um homem leal ao senhor, competente, sério, e acima de tudo muito discreto e eficiente; espero que seja ele o mineiro que o senhor está se referindo", afirmou o ex-ministro.

Bolsonaro, por sua vez, também disse que seu grupo político está na reta final das negociações com os partidos que devem apoiá-lo na reeleição. Segundo o presidente, há pendências em relação a filiações de aliados, como o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), pré-candidato ao governo de São Paulo.

"Estamos na reta final com partidos. Muito partido quer fechar comigo, por exemplo, desde que o Tarcísio em São Paulo vá para o partido dele", disse Bolsonaro.

Como mostrou a Folha, a menos de duas semanas do prazo para deixar o ministério, Braga Netto ainda não definiu a legenda para a qual migrará.

Inicialmente, havia uma expectativa de que o vice fosse de outro partido da base aliada, o PP, para poder criar uma base sólida de sustentação à campanha. Bolsonaro, contudo, não tem demonstrado estar muito preocupado com essa costura.

No PP, dirigentes também dizem que a prioridade era tentar filiar o presidente. A vice, afirmam, é mais projeto pessoal do que partidário.

Hoje pessoas próximas a Bolsonaro consideram que o cenário mais provável é que Braga Netto vá para o PL de Valdemar Costa Neto. Ele não teve ainda nenhuma conversa com o partido sobre filiação.

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, se filiou ao Republicanos na quarta-feira (16) para disputar o Senado pelo Rio Grande do Sul. Apesar de não fazer mais parte da chapa presidencial, ele prometeu lealdade e apoio irrestrito ao projeto de reeleição de Bolsonaro.

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