FHC é operado após fraturar fêmur e se recupera bem, diz hospital

Ex-presidente foi internado na sexta (11) em SP após sofrer uma queda

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São Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), 90, passou por uma cirurgia, neste domingo (13), devido a uma fratura no colo de fêmur e passa bem, de acordo com sua assessoria e com o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

FHC foi internado na sexta-feira (11), após cair em casa e sofrer a fratura.

Segundo a assessoria do ex-presidente, o procedimento foi realizado com sucesso, ele se recupera bem e não há previsão de alta.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - Jardiel Carvalho - 26.jan.2020/Folhapress

"A cirurgia aconteceu sem intercorrências. O paciente está consciente e segue em recuperação", diz boletim assinado pelos médicos José Medina Pestana e Miguel Cendoroglo Neto.

A necessidade de operação havia sido divulgada em boletim médico do hospital no sábado (12).

A internação foi confirmada pelo PSDB no Twitter. ​"Receba o abraço dos tucanos de todo o Brasil", publicou o partido.

Segundo Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o acidente impossibilitou FHC de comparecer à posse do jornalista e escritor Merval Pereira na presidência da Academia Brasileira de Letras. A posse, em sessão solene, ocorreu nesta sexta, no Rio de Janeiro.

A última declaração pública do ex-presidente foi no dia 25 de fevereiro, sobre a guerra na Ucrânia. "Condeno a invasão da Ucrânia por tropas russas a mando do presidente Putin. Litígios se resolvem por negociação nunca pela imposição da força", disse.

Também por razões de saúde, FHC não compareceu à votação de prévias do PSDB em Brasília, em novembro passado. Em maio, porém, ele se encontrou com o ex-presidente Lula (PT), gerando repercussão no meio político.

FHC foi eleito presidente da República em 1994 e permaneceu no cargo até 2002, quando foi sucedido por Lula. Antes disso, foi ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, quando elaborou o Plano Real.

Frequente em idosos

A fratura do colo de fêmur sofrida por FHC é bem frequente em idosos. Em geral, 90% desses casos se concentram acima dos 65 anos, segundo o Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), ligado ao Ministério da Saúde.

A idade avançada e fatores de risco como a osteoporose tornam os ossos mais finos e frágeis. Na maioria dos casos o tratamento é cirúrgico, podendo variar de colocação de pinos e parafusos até a substituição da articulação com prótese, que foi o que aconteceu com o ex-presidente, conforme a Folha apurou.

Pessoas próximas ao ex-presidente ouvidas pela reportagem afirmam que foi usada anestesia raquidiana, que ele está com bom humor e em recuperação junto da família.

Segundo o ortopedista Jorge dos Santos Silva, diretor clínico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, o fato de FHC ter uma boa saúde aos 90 anos, com funções cognitivas preservadas, também indica um bom prognóstico na recuperação cirúrgica.

"A expectativa é que ao final das primeiras 24, 48 horas, um paciente nessas condições já possa se sentar na poltrona e iniciar o processo de treinos para voltar a andar", diz ele, que não faz parte do corpo clínico que atende FHC no Einstein.

Procurado, o hospital Albert Einstein disse que não comentaria a cirurgia por sigilo médico.

A operação foi feita dentro do prazo recomendado (até 72 horas após a fratura).

"Quanto mais tempo o paciente permanece acamado, maiores serão as chances de complicações como trombose venosa e tromboembolismo pulmonar", explica Silva. É protocolo nos hospitais que esses pacientes usem anticoagulantes para evitar esse tipo de intercorrência.

Segundo ele, além de fortalecimento muscular e treino de caminhada, nesses casos, é indicada também reabilitação cardiovascular.

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