Descrição de chapéu Eleições 2022

MDB desiste de federação, mas busca unir Tebet, Doria e União Brasil

Partido se diz aberto a construir candidatura alternativa à Presidência, porém sem aderir à nova forma de aliança

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Brasília

O presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), anunciou nesta quinta-feira (3) que o partido não fará federação para as eleições de outubro.

Ele, porém, não descartou conversar com legendas de centro e de direita para construir uma candidatura única à Presidência —apesar de ter defendido a viabilidade da senadora Simone Tebet como nome da "terceira via".

As declarações foram dadas em uma rede social. "Na condição de presidente nacional do MDB, comuniquei aos diretórios estaduais, senadores e deputados que o nosso partido não fará nenhuma federação para as eleições de 2022", escreveu o deputado.

"Contudo manteremos as conversas com os partidos do centro democrático para a construção de uma candidatura única à Presidência da República. Respeitando os demais pré-candidatos, o MDB seguirá na defesa da capacidade e viabilidade do nome da senadora Simone Tebet", prosseguiu.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência, sentada em seu gabinete
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata à Presidência - Pedro Ladeira - 9.dez.2021/Folhapress

Baleia Rossi disse ainda que Tebet será a porta-voz do MDB nas inserções do partido na TV na semana que vem.

"Segue aberto, portanto, o diálogo com os presidentes do União Brasil, Luciano Bivar, e do PSDB, Bruno Araújo, como também com todos que queiram construir uma alternativa à polarização", concluiu.

O MDB vinha conversando com as duas legendas sobre a possibilidade de federação, mas entraves dentro da União Brasil, fusão do DEM e do PSL, atrapalharam as conversas. Já o PSDB se uniu em federação com o Cidadania no último dia 19, após deliberação da cúpula do partido presidido por Roberto Freire.

O PSDB tem o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato ao Executivo federal. A União Brasil debate a possibilidade de lançar um nome para a disputa, ainda que de vice.

Os partidos não descartam se unir em torno de um nome para torná-lo mais competitivo contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Tebet como Doria, no entanto, ainda patinam nas pesquisas. A emedebista tem 1% da intenção de votos, segundo pesquisa Datafolha divulgada em dezembro. Já Doria aparecia com 3% no cenário que incluía a senadora.

Na esquerda, PT e PSB também negociam uma federação, mas a disputa ao Governo de São Paulo trava as conversas.

O partido de Lula está decidido a lançar o ex-prefeito Fernando Haddad (SP) na disputa pelo governo paulista. Já o ex-governador Márcio França não abre mão de se candidatar ao Palácio dos Bandeirantes pelo PSB.

Sem resolver essa questão, tanto petistas como integrantes do PSB avaliam que a federação, que prevê a união formal dos partidos ao longo de quatro anos, tende a não sair do papel. As legendas também conversam com PV e PC do B para formar a união de partidos.

As federações partidárias foram instituídas na reforma eleitoral aprovada no ano passado. Seu maior objetivo é incentivar as fusões entre as siglas, pois há um número excessivo de partidos políticos no Brasil.

Caso decidam pela parceria, os partidos devem ficar juntos pelos próximos quatro anos. Esta será a primeira vez que o pleito contará com essa possibilidade.

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