O Telegram aderiu ao programa de enfrentamento à desinformação nas eleições, anunciou nesta sexta-feira (25) o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O objetivo do programa é combater conteúdos falsos relacionados à Justiça Eleitoral, incluindo as urnas eletrônicas e os atores envolvidos do pleito —ministros do TSE, por exemplo.
Outras plataformas já haviam firmado a parceria com a corte no mês passado, incluindo Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram YouTube e Kwai.
O aplicativo sediado em Dubai (Emirados Árabes), porém, vinha escapando das tentativas de contato e só apareceu após o bloqueio de funcionamento no país determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) na sexta-feira (18). A ordem foi revogada dois dias depois.
O advogado Alan Thomaz, nomeado representante da ferramenta no Brasil como umas das providências adotadas pela empresa para reverter a que a suspensão, se reuniu com técnicos do TSE nesta quinta-feira (24) e recebeu informações sobre o programa.
Thomaz disse à corte que levaria a proposta aos executivos do serviço de mensagens. O Telegram é comandado pelo seu fundador, Pavel Durov.
A ferramenta se comprometeu com o TSE a manter o sigilo sobre as informações a que tiver acesso ou conhecimento, salvo autorização em sentido contrário.
O programa tem caráter administrativo e colaborativo, e não regulatório ou sancionatório, informou a corte eleitoral. A parceria entre o tribunal e as plataformas é uma das principais apostas no combate à desinformação nas eleições de outubro.
Em outra frente, estão correndo os dez dias para que Thomaz envie ao MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo dados sobre moderação de conteúdo e combate às notícias falsas por parte do Telegram dentro das investigações que os procuradores conduzem sobre o tema.
A Procuradoria afirmou que as informações solicitadas constituem dados técnicos indispensáveis à tramitação do inquérito civil sob responsabilidade do órgão e que o não atendimento à requisição pode configurar crime de desobediência.
Ao lado de outras ferramentas, como Twitter e Instagram, o aplicativo é alvo de um inquérito civil no MPF. Apesar de a empresa ter cumprido a decisão de Moraes e conseguido reverter o bloqueio decretado pelo magistrado, o trabalho de apuração prossegue na Procuradoria.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.