O presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou o expediente da semana pós-feriado com uma motociata e uma cavalgada em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).
Na manhã desta segunda-feira (25), o presidente participou da abertura da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), que voltou a ter edição presencial após dois anos de interrupção devido à pandemia da Covid-19.
Bolsonaro chegou ao aeroporto de Ribeirão por volta das 8h, onde foi recebido por grupos que se denominam conservadores da cidade e de municípios da região metropolitana. A convocação foi feita por aplicativos de troca de mensagens.
Bolsonaro em seguida percorreu ruas da cidade, o que provocou interrupção no fluxo de veículos no primeiro dia útil da semana. Na chegada à Agrishow, o trânsito também foi interditado. O presidente entrou na fazenda em que ocorre a feira montado num cavalo.
O primeiro dia de feira é marcado tradicionalmente por longas filas e uma demora que pode chegar a duas horas para entrar no recinto. O cenário se agravou nesta segunda-feira.
A Agrishow deve reunir 150 mil visitantes brasileiros e estrangeiros até a próxima sexta-feira (29).
As motociatas em apoio ao presidente já custaram ao menos R$ 5 milhões aos cofres públicos, segundo levantamento realizado pela Folha a partir de mais de 50 pedidos via Lei de Acesso à Informação.
A soma leva em conta as despesas com o cartão de pagamento do governo federal, informadas pela Secretaria-Geral da Presidência, e os gastos assumidos pelos estados para garantir a segurança da população e da comitiva de Bolsonaro.
Ao chegar ao auditório em que a cerimônia de abertura da Agrishow foi realizada, Bolsonaro foi saudado aos gritos de "mito" e com muitas palmas pela plateia formada por produtores rurais e pessoas ligadas a entidades do agronegócio.
Com ele no palco estavam o ex-ministro (Infraestrutura) Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente ao Governo de São Paulo.
Bolsonaro se reuniu a portas fechadas com lideranças do agronegócio, como o presidente da feira agrícola e secretário da Agricultura de São Paulo, Francisco Matturro, e o presidente de honra do evento, o empresário Maurilio Biagi Filho.
Durante a cerimônia, apoiadores do presidente começaram a cantar do lado de fora do auditório músicas de apoio à Bolsonaro e críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A recepção de líderes do agronegócio difere da vivida em 2018, quando Bolsonaro disputou e venceu a eleição à Presidência da República. Naquele ano, ele foi deixado fora do palanque oficial. Ficou na plateia e saiu antes do término da solenidade para caminhar pela feira.
Já eleito, no ano seguinte, voltou a circular pelos estandes de máquinas e implementos agrícolas e subiu num trator com o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), hoje seu desafeto e que também é aguardado na feira agrícola.
Além da receptividade em Ribeirão Preto, o presidente também foi alvo de outdoors elogiosos instalados na semana passada em Batatais, cidade da região metropolitana de Ribeirão.
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