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Datafolha: Doria e Bolsonaro são os padrinhos que mais atrapalham em SP

Não votariam em candidato do tucano 66%, do presidente, 62%, de Alckmin, 50%, e de Lula, 46%

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São Paulo

João Doria (PSDB) e Jair Bolsonaro (PL) são os padrinhos políticos mais pesados para o eleitorado de São Paulo. Não votariam num candidato indicado pelo ex-governador 66% dos paulistas, enquanto 62% não apoiariam um nome do presidente.

O dado está na mais recente pesquisa do Datafolha sobre a sucessão estadual, feita nos dias 5 e 6 de abril com 1.806 pessoas. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos, e ele foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número SP-03189/2022.

Jair Bolsonaro e João Doria antes de assinatura de Termo de Compromisso entre a Caixa e o Comitê Paralímpico Brasileiro, no Centro Paraolímpico, em São Paulo
Jair Bolsonaro e João Doria no Centro Paraolímpico, em São Paulo, em 2019, antes do rompimento político entre os dois - Daniel Zappe - 24.jun.2019/Exemplus/CPB

Segundo o instituto, talvez votassem num candidato de Doria 23%, enquanto 8% dizem que aceitariam a indicação. No caso de Bolsonaro, o índice é de 18% para ambas as possibilidades.

São más notícias para os dois candidatos com melhor potencial na correlação conhecimento e rejeição, entre os principais colocados na disputa até aqui: o governador Rodrigo Garcia (PSDB), herdeiro da cadeira de Doria, e o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), indicado por Bolsonaro para a disputa.

Embora a dinâmica das campanhas seja fluida e a influência dos padrinhos, limitada ao fim: Doria, por exemplo, também era pesado em 2020: 61% então diziam que não votariam no seu candidato no segundo turno da eleição municipal em São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e ele venceu.

Ainda assim, o dilema que será apresentado aos candidatos será um clássico do anedotário político nacional: esconder ou não os patrocinadores de seu nome.

Tendo assumido o governo na semana passada com a saída de Doria, que vai tentar viabilizar seu nome para o Planalto, Rodrigo já sinalizou em seu vídeo de apresentação e em declarações que optará por não usar o nome do tucano ou mesmo a relação com o PSDB, partido que só integrou no ano passado.

Em seu favor, está o ponto colocado na peça divulgada na semana passada: ele trabalhou com cinco governadores e tem uma longa história na administração pública e no Legislativo.

Tarcísio terá em tese mais dificuldades, tendo sido tirado da manga por Bolsonaro sem nenhuma experiência política prévia, apenas cargos técnicos laterais no governo federal.

O Datafolha avaliou dois outros padrinhos influentes no estado. O ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB para ser vice de Luiz Inácio Lula da Silva na chapa presidencial do petista pelo PSB, teria aprovado apenas por 14% dos eleitores um nome seu. Metade dos ouvidos não votariam.

Teoricamente, ele está com o aliado Márcio França (PSB), que foi seu vice e assumiu o governo em 2018, sendo derrotado por Doria ao tentar a reeleição. Dizem que talvez votassem num apontado por Alckmin 33%.

Já não aceitariam votar num indicado pelo ex-presidente Lula 46% dos ouvidos, enquanto 24% afirmam que talvez apoiassem o apadrinhado. Votariam com certeza 27%, diz o Datafolha.

Em São Paulo, o ex-prefeito paulistano e ex-ministro de Lula Fernando Haddad é o nome apoiado pelo líder petista e hoje lidera a corrida estadual.

Figura mais conhecida e rejeitada também pelo eleitorado, ele foi o nome sacado pelo ex-presidente para disputar com sucesso a prefeitura em 2012, fracassando ao tentar a reeleição contra Doria.

Em 2018, ocupou o posto de lugar-tenente de Lula ao ser indicado vice na chapa do petista, que sabidamente seria impedido de concorrer devido à sua condenação em segunda instância. Acabou derrotado por Bolsonaro no segundo turno.

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