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Paulinho ouviu apelo de Lula por aliança antes de ser vaiado por sindicalistas

Ex-presidente pediu que Solidariedade declare apoio ao PT antes de oficializar sua pré-candidatura ao Planalto

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo ao presidente nacional do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, minutos antes de o deputado federal ser vaiado durante ato com centrais sindicais nesta quinta-feira (14).

A conversa aconteceu atrás do palco da Casa de Portugal, onde Lula receberia, em seguida, uma carta de reivindicações assinada pelos presidentes das centrais sindicais. Paulinho é presidente de honra da Força Sindical.

Paulinho da Força, em evento sindical
Paulinho da Força, em evento sindical - Eduardo Anizelli/Folhapress

Segundo relato de Paulinho, feito à Folha antes das vaias, Lula lhe pediu que o Solidariedade formalizasse apoio ao seu nome antes mesmo do lançamento oficial de sua pré-candidatura, programado para 7 de maio.

"Perguntei: 'Como vamos apoiar uma candidatura que nem existe?' Mas Lula disse que gostaria de passar uma imagem de amplitude", afirma Paulinho.

Ainda segundo Paulinho, o ex-presidente disse que gostaria de mostrar que seu arco de aliança vai além dos partidos de esquerda. O presidente da Força respondeu que programaria, então, para os dia 3 ou 4 o anúncio de apoio ao PT.

O ex-presidente perguntou a Paulinho como avançavam as negociações nos demais partidos. Ouviu em resposta que o ex-governador de São Paulo e pré-candidato tucano, João Doria, seria rifado pelo PSDB, em uma tentativa de fortalecimento da campanha de reeleição do governador Rodrigo Garcia.

A retirada da candidatura de Doria abriria caminho para a construção de uma terceira via com PSDB, MDB e União Brasil, segundo prognóstico feito por Paulinho a Lula. O presidente do Solidariedade sugeriu que o petista investisse no PSD e no Avante, únicos partidos disponíveis para futuras articulações.

Depois dessa conversa, Paulinho se dirigiu à área da plateia. Ao ter seu nome citado, o deputado —que declarou voto ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff —foi vaiado por sindicalistas acomodados ao fundo do espaço.

Paulinho disse à coluna Painel, da Folha, que o PT precisa cuidar melhor de seus aliados.

Na manhã desta sexta-feira (15), Paulinho informou à presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), que o anúncio de apoio à candidatura de Lula está cancelado.

Paulinho diz que gostaria de ter uma "conversa séria" com dirigentes do PT para saber se estão dispostos a ampliar a aliança em busca da vitória ou preferem "jogar para a plateia".

Uma das preocupações dos organizadores do evento desta quinta era evitar que ele fosse caracterizado como um ato de campanha, o que seria ilegal.

Quando, por exemplo, o auditório da Casa de Portugal atingiu a sua capacidade, dirigentes das centrais pediram que os sindicalistas desocupassem a rua para que não configurasse um ato a céu aberto. Não houve nenhuma distribuição de panfletos e as faixas dispostas no local eram das sindicais.

Foi também nesse evento que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) fez um discurso exaltado em defesa do ex-presidente Lula, de quem deve ser o vice na chapa presidencial para a disputa das eleições de outubro.

Diante de dezenas de sindicalistas reunidos em São Paulo, Alckmin aumentou o tom de voz para dizer que a "luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país".

Em seguida, já rouco e aos gritos, repetiu: "Lula, Lula, viva Lula, viva os trabalhadores do Brasil."

Alckmin disse ainda aos representantes das centrais que estará com eles nas eleições para "somar esforços" para derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

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