Elvis Cezar se diz convicto com Ciro após ter apoiado Bolsonaro e promete contratar policiais

Postulante pelo PDT ao Governo de SP afirma na sabatina Folha/UOL que vai combater tarifas de pedágios

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São Paulo

O pré-candidato ao Governo de São Paulo Elvis Cezar (PDT) diz ter "plenitude de convicção" de que o seu correligionário Ciro Gomes chegará ao segundo turno na eleição presidencial deste ano.

Ex-prefeito de Santana do Parnaíba (SP), ele também afirma que, caso eleito para o Palácio dos Bandeirantes, vai "contratar e repor" policiais para as forças de segurança estaduais.

"Vamos chamar [aprovados] de concursos [públicos] se tiver. Se não, vamos estabelecer [concursos]", disse ele em sabatina realizada por Folha e UOL na tarde desta terça (3).​

"Policia Militar de SP precisa de reposição imediata. A Polícia Civil está abandonada", apontou o postulante. "Os últimos anos mostram a piora da qualidade dos serviço da Polícia Civil. Delegados, investigadores, escrivães estão fazendo de tudo para tocar as delegacias. O déficit de capital humano é real. Tem diagnósticos que dizem que são mais de 200 mil vagas ausentes no estado."

Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PDT, Elvis Cezar - Reprodução / UOL

O pré-candidato reforçou que seguirá com a sua candidatura até o fim e descartou a possibilidade de se aliar a outras chapas ou concorrer a cargo no Legislativo. No pleito para o Palácio do Planalto, Cezar considera Ciro o candidato "mais preparado do Brasil" com "um projeto claro de desenvolvimento econômico do país". "Não tenho plano B. Meu plano é só A. Meu plano é exclusivamente Ciro Gomes."

"Estou cansado de votar por exceção", disse ele, que apoiou Jair Bolsonaro (PL) em 2018. "Agora estamos apoiando o voto de convicção" emenda o ex-prefeito sobre o presidenciável do seu partido.

Na entrevista, ele definiu os seus concorrentes Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) como candidatos da "extrema-direita" e da "extrema-esquerda", respectivamente.

"Quando saí da minha gestão, tive quase 90% de aprovação. O candidato [ao Governo de SP] da extrema-esquerda [Haddad] foi gestor comigo, foi prefeito, saiu, não conseguiu alcançar 15%. Foi considerado um dos piores gestores de SP. Por outro lado, o candidato da extrema direita [Tarcísio] vem como morador há dois meses de São Paulo cumprir um propósito protocolar partidário", disse ele.

Cezar também avalia que é possível furar a bolha da polarização no pleito paulista e disse que o eleitor de SP não vai "aceitar candidaturas que surfam ondas dos seus candidatos a presidência da República".

"Essa filosofia de esquerda e direita foi criada dois séculos e meio atrás. Hoje, o povo busca resultado na política. Ele não quer saber se ele é de direita e esquerda. O que é principal é o resultado que entrega", argumentou ele, que se define como de centro esquerda.

O pré-candidato deixou o PSDB para se filiar ao PDT. Na entrevista, ele disse ser muito grato à legenda tucana, onde passou boa parte da trajetória política dele. Mas lamenta que no último governo ele foi pouco ouvido e afirma que o partido se distanciou do povo "e assim teve os resultados que estamos percebendo agora".

"O partido, de forma geral, falhou. O principal que se afastou da população foi o governador [João Doria], que não ouviu. E isso repercutiu numa situação muito desfavorável no estado", avalia o postulante a chefe do Executivo de SP.

Foi então que recebeu o convite para integrar o PDT, agremiação da qual, de acordo com Cezar, "os pilares são tudo o que pratiquei ao longo da minha vida na gestão pública". ​

Entre seus projetos para caso seja eleito governador paulista, ele conta que vai fazer um decreto para "auditoria de todas as praças de pedágio" da malha rodoviária estadual.

Segundo ele, essas tarifas —que ele considera altas— são um dos motivos pelos quais "o sistema produtivo em São Paulo está enforcado". "É impossível a retomada da economia com uma tarifa desse montante", avalia.

"Nós discutimos no início desse ano, por três meses, o subsídio dos combustíveis. E passou batida a questão da tarifa do pedágio, que enfoca o sistema produtivo. As maiores transportadoras do Brasil estão em SP. Todo o eixo de comunicação é rodoviário", disse ele. "Eu vou combater a tarifa do pedágio. E com segurança jurídica."

"A tarifa do pedágio hoje no estado nos gera indignação. É uma trava ao desenvolvimento econômico", seguiu. "Temos que auditar, verificar a economicidade, ver se está certo o valor aplicado. E, se estiver, indenizar para abaixar [a tarifa]."

Sobre a utilização de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares, ele relativizou que há benefícios, mas que o procedimento deve ser repensado. "Segundo dados, [as câmeras] têm dado resultados positivos. A letalidade caiu e a preservação da integridade física do policial tem sido acima da expectativa".

"Mas por outro lado, 12 horas uma câmera ligada ao seu lado chega a ser desumano. Nós precisamos, junto com a corporação, com o comando, encontrar uma solução técnica melhor para adequar essa situação. Uma solução que seja mais respeitosa para o policial e que tenha a mesma eficiência."

Ele se diz contra o aumento de impostos para aliviar o caixa do governo, como ocorreu com a aprovação do Projeto de Lei 529, aprovado em 2020. Para ele, o governo estadual já devia ter desenvolvido "políticas públicas mitigatórias que acelerariam o crescimento econômico" após a crise gerada pela pandemia do Covid-19. "Isso que gera indignação. E aí nós deixamos de criar milhares de vagas de emprego."

​Cezar contou estar em conversa com partidos para eventuais uniões para tornar mais robusta a campanha dele ao governo —sem citar quais agremiações são essas. "Sempre deixando muito claro que não desistiremos da candidatura própria", reforça.

O nome do pedetista não constou na última pesquisa Datafolha, divulgada em abril, porque a pré-candidatura dele foi anunciada depois que a pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Naquele levantamento, Haddad liderava a corrida estadual em todos os cenários avaliados. No cenário em que Márcio França (PSB) concorre, o petista registrou 29% das intenções de voto, França ficou com 20%, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), 10%, e o agora governador Rodrigo Garcia (PSDB), 6%, empatados no limite da margem de erro.

Abaixo deles vinham o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) e o deputado federal Vinicius Poit (Novo) com 2%, também empatados no limite da margem com Rodrigo, e o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) e o metroviário Altino Junior (PSTU), com 1%.

A sabatina de Cezar foi conduzida pelo apresentador Diego Sarza, pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto e pela jornalista da Folha Carolina Linhares. O ex-ministro Abraham Weintraub (PMB) foi sabatinado na manhã desta terça (3).

Na conversa, ele criticou o também ex-ministro Tarcísio de Freitas, que é pré-candidato ao Governo de SP pelo Republicanos. Ele também disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o decepcionou e repetiu a afirmação de que sofreu ameaças para desistir da disputa.

Márcio França (PSB) e Felicio Ramuth (PSD) também já participaram. Na quarta (4), serão sabatinados os pré-candidatos Rodrigo Garcia (PSDB) e Vinicius Poit (Novo), às 10h e às 16h, respectivamente. As sabatinas são ao vivo, com 60 minutos de fala.

RAIO-X

Elvis Cezar, 45
Formado em direito, foi vereador e prefeito em Santana do Parnaíba (SP). É apresentador do programa "Brasil que Faz", transmitido pela RedeTV! Neste ano, deixou o PSDB, partido que integrou por 19 anos, e se filiou ao PDT.

CONFIRA AS DATAS DAS SABATINAS E DOS DEBATES

Sabatinas presidenciais

  • 2º turno - de 10 a 14/10

Debates presidenciais

  • 2º turno - 13/10, às 10h

Debate com candidatos à Vice-Presidência

  • 1º turno - 29/9, às 10h

Debate com candidatos ao Senado

  • 1º turno - 27/9, às 10h

Sabatinas com pré-candidatos ao Governo de SP

  • Rodrigo Garcia (PSDB) - 4/5 - 10h
  • Vinicius Poit (Novo) - 4/5 - 16h
  • Altino Junior (PSTU) - 5/5 - 10h
  • Gabriel Colombo (PCB) - 5/5 - 16h
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos) - 6/5 - 10h
  • Fernando Haddad (PT) - 6/5 - 16h
  • 2º turno - de 17 a 21/10

Sabatinas confirmadas em MG

  • Lorene Figueiredo (PSOL) - 9/5 - 10h
  • Miguel Corrêa (PDT) - 11/5 - 10h
  • Alexandre Kalil (PSD) - 12/5 - 10h
  • Carlos Viana (PL) - 13/5 - 10h
  • Romeu Zema (Novo) não aceitou o convite

Sabatinas confirmadas no RJ

  • Felipe Santa Cruz (PSD) - 16/5 - 10h
  • Rodrigo Neves (PDT) 18/5 - 10h
  • Anthony Garotinho (União Brasil) - 18/5 - 16h
  • Marcelo Freixo (PSB) - 20/5 - 10h

*Cláudio Castro (PL) ainda não respondeu ao convite

Demais sabatinas

  • Semana de 23/5 - BA
  • Semana de 30/5 - PR
  • Semana de 06/6 - RS
  • Semana de 13/6 - PE
  • Semana de 20/6 - CE

Debates com candidatos ao Governo de SP

  • 1º turno - 19/9, às 10h
  • 2º turno - 20/10, às 10h
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