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Lula diz confiar nas urnas e que eleição será 'golpe democrático e popular' sem fuzil

Ex-presidente participa de agenda em Juiz de Fora, Minas Gerais, nesta quarta (11)

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São Paulo e Juiz de Fora

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (11) que acredita na urna eletrônica e, em discurso crítico ao presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o "golpe será democrático e popular" com a realização das eleições.

"Bolsonaro fala em golpe todo o dia. A imprensa fala em golpe. E ele vai ver o golpe que ele vai sofrer no dia 2 de outubro. O povo vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai reestabelecer a democracia nesse país. Vai ser o primeiro golpe democrático e popular. Golpe sem fuzil, sem metralhadora. É um golpe da eleição democrática", afirmou Lula.

O ex-presidente participou de ato em Juiz de Fora, em Minas Gerais, na tarde desta quarta. Na agenda do petista estava prevista uma entrevista coletiva que ocorreria após o evento, mas ela foi desmarcada.

Lula visita em Juiz de Fora o Memorial Itamar Franco, que abriga o Fusca conversível do ex-presidente - Ricardo Stuckert

As declarações de Lula ocorrem um dia após o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, afirmar em live que enxerga indicações evidentes de que há um golpe antidemocrático em elaboração por Bolsonaro e seus aliados e que todos os candidatos, de diferentes partidos, devem se unir para denunciá-lo.

"É preciso que todos os candidatos, de todos os partidos, sentem imediatamente à mesa para denunciar isto publicamente ao Brasil e ao mundo. Faço esta convocação e espero ser ouvido por todos os demais candidatos", disse Ciro.

O ex-ministro Aloizio Mercadante, que acompanha Lula nas agendas em Minas Gerais, afirmou à Folha que "iniciativa consistente" é a do ex-governador do Maranhão Flávio Dino (PSB), que propôs diálogo entre os partidos, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público para uma "campanha eleitoral em paz".

"Representar no TSE para promover uma audiência e um protocolo que estabelece regras claras para as campanhas. A exemplo do que foi feito para a torcida de futebol", disse Mercadante.

No ato desta quarta, Lula afirmou que defende a urna eletrônica, alvo de ataques de Bolsonaro e seus aliados. "Ele está dizendo que a urna vai praticar roubo. Sabe por que eu confio na urna? Porque se pudesse roubar na urna eletrônica, o torneiro mecânico não teria sido presidente da República duas vezes", disse.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, Lula também citou em seu discurso o ex-presidente Juscelino Kubitschek e afirmou que irá fazer "40 anos em 4". "Tenho certeza que podemos cumprir. O que nós queremos está tudo na Constituição brasileira, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, está na Bíblia", continuou.

Mais cedo, Lula afirmou que não haverá teto de gastos em seu governo caso seja eleito presidente. "Não que eu vá ser irresponsável, gastar para endividar o futuro da nação. Vai ter que gastar no que é necessário", afirmou.

No ato nesta quarta, o petista estava acompanhado dos ex-ministros Aloizio Mercadante e Luiz Dulci, da prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), do deputado Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na Câmara e pré-candidato da legenda ao Senado, e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua noiva, além de outros parlamentares petistas.

Foi em Juiz de Fora, em setembro de 2018, que o então candidato à Presidência do PSL Jair Bolsonaro levou uma facada.

Nesta semana, Lula cumpre uma série de compromissos de pré-campanha em Minas Gerais.​ Na terça (10), esteve em Contagem (MG) e, na segunda-feira (9), em Belo Horizonte. Ele enfrentou pequenos protestos de apoiadores de Bolsonaro nos outros municípios.

Preocupados com atos agendados por aliados de Bolsonaro, o PT reforçou a segurança e fez ajustes na agenda do ex-presidente em viagem a Juiz de Fora nesta quarta, segundo integrantes da equipe do petista.

A segurança teve de ser redobrada depois de a equipe de Lula ser avisada de que protestos foram agendados para pontos onde ele cumpriria compromissos.

Na via de acesso ao aeroporto, Lula foi esperado por cerca de dez manifestantes bolsonaristas, que estavam ao lado de pelo menos 40 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Segundo vídeo publicado nas redes, um policial militar apontou uma arma a um grupo do MST que esperava por Lula.

A primeira agenda de Lula em Juiz de Fora foi uma visita ao Memorial Itamar Franco. O ex-presidente chegou em um comboio com seis batedores de motocicletas e entrou no prédio, cumprimentando apenas um grupo de apoiadores que ocupavam uma área cercada de grades.

A agenda da tarde teve de ser alterada. Lula se reuniria com líderes locais em um hotel, vizinho à concentração dos bolsonaristas, mas o encontro foi transferido.

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