Arthur do Val, do MBL, é agredido por deputado federal cassado no Paraná

Boca Aberta e outros homens dão tapas, empurrões e chutes em grupo que fazia protesto

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São Paulo

Arthur do Val (União Brasil), que teve seu mandato de deputado estadual cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, levou tapas, empurrões e chutes do deputado federal cassado Emerson Miguel Petriv (PROS-PR), conhecido como Boca Aberta, e de outros homens durante manifestação do MBL (Movimento Brasil Livre) nesta quarta-feira (29) em Londrina, no Paraná.

Além de Mamãe Falei, como o deputado estadual cassado é conhecido, outros integrantes do MBL também foram agredidos ao tentarem entregar uma "nota fiscal do povo" no escritório do político.

O MBL acusa o filho do parlamentar federal cassado, o deputado estadual Matheus Viniccius Ribeiro Petriv (PROS-PR), conhecido como Boca Aberta Junior, de gastos públicos excessivos com aluguel de carro, publicidade, restaurantes, hotéis e informática.

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O ex-deputado Arthur do Val em seu antigo gabinete na Assembleia de SP - Eduardo Knapp - 16.dez.2019/Folhapress

Com um microfone na mão, Boca Aberta, desceu de um caminhão de campanha eleitoral após ser abordado e cercado por Mamãe Falei e outros integrantes do MBL, gritou ofensas ao movimento e ao deputado estadual cassado e agrediu os manifestantes, junto com outros homens que o acompanhavam.

"Aqui não, você vem de São Paulo, merece levar tapa na cara, vagabundo", gritou entre tapas e chutes.

Mamãe Falei primeiramente riu da situação, mas depois foi derrubado e precisou sair correndo dos arredores do escritório político. Um dos aliados de Boca Aberta perseguiu os militantes do MBL com uma cadeira na mão.

Toda a sequência foi gravada pelo MBL e divulgada pelo próprio Mamãe Falei. "Vou mandar um recado para todo político dessa laia: não achem que vão calar a gente. Isso só dá mais força", disse, no hotel, após registrar um boletim de ocorrência.

Boca Aberta teve o mandato na Câmara dos Deputados cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por ser considerado inelegível.

Ele havia tido o mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar em Londrina, em 2017, e já havia sido condenado por denúncia caluniosa. Em 2018, no entanto, conseguiu registrar sua candidatura com a ajuda de uma liminar e elegeu-se deputado federal.

A briga entre a família Boca Aberta e o MBL começou antes da visita de Mamãe Falei a Londrina. Um militante do movimento, João Bettega, afirma que pai e filho têm discurso populista e questiona os gastos do mais jovem.

Segundo Bettega, por causa disso ele é alvo de uma acusação falsa de estupro. O integrante do MBL de Londrina estava ao lado de Mamãe Falei na manifestação contra Boca Aberta e foi agredido. Renan Santos, do MBL de São Paulo, também estava no local e levou empurrões.

"Fomos vítimas de agressões do deputado e dos capangas dele", disse Bottega. "Divertidíssimo o rolê em Londrina", ironizou Renan.

Em vídeo divulgado no Instagram, Boca Aberta afirmou que ele e sua família é que foram vítimas de agressão. Segundo o deputado federal cassado, um dos integrantes do MBL estava armado e o grupo invadiu o seu escritório e o seu caminhão de campanha.

Nas redes sociais, o político de Londrina chamou Mamãe Falei de depravado e lembrou o motivo da cassação dele na Assembleia de São Paulo.

O parlamentar cassado foi alvo de 21 representações na comissão de ética do Legislativo paulista por causa das falas machistas sobre ucranianas.

As mensagens foram enviadas a um grupo de WhatsApp durante uma viagem que ele fez à Ucrânia. Ele afirmou, entre outras coisas, que as mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres.

"Foram escorraçados de Londrina", disse Boca Aberta. "Passam vergonha nacional e fogem de Londrina igual ratos de esgoto".

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