Bolsonaro promete inflar Esplanada com mais três ministérios caso reeleito

Presidente menciona possibilidade de recriar as pastas da Segurança Pública, da Indústria e Comércio e da Pesca

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (6) que pretende criar mais três ministérios caso seja reeleito neste ano. O chefe do Executivo mencionou a possibilidade de recriar as pastas da Segurança Pública, da Indústria e Comércio e da Pesca.

"Pretendemos, em havendo reeleição, dividir melhor os ministérios, criar no máximo mais três para que possamos melhor administrar nosso país. Pela extensão do nosso país, se justifica isso aí", afirmou o mandatário em entrevista ao canal Agromais, do grupo Bandeirantes.

Hoje o governo Bolsonaro tem 23 ministérios, 8 a mais do que os 15 prometidos na campanha eleitoral de 2018. Sob a gestão de Michel Temer (MDB), seu antecessor, eram 29 pastas. ​

O presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) - Guga Matos/Reuters

Bolsonaro afirmou que considera "positivo o reestabelecimento" dos ministérios da Segurança Pública e da Indústria e Comércio e que "até a questão da Pesca pode ser estudada".

No entanto, disse que a medida só deve ficar para ano que vem, caso seja reconduzido à Presidência. "Agora não porque dependeria de criação de cargos e não temos margem, manobra para isso aí", disse.

Bolsonaro também voltou a fazer insinuações golpistas sobre as eleições deste ano e a atacar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em especial os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso –este último deixou a corte no início de 2022.

Bolsonaro disse que "prefere deixar em aberto" sua participação em debates nas eleições e deu a entender que os ministros do TSE podem tentar evitar que ele vá para o segundo turno do pleito.

"Em havendo segundo turno –espero que haja: ministros Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes, pelo que se vê nas ruas comigo é impossível não ter segundo turno ou é quase impossível não ganhar no primeiro."

"Espero que nada de anormal aconteça e estamos trabalhando para que flua numa normalidade as eleições. O Lula com toda certeza vai fazer de tudo para não comparecer a debate", disse.

Bolsonaro citou o voto de Fachin, atual presidente do TSE, a favor da participação do ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2018 e mencionou que o ministro foi indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) no governo petista.

"Não podemos esquecer que foi o Fachin o relator do processo que retirou o Lula da cadeia e agora está à frente do TSE. Ou seja, um tremendo desgaste para retirar Lula da cadeia, está à frente do TSE e tudo faz para que não haja transparência, obviamente, no meu entender, para eleger o Lula de forma não aceitável no meu entender", disse.

Fachin, na verdade, é relator do processo que culminou na anulação das condenações do petista.

A ação que levou à soltura do ex-chefe do Executivo era relatada pelo então ministro Marco Aurélio e a decisão foi tomada em novembro de 2019, quando o STF derrubou o entendimento que permitia prisão após decisão em segunda instância.

"No meu tempo lá atrás ganhava a eleição quem tinha voto dentro da urna. Agora —parece, quero que esteja errado, é um direito meu desconfiar, é um direito meu desconfiar— espero que não ganhe as eleições quem tem amigo para contar o voto dentro do TSE", afirmou.

Ele também disse que Barroso poderia atuar no Supremo para beneficiar o italiano Cesare Battisti. O ministro foi advogado do italiano, que foi condenado na Itália por quatro assassinatos e teve a extradição negada por Lula em 2010.

Bolsonaro prometeu extraditar Battisti quando foi eleito e, depois, o italiano fugiu para a Bolívia, onde foi preso no início de 2019 e enviado para a Itália.

Bolsonaro afirmou que, caso ele tivesse passado pelo Brasil depois de ter sido encontrado no país da América do Sul, Barroso poderia ter dado uma decisão para mantê-lo no Brasil.

Na entrevista, Bolsonaro também afirmou que o governo pode anunciar novas medidas para reduzir o custo do combustível no país nesta semana.

"O Paulo Guedes [ministro da Economia], espero que nos próximos dias resolva a questão dos combustíveis no tocante a impostos pelo Brasil. Ele já se demonstrou favorável a isso, tem trabalhado no tocante a isso."

"Espero que nos próximos dias, até esta semana mesmo, tenhamos uma boa notícia sobre preços dos combustíveis no Brasil", afirmou, sem dar detalhes de o que será feito em relação ao tema."

O chefe do Executivo disse que a "Petrobras tem uma ganância enorme" e criticou o "lucro exagerado" registrado pela estatal.

Em relação à privatização da empresa petrolífera, o mandatário disse que a considera "muito difícil". Ele citou o início dos estudos feitos pelo governo para venda da Petrobras, mas disse que "dificilmente vai para frente" e que "correndo tudo certo" levaria ao menos quatro anos.

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