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Datafolha: Quase metade aceita pagar mais imposto por melhor saúde e educação

Pesquisa mostra, porém, que maioria dos brasileiros quer ter melhores condições para se emancipar do governo

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São Paulo

Quase a metade dos brasileiros diz preferir pagar mais impostos em troca de melhores serviços públicos. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 48% dos entrevistados concordariam com uma tributação mais elevada para ter mais saúde e educação fornecidas pelo Estado.

Em relação à pesquisa realizada há cinco anos, houve aumento de cinco pontos percentuais dos que concordam com isso —e queda de outros cinco (de 51% para 46%) dos que acham preferível pagar menos impostos e contratar serviços privados.

Mesmo considerando a renda dos entrevistados, não há diferença nos percentuais dos que ganham menos de dois salários mínimos ou acima de dez.

Objetos em colégio de São Paulo
Objetos em colégio de São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

No período entre os dois levantamentos (2017 a 2022), o Brasil cresceu pouco após uma de suas maiores recessões (o PIB caiu 6,8% no biênio 2015/2016) e enfrentou a pandemia do coronavírus a partir de 2020.

No conjunto, o baixo crescimento e a pandemia levaram milhões de brasileiros a depender mais do ensino público (já que muitos não puderam pagar escolas particulares) e do SUS (Sistema Único de Saúde).

Pesquisa Datafolha realizada para a Oxfam Brasil no ano passado já mostrava que mais do que dobrou (de 24% para 56%), em relação a 2017, o apoio dos brasileiros a uma tributação maior para financiar políticas sociais com o objetivo de reduzir a desigualdade.

A nova pesquisa —que ouviu 2.556 pessoas nos dias 25 e 26 de maio em 181 municípios e tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos— mostra também que aumentou significativamente o total de brasileiros que acham que o governo deve ajudar grandes empresas nacionais que corram o risco de ir à falência.

Concordam com isso atualmente 71% dos brasileiros, um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2017. Na contramão, caiu de 33% para 25% os que acham que o governo não deve ajudar essas empresas em caso de dificuldades.

Seguem compondo uma maioria expressiva (72%) os brasileiros que acham que o governo deve ser o maior responsável por investir no país e fazer a economia crescer (eram 76% em 2017).

Apesar de concordarem em pagar mais impostos para ter maior proteção estatal, a pesquisa mostrou também que a maioria dos brasileiros quer ter melhores condições econômicas para poder se emancipar do governo.

Segundo o levantamento, 58% (ante 54% em 2017) acham que quanto menos dependerem do governo, melhor estará sua vida pessoal. Discordam disso 38% (ante 41% em 2017). Nesse caso, quanto menor a renda do entrevistado, mais ele acha que sua vida estará melhor se depender do governo.

O Datafolha também questionou os brasileiros em relação às leis trabalhistas em vigor. A maioria (56%) continua concordando (53% em 2017) que as leis mais protegem os trabalhadores do que atrapalham o crescimento das empresas —e que boa parte delas deveria ter seus benefícios ampliados.

A classificação ideológica foi feita conforme a pontuação alcançada pelas respostas do entrevistado em questões sobre temas que separam as duas visões de mundo, tanto em comportamento e valores quanto em economia. A conversão à esquerda foi mais sensível na primeira parte do que na segunda.

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