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Raquel Lyra diz que Paulo Câmara está encastelado e faz pior governo da história de PE

Pré-candidata ao governo diz em sabatina Folha/UOL que governador terceiriza responsabilidades sobre problemas do estado

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Salvador

Pré-candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (9) que o governador Paulo Câmara (PSB) conduz uma gestão encastelada, distante da população e faz o pior governo da história de Pernambuco.

Em sabatina à Folha e ao UOL, a ex-prefeita de Caruaru (135 km do Recife) destacou que Pernambuco possui os piores indicadores do país em desemprego, é o pior estado para empreender no país e o segundo com mais mortes violentas.

"É um governo que não consegue enxergar para além da próxima eleição, um governo encastelado e que acaba por perder a liga com o povo. [...] Pernambuco está no desalento, no desencanto, na desesperança e precisa projetar um novo momento", afirmou.

Paulo Câmara está no segundo mandato como governador de Pernambuco e vai apoiar do deputado federal Danilo Cabral (PSB) para a sua sucessão em aliança com o PT e com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pré-candidata ao governo de Pernambuco pelo PSDB, Raquel Lyra é sabatinada nesta quinta-feira (9). A sabatina é conduzida por Fabíola Cidral e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, da Folha de S. Paulo. - Reprodução/UOL

Em relação à eleição nacional, Raque Lyra indicou apoio à pré-candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência. Mas disse preferir debater os problemas de Pernambuco e não trazer o cenário nacional para a eleição estadual.

"Quero fazer o debate da vida real do nosso povo. [...] A gente não pode querer cair na pegadinha de escorar candidatura estadual usando como muleta a candidatura do Lula ou do Bolsonaro para chegar ao segundo turno sem fazer debate sobre Pernambuco ", afirmou.

Ainda assim, criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por ataques à democracia e às instituições. E destacou que Lula tem o reconhecimento do povo pernambucano, que tem uma lembrança positiva da gestão do ex-presidente. Também disse que votou no ex-presidente me três eleições.

A pré-candidata se disse aberta a possíveis alianças com outros pré-candidatos ao governo estadual, mas disse que não abrirá mão de encabeçar a chapa: "O projeto do PSDB e do Cidadania não tem volta. A marcha ré quebrou".

Raquel Lyra criticou a escalada da violência em Pernambuco nos últimos anos e disse que a política de segurança tem que ser conduzida diretamente pelo governador do estado.

Disse que o programa Pacto pela Vida, iniciado na gestão Eduardo Campos (2007-2014), foi deixado de lado e que é preciso desenvolver uma nova política de segurança para o estado com foco na prevenção e na repressão à violência.

"A tropa está desmotivada, as delegacias de polícia estão sucateadas. Estão cobrando dos policiais aquilo que eles não podem entregar", afirmou.

Ela também afirmou que, na gestão Paulo Câmara, a política deixou de investigar crimes após estes atingirem um prazo de 12 meses. E cobrou mais transparência nos dados de violência: "Esconder problema não é resolvê-lo".

Sobre as chuvas que deixaram 129 mortos nas últimas semanas em Pernambuco, disse que o governador Paulo Câmara terceirizou responsabilidades e não foi capaz de fazer obras de drenagem, contenção de encostas e habitação para mitigar os efeitos das chuvas.

A ex-prefeita de Caruaru também destacou que, segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado, o governo de Pernambuco tem R$ 8 bilhões em obras paralisadas.

E citou exemplos na área da saúde como as obras dos futuros Hospital da Mulher de Caruaru, o Hospital do Sertão, em Serra Talhada, e o Hospital Mestre Dominguinhos, em Garanhuns.

"Houve inúmeras promessas de obras que não foram entregues, concluídas ou sequer iniciadas. E o governador Paulo Câmara na sua reeleição prometeu elas todinhas de novo. Pernambuco está cansado de mediocridade", afirmou a pré-candidata.

Ela prometeu reestruturar a rede de saúde do interior do estado, levando o atendimento para mais perto da população. E citou como exemplo ações que comandou frente à prefeitura de Caruaru, caso da requalificação do hospital municipal, da inauguração de uma nova maternidade, além da conquista de uma cobertura de cerca de 80% no programa Saúde da Família.

Também falou sobre políticas de segurança hídrica, cobrou a conclusão da Adutora do Agreste e voltou a fazer críticas ao governo Paulo Câmara: "As obras não são entregues e se coloca terceirização de responsabilidade", disse.

Por fim, a pré-candidata também destacou a maior presença feminina na eleição majoritária como um marco para Pernambuco, lembrando que o avanço das mulheres é brecado pelas instâncias decisórias dos partidos.

Mas pontuou suas diferenças com a também pré-candidata Marília Arraes (Solidariedade): "Ambas têm sua legitimidade. Mas eu me preparei para cada degrau que subi na minha história".

Raquel Lyra, que foi a primeira mulher a ser eleita prefeita de Caruaru, eleita em 2016 e reeleita em 2020. É advogada, delegada de Polícia Federal e já foi deputada estadual por dois mandatos. É filha de João Lyra Neto, ex-governador de Pernambuco.

Ela foi filiada ao PSB por dez anos e participou da gestão de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014. Migrou para o PSDB em 2016.

Na sabatina, ela justificou a decisão de se afastar do PSB alegando que o governo Paulo Câmara não conseguiu dar continuidade à gestão Eduardo Campos.

"Eduardo foi um grande líder para o Brasil, um cara transformador que conseguiu apontar caminhos para o Pernambuco do futuro. Eduardo, infelizmente, morreu em 2014. E com ele grande parte daquilo que ele trazia de capacidade de liderança e transformação."

A série de sabatinas com pré-candidatos ao Governo de Pernambuco é promovida pela Folha e pelo UOL e começou nesta segunda-feira (6) com Marília Arraes. Nesta quarta-feira (8), também foram ouvidos o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) e o deputado Danilo Cabral (PSB).

Na quinta (9), às 16h ainda será entrevistado o historiador Jones Manoel (PCB). Também estão confirmados para entrevista o ex-prefeito Anderson Ferreira (PL), na sexta (10), às 10h, e o advogado João Arnaldo (PSOL), no mesmo dia, às 16h.

A sabatina foi conduzida por Fabíola Cidral e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, da Folha.

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