Campanha de Bolsonaro muda plano e lançará candidatura no Maracanãzinho

Convenção será muito diferente da de 2018, marcada por ataques ao centrão, hoje aliado do presidente

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Brasília

A convenção do PL que oficializará a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição será no próximo dia 24 no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o general Braga Netto também deve ser oficializado candidato a vice do mandatário.

A ideia inicial era fazer o evento em São Paulo, mas a coordenação da campanha não encontrou um local adequado e acabou mudando de plano.

Diante da dificuldade, chegou a ser cogitado fazer o ato em Brasília, no Ginásio Nilson Nelson. Prevaleceu, no entanto, a opção pela capital fluminense.

O presidente Jair Bolsonaro - Sergio Lima-6.jul.22/AFP

O evento cairá num domingo e deve ocorrer pela manhã. Havia uma preferência por SP devido à avaliação de que seria mais fácil atrair um grande público.

No RJ, porém, a expectativa é que também seja possível fazer um evento lotado para dar uma demonstração de força e popularidade.

A cidade é o berço político de Bolsonaro. Nas eleições de 2018, ele fez 46% no primeiro turno no estado e, no segundo, 66,35%. Além disso, foi pelo Rio de Janeiro que seu filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) elegeu-se senador com 30,1%.

O Maracanãzinho tem capacidade para 11,8 mil pessoas e é um dos locais mais tradicionais da cidade.

No estado, o candidato do presidente será o atual governador, Cláudio Castro, que é do mesmo partido de Bolsonaro. Ele se elegeu vice-governador em 2018 e assumiu o comando do estado quando Wilson Witzel foi afastado da chefia do Executivo fluminense.

O cenário da convenção que oficializará a candidatura à reeleição de Bolsonaro será muito diferente do evento que o lançou à Presidência no último pleito pelo PSL.

Na época, o atual presidente era considerado um azarão na corrida presidencial e refutava alianças com políticos tradicionais. Na ocasião, o general Augusto Heleno, hoje chefe do Gabinete de Segurança Institucional, entoou um cântico contra o centrão, que atualmente é um dos pilares da base de sustentação de Bolsonaro.

"Se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão", cantou Heleno, em cena filmada e postada nas redes sociais, fazendo uma paródia e cantando "centrão" no lugar de "ladrão", que consta na letra original de "Reunião de Bacanas", composta por Ary do Cavaco e Bebeto Di São João.

"Querem reunir todos aqueles que precisam escapar das barras da lei num só núcleo. Daí criou-se o centrão. O centrão é a materialização da impunidade", afirmou Heleno na oportunidade.

Em maio deste ano, o ministro-chefe do GSI disse que mudou sua opinião sobre o bloco político que agora sustenta o governo.

"Sobre centrão: aquela brincadeira que eu fiz foi numa convenção do PSL, na época da campanha eleitoral. Naquela época existia, à disposição na mídia, várias críticas ao centrão. Não quer dizer que hoje exista centrão", disse.

"Eu não tenho hoje essa opinião e nem reconheço hoje a existência desse centrão. Então, naquela época é uma situação. A evolução de opinião faz parte da vida do ser humano", completou.

Bolsonaro, da mesma forma, também mudou de discurso e passou a dizer que sempre fez parte do centrão.

"O centrão é um nome pejorativo. Eu sou do centrão. Eu fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto. Depois, nasceu novamente da fusão do PDS com o PPB, se não me engano", afirmou. "Eu nasci de lá", completou.

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