Chapa de Haddad agora tem disputa com PSOL após Márcio França decidir disputar Senado

Ex-governador programa anúncio oficial em evento com Lula em Diadema

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São Paulo

Rechaçado para a vice, o PSOL ameaça lançar candidato ao Senado, em disputa contra o ex-governador Márcio França (PSB), caso não ocupe espaço majoritário na chapa que é encabeçada por Fernando Haddad (PT) para o Governo de São Paulo.

França já informou ao comando do PSB e a candidatos do partido que concorrerá ao Senado, desistindo da disputa ao Palácio dos Bandeirantes.

Fernando Haddad e Márcio França - 19.nov.21/Arquivo pessoal

O anúncio oficial de França está programado para acontecer ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste sábado (9), durante ato em Diadema (Grande SP). A opção pela cidade tem razão histórica: Diadema foi o primeiro município a ser governado pelo PT.

Nas conversas, França justificou sua decisão, alegando que Haddad está na frente nas pesquisas ao governo do estado. Ele lembrou que a liderança nas pesquisas era um dos critérios defendidos por ele para a definição do cabeça de chapa.

França contou que impôs como condição ser o único candidato do Senado na coligação. A concordância com essa exigência contrariou o PSOL, que se diz excluído da negociação. A exigência do PSOL pela vaga ao Senado foi revelada pela Folha, na coluna Mônica Bergamo.

O partido sugeriu os nomes do presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e de Natália Szermeta, para a vice de Haddad.

Mas a indicação tem sido descartada pelo comando da campanha do ex-prefeito. O argumento é que a campanha de Haddad deveria se aproximar do centro, e o PSOL estaria à esquerda do PT.

Presidente estadual do PSOL, João Paulo Rillo lembra que o partido abriu mão da candidatura de Guilherme Boulos em apoio a Haddad. Além disso, ressalta que, em São Paulo, o partido é maior que o PSB. Ele enfatiza ainda que o PSOL compõe uma federação com a Rede.

"Não tem sentido a federação não ter espaço majoritário. Se não tivermos, vamos criar nosso espaço. Vamos lançar candidato ao Senado", diz.

Ao descrever suas conversas sobre a candidatura ao Senado, França relatou ainda o papel da mulher de Lula, Rosângela da Silva, a Janja, para o desfecho durante almoço no domingo (3).

À mesa, Lula, França, Haddad e o ex-governador Geraldo Alckmin estavam acompanhados de suas mulheres. Segundo o relato, Lúcia França, mulher do ex-governador, fez críticas ao PT, afirmando que o partido não cumpre acordos políticos.

Janja interveio antes mesmo que Lula se manifestasse. Pedindo licença, ela disse que Lúcia poderia confiar, sim, que a partir dali França seria "nosso candidato ao Senado" e que iriam trabalhar juntos para elegê-lo.

Lula sugeriu que a aliança fosse anunciada ali mesmo. Mas França disse que pretendia conversar com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, antes do anúncio formal.

A conversa deve acontecer nesta quarta-feira (6). No almoço, os quatro tiraram uma foto que sela a aliança. Mas ela só deverá ser divulgada por França depois de falar com Kassab.

Hoje, a tendência é que o PSD se alie ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Governo de São Paulo.

França insiste em uma composição com o PSD, sob o argumento de que seria fundamental para uma vitória no estado.

O ex-governador defende a participação do PSD na chapa, sugerindo que Kassab seja seu suplente na disputa ao Senado. Outra alternativa seria oferecer ao PSD a cadeira de vice de Haddad.

Kassab afirma, no entanto, que o PSD discute duas opções na corrida estadual, além do lançamento de uma candidatura própria. Segundo Kassab, uma alternativa seria o apoio da candidatura de França ao governo. Outra hipótese em debate é a aliança com Tarcísio.

Os próprios petistas reconhecem que, ainda que quisesse se aliar a Haddad, Kassab não teria adesão da bancada do PSD, correndo risco até de perder o controle partidário.

Nesta terça (5), Lula e Alckmin compareceram ao velório de dom Cláudio Hummes, 87, na Catedral da Sé, centro da capital paulista. Arcebispo emérito de São Paulo, ele morreu na tarde de segunda (4) em decorrência de um câncer.

Com ligações com o religioso desde os anos 1970, quando era líder sindical, Lula e Alckmin chegaram à igreja por volta das 19h30, quando a igreja tinha poucas pessoas, e passaram cerca de 15 minutos no local.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não se posicionou sobre a morte até o início da noite, de acordo com a Arquidiocese de São Paulo.

Com UOL

Lula e Alckmin durante o velório de dom Cláudio Hummes - Lucas Borges Teixeira/UOL
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