Datafolha: Em SP, governo Bolsonaro tem 49% de reprovação e 27% de aprovação

Índices não diferem do cenário nacional, em que presidente é o eleito com pior avaliação a essa altura

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São Paulo

O governo de Jair Bolsonaro (PL) é considerado ruim ou péssimo por 49% dos paulistas, de acordo com pesquisa Datafolha. Outros 27% avaliam a gestão como boa ou ótima, enquanto 23% a veem como regular –1% não soube opinar.

Bolsonaro, que é o presidente eleito pior avaliado a essa altura do mandato desde a redemocratização, tem índices próximos aos de São Paulo na pesquisa nacional, divulgada na semana passada.

No país, 47% reprovam Bolsonaro, 26% o aprovam e 26% o consideram regular –1% não sabe.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fala durante evento no Palácio do Planalto - Ueslei Marcelino-30.jun.22/Reuters

A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha, ouviu 1.806 pessoas em 61 municípios de São Paulo entre terça (28) e quinta (30). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE com os números SP-02523/2022 e BR-01822/2022.

Tanto em São Paulo como no Brasil, Bolsonaro está sem segundo lugar na disputa pelo Palácio do Planalto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula tem 47% das intenções de voto no país e 43% em São Paulo. Já Bolsonaro pontua 28% no país e 30% em São Paulo.

O estado de São Paulo é o principal colégio eleitoral do país, com 33,1 milhões de eleitores, o que representa 21,7% do eleitorado nacional (de 152,3 milhões).

Com João Doria (PSDB) à frente do governo paulista até abril, São Paulo se tornou um dos principais focos de oposição à gestão Bolsonaro, algo que teve início durante a pandemia, quando a política local foi incentivar o distanciamento social e o presidente subestimava o coronavírus.

Além disso, São Paulo foi o estado que deu início à vacinação a partir da compra da Coronavac pelo governo Doria, enquanto Bolsonaro apostava em medicamentos sem eficácia contra a Covid.

Em São Paulo, Bolsonaro é reprovado principalmente por moradores da capital (59%), pretos (61%), desempregados (51%), homossexuais e bissexuais (81%), por quem tem entre 25 e 34 anos (53%) e por eleitores de Lula (79%).

A sua aprovação chega a 74% entre quem declara voto no presidente. Vai a 30% entre homens, 31% entre moradores do interior, 38% entre evangélicos, 52% entre empresários e 35% entre autônomos.

A maior aprovação entre empresários pode ser reflexo da queda de braço entre Bolsonaro e Doria a respeito do fechamento do comércio, medida recomendada por especialistas de saúde, mas que prejudicava os empreendedores.

O candidato de Bolsonaro para o Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está em segundo lugar, com 13%, atrás do candidato de Lula, Fernando Haddad (PT), com 34%. O governador Rodrigo Garcia (PSDB) também tem 13%.

Esse cenário desconsidera a candidatura de Márcio França (PSB), que pode desistir de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes para disputar o Senado na chapa de Haddad.

Entre eleitores de Tarcísio, 66% consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom e 16% o veem como ruim ou péssimo. Para quem vota em Haddad, os índices são, respectivamente, 11% e 70%. Os eleitores de Rodrigo se dividem entre 28% que aprovam Bolsonaro e 42% que o reprovam.

O Datafolha mostrou que a avaliação de Bolsonaro se manteve estável no país desde o fim de maio, apesar de uma série de desgastes e fatos negativos para o presidente no último mês.

No período, Bolsonaro aumentou o tom de sua campanha golpista contra o sistema eleitoral, declarou guerra à Petrobras devido ao aumento do preço dos combustíveis e seu impacto na inflação e viu um indigenista e um repórter serem mortos na Amazônia.

Na semana passada, o governo foi colhido por um escândalo de corrupção: o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso numa investigação sobre desvios envolvendo pastores, como ele, na sua gestão. Há a suspeita de que Bolsonaro tenha interferido no trabalho da Polícia Federal ao avisar Ribeiro sobre a operação.

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