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É cedo falar em crime de ódio, diz Carla Zambelli

Deputada bolsonarista afirma que é preciso apurar 'motivação' de assassino de petista no Paraná

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Brasília

A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) afirmou lamentar o episódio de violência ocorrido em Foz do Iguaçu, mas atacou o PT e disse que é cedo para falar de crime de ódio político.

"É interessante como o outro lado pode cometer qualquer tipo de violência, faz palanque em cima da violência, transforma qualquer cadáver como palanque político e nos condena por crime de ódio, sem ter havido uma apuração, sem ter havido uma apuração, por exemplo, se os dois tinham algum relacionamento pessoal", afirmou a deputada à Folha, por meio de mensagem de áudio.

Carla Zambelli durante manifestação do dia 1º de maio organizada por movimentos bolsonaristas na Avenida Paulista - Ronny Santos-1.mai.22/Folhapress

Ela deu a declaração antes da divulgação da notícia de que o bolsonarista que invadiu a festa do militante do PT está vivo.

"O assassino não está vivo para falar qual foi a sua motivação. Mas, seja qual for, a gente lamenta e, independente de quem tenha cometido, seja do nosso lado ou uma pessoa isenta, a gente é contra a violência", acrescentou a parlamentar.

Geralmente bastante ativos nas redes sociais, a quase totalidade dos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve em silêncio sobre o caso até o final da tarde deste domingo (10), diferentemente de representantes de todos os outros espectros políticos.

O crime aconteceu na noite de sábado (9), quando um policial penal federal bolsonarista invadiu a festa de aniversário de um militante petista, atirou contra ele e também foi baleado.

Em um primeiro momento, a Polícia Civil informou que ambos haviam morrido. No final da tarde deste domingo, a delegada da Homicídios, Iane Cardoso, responsável pelo caso, afirmou que o policial penal permanece internado.

Segundo o boletim de ocorrência, Marcelo de Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos em festa temática a favor do PT quando Jorge José da Rocha Guaranho passou em frente ao local de carro e afirmou "aqui é Bolsonaro". Houve discussão e Guaranho disse que retornaria.

De acordo com as testemunhas, Marcelo então foi ao seu carro e pegou sua arma. Guaranho retornou para o local da festa e houve a troca de tiros.


No discurso em que acusa o PT de tentar fazer do episódio um palanque político, Zambelli citou o agradecimento do ex-presidente Lula ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, que é réu junto com o filho sob a acusação de tentativa de homicídio qualificado contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, empurrado na rua em 2018.

​Os filhos do presidente, que haviam criticado no dia anterior Lula pela defesa de Maninho, não haviam comentado nas suas redes sociais ou atendido aos questionamentos da reportagem.

"Maninho do PT, é aquele que, juntamente com o filho, quase matou um empresário que bateu a cabeça num caminhão", havia escrito o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no dia anterior.

O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), não quis se pronunciar quando procurado pela Folha, via assessoria. Outras lideranças do governo, como o senador Eduardo Gomes (PL-TO) e o deputado Ricardo Barros (PP-PR), também não responderam às tentativas de contato.

Outra bolsonarista a comentar a morte do militante petista e do agente de segurança foi a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). A parlamentar não relativizou o caso de violência política.

Ela republicou uma manifestação de seu partido repudiando o episódio e disse: "Repito: os líderes políticos devem repudiar com veemência esses atos abomináveis de seus apoiadores. É inaceitável o que está acontecendo", escreveu em suas redes sociais.

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