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Políticos repudiam assassinato de petista no PR; veja repercussão

Policial penal federal bolsonarista invadiu a festa de aniversário e atirou contra Marcelo Arruda

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São Paulo e Brasília

Políticos de diferentes partidos, autoridades e figuras públicas repudiaram o assassinato do militante petista Marcelo de Arruda por um bolsonarista na noite de sábado (9) em Foz do Iguaçu, Paraná.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que já estimulou "fuzilar a petralhada", disse que dispensa o "apoio de quem pratica violência contra opositores", mas, no mesmo pronunciamento, atacou a esquerda.

"Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", escreveu o chefe do Executivo.

Os pré-candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) foram às redes neste domingo (10) para lamentar o ocorrido, assim como o provável vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), deputados, senadores e presidentes de partidos.

O militante petista Marcelo Arruda, guarda municipal em Foz do Iguaçu, foi assassinado
O militante petista Marcelo Arruda, guarda municipal em Foz do Iguaçu, foi assassinado - Reprodução Twitter Gleisi Hoffmann

Entre apoiadores do presidente, geralmente ativos nas redes, o silêncio sobre o caso tem sido predominante. Os filhos do presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é senador, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal, e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador no Rio de Janeiro, fizeram publicações relacionadas a outros temas, como a candidatura do pai ou críticas a Lula e ao PT.

O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), não quis se pronunciar quando procurado pela Folha, via assessoria. Outras lideranças do governo, como o senador Eduardo Gomes (PL-TO) e o deputado Ricardo Barros (PP-PR), ainda não retornaram aos contatos da reportagem.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o assassinato de um cidadão durante uma festa de aniversário com temática do Lula é "a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie".

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado próximo de Bolsonaro, foi procurado pela reportagem, mas ainda não se manifestou.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que será o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o pleito, disse que "a intolerância, a violência e o ódio são inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos Três Poderes".

Em nota, o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, afirmou que o episódio reforça a necessidade de unidade das instituições, inclusive dos partidos, em torno da civilidade. "Cabe aos líderes políticos darem exemplos de paz e tolerância para que o ambiente eleitoral seja pacífico, alinhado aos pilares da democracia e nos conduza às soluções de que a sociedade precisa", disse.

Entre os pré-candidatos ao governo de São Paulo, dos três que lideram as pesquisas, apenas Fernando Haddad (PT) e o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), se manifestaram. Apoiado por Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos) mantinha silêncio até a tarde deste domingo.

Veja repercussão:

Baleia Rossi (MDB) - presidente nacional da legenda, o deputado federal disse que o episódio é "inaceitável". "Todas lideranças políticas precisam dar exemplo e condenar qualquer tipo de violência", escreveu. "Democracia é também respeito ao adversário."

Ciro Gomes (PDT) - "O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas", escreveu em rede social. "É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu."

Dilma Rousseff (PT) - "O assassinato do companheiro Marcelo Arruda é resultado do incitamento à intolerância e à violência por um governo que está armando seguidores e criando um ambiente de terrorismo político para intimidar o povo. Minha solidariedade à sua família, sobretudo a Pamela e seus filhos."

Fernando Haddad (PT) - "Este domingo amanheceu de luto após o assassinato brutal do companheiro Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu. Ele foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos. Minha solidariedade aos filhos, esposa e amigos. Esse não é o Brasil que conhecemos e amamos", disse.

Gleisi Hoffmann (PT) - em vídeo publicado em seu perfil no Twitter, a presidente nacional do PT criticou o crescimento da violência política no país e o presidente Jair Bolsonaro.

"Embalados por esse discurso de ódio de Bolsonaro e perigosamente armados pela política oficial dele, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque e a eliminação de adversários, quaisquer pessoas ensandecidas por esse projeto de morte e destruição vem se transformando em agressores ou assassinos", disse Gleisi.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - o ex-presidente afirmou que Marcelo "evitou uma tragédia maior" e pediu "compreensão e solidariedade" aos familiares Guaranho.

"Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha", escreveu. "Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável."

Geraldo Alckmin (PSB) - o ex-governador paulista e provável vice na chapa de Lula afirmou que "o Brasil assiste mais uma tragédia fruto do radicalismo injustificável" e expressou solidariedade à família de Arruda. "O triste acontecimento em Foz do Iguaçu não pode se repetir! O Brasil precisa de paz e união para manter sua democracia."

Randolfe Rodrigues (Rede) - o senador escreveu em rede social que "a intolerância mata, acaba com famílias e faz o ódio vencer".

"Marcelo Arruda tinha 50 anos, deixou esposa e 4 filhos, entre eles um bebê de 1 mês. Essa intolerância que nos tirou duas vidas, na madrugada deste triste domingo, infelizmente se reforçou no Brasil nos últimos anos."

Rodrigo Garcia (PSDB) - o governador de São Paulo classificou o episódio como "lamentável". "Reforço o que tenho dito: estou aqui para defender e evitar que essa guerra sem sentidos se instale aqui em SP. Nós só queremos paz para trabalhar e seguir em frente. Meus sentimentos aos familiares e amigos", disse.

Rodrigo Pacheco (PSD) - o presidente do Senado disse que o assassinato do guarda municipal é a "materialização da intolerância política" e mostra "como é viver na barbárie".

"Devemos todos, especialmente os líderes políticos, lutar para combater este ódio, que vai contra os princípios básicos da vida em família, em sociedade e em uma democracia", disse Pacheco. "A convivência com o contraditório deve ser mais do que respeitada. Deve ser preservada e estimulada, pois é dessa forma que podemos, por meio de diálogo e busca de consensos, evoluir para um país melhor."

Simone Tebet (MDB) - pré-candidata à Presidência pelo MDB, ela lamentou o ocorrido, se solidarizou com os familiares das duas vítimas e afirmou que "demonstrações de intolerância, ódio e violência política" não devem ser admitidas.

"Esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando", afirmou em nota.

Renan Calheiros (MDB) - senador criticou o presidente Jair Bolsonaro em sua publicação.

"O assassinato de um líder sindical e dirigente partidário por um bolsonarista, mais que covardia, é tempestade gerada na usina de ódio e intolerância que Bolsonaro instila todo dia no coração dos brasileiros. Esse facínora precisa ser derrotado no primeiro turno. #bolsonarismo", escreveu.

Bruno Araújo (PSDB) - presidente nacional da legenda, o ex-deputado e ex-ministro criticou o que chamou de "violência política".

"A sociedade e as famílias brasileiras não podem aceitar a intolerância política e a radicalização. A violência política afasta o Brasil da civilidade e é injustificável", disse. "O momento exige de todos nós o compromisso firme de trabalhar por um país unido e, principalmente, pacificado."

Juliano Medeiros (PSOL) - presidente nacional do PSOL afirma que o bolsonarismo "fez sua primeira vítima" nas eleições deste ano.

"Infelizmente, aconteceu. O bolsonarismo fez sua primeira vítima na campanha eleitoral deste ano. O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado essa noite durante sua festa de aniversário após levar três tiros disparados pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho", disse.

Carlos Siqueira (PSB) - presidente nacional do PSB afirmou que manifestações de ódio "só geram violência, dor e ameaças à democracia".

"O PSB se solidariza com familiares e o PT pelo assassinato do militante petista Marcelo Arruda, morto por Jorge Guaranho quando comemorava seu aniversário com fotos de @LulaOficial e do PT", escreveu.

Paulinho da Força (Solidariedade) - o presidente nacional do Solidariedade afirmou que a intolerância política no país "chegou a um nível catastrófico".

"Não há mais segurança para declarar o voto e para defender bandeira. O ódio tomou conta do país a tal ponto de um apoiador do Bolsonaro invadir uma festa particular e atirar contra um apoiador do Lula", afirmou nas redes.

Guilherme Boulos (PSOL) - o líder sem-teto afirmou que a morte de Marcelo Arruda é o "legado" de Bolsonaro para o país. "Violência, ódio e morte", escreveu. Ele disse ainda que o "bolsonarismo prega a morte, a tortura e leva a assassinatos políticos".

Márcio França (PSB) - o ex-governador de São Paulo afirmou que violência "só traz desgraça e tristeza". "Lamento tanto o fanatismo inconsequente. Famílias e vidas dizimadas", escreveu.

Sergio Moro (União Brasil) - o ex-ministro afirmou que "o Brasil não precisa disso". "Precisamos repudiar toda e qualquer violência com motivação política ou eleitoral", escreveu nas redes sociais.

Alessandro Vieira (PSDB) - o senador afirmou que "eleição não é guerra". "A tragédia em Foz do Iguaçu é infelizmente uma consequência previsível do clima de violência política armada que é estimulado diariamente por Bolsonaro e seus parceiros, com a tolerância do Congresso e dos órgãos de controle", disse.

Alexandre Silveira (PSD) - o senador foi às redes e afirmou que "precisamos de paz, diálogo e respeito". "O Brasil não pode permitir que os extremos acabem com a vida de alguém."

Sâmia Bomfim (PSOL) - a deputada federal disse que a "violência política incentivada por Bolsonaro deixa um rastro de sangue pelo Brasil".

Jandira Feghali (PCdoB) - a deputada federal afirmou que as instituições têm que "garantir o processo eleitoral sem violência". "O crime politico contra Marcelo em Foz revela a intolerância e o ódio estimulados pelo atual presidente", escreveu.

Reginaldo Lopes (PT) - líder do PT na Câmara, o deputado federal afirmou que Marcelo Arruda e Jorge Guaranho "são vítimas do ódio disseminado por Bolsonaro". "A paz tem que vencer, o que significa derrotar o fascismo do presidente e sua milícia."

Felipe D'Avila (Novo) - O pré-candidato à Presidência pelo Novo afirmou que o país caminha "a passos largos" para a campanha política mais violenta já vivida. "O assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu, era mais uma tragédia evitável."

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