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União Brasil anuncia apoio a Rodrigo Garcia em SP e cobra vaga de vice

Bivar havia colocado aliança em dúvida, mas voltou atrás depois que governador decidiu dividir seu palanque

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São Paulo

​A União Brasil, partido com maior fundo eleitoral e mais tempo de TV, anunciou nesta quinta-feira (7) seu apoio ao governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que busca a reeleição.

A aliança será formalizada durante evento na capital paulista, no sábado (9), com a presença de Rodrigo e do presidente da União Brasil, Luciano Bivar, que concorre ao Planalto.

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) - 1.abr.22/Governo do Estado de São Paulo

A adesão ocorre no mesmo dia em que o principal adversário do governador na corrida estadual, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou uma coligação com o PSD e apresentou o ex-prefeito Felício Ramuth (PSD) como seu candidato a vice.

O líder da corrida estadual, Fernando Haddad (PT), também deve anunciar o reforço do PSB em sua campanha no fim de semana. O ex-governador Márcio França (PSB) já avisou a aliados que desistiu de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes e vai disputar o Senado na chapa do petista.

A última pesquisa Datafolha mostra Haddad com 34%, e Tarcísio e Rodrigo empatados com 13%.

Como mostrou a Folha, Rodrigo abriu palanque para Bivar em busca de consolidar a aliança com a União Brasil. O governador afirmou que, apesar de o PSDB ter fechado apoio a Simone Tebet (MDB), ele não ficará preso à emedebista e irá fazer campanha também para Bivar.

A União Brasil reivindica também a vaga de vice na chapa de Rodrigo —a ideia é indicar o ex-secretário Henrique Meirelles. O MDB, que também faz parte da coligação tucana em São Paulo, pretende indicar o ex-secretário Edson Aparecido (MDB) para o posto.

Tucanos que integram a campanha de Rodrigo esperam contemplar os dois principais partidos aliados nas vagas de vice e para o Senado. Eles afirmam que a chapa ainda não está decidida, mas o objetivo é chegar a um acordo com União Brasil e MDB, como foi feito no caso da divisão do palanque do governador entre os presidenciáveis de ambas as siglas.

A coluna Painel mostrou que não houve resistência do MDB à decisão de Rodrigo de abrir o palanque para Bivar. O assunto foi conversado entre a cúpula da União e Baleia Rossi, presidente do MDB. Os partidos devem dividir outros palanques regionais, como Goiás, com Ronaldo Caiado (União Brasil), e Mauro Mendes (União Brasil), em Mato Grosso.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, também deu aval para os palanques duplos não só em São Paulo, mas também no Rio Grande do Sul, onde Eduardo Leite (PSDB) ainda espera formalizar uma coligação com o MDB.

"Vemos com absoluta naturalidade a abertura de palanque em São Paulo e Rio Grande do Sul para o pré- candidato Luciano Bivar, da União Brasil, partido com que temos importantes alianças regionais em várias unidades da federação", disse Araújo à reportagem.

Ele diz que a formação de palanques duplos com base nas coligações locais é algo corriqueiro no país. "Rodrigo Garcia e Eduardo Leite contam com total autonomia e confiança da direção nacional para promover todas as alianças regionais que julguem necessárias para o fortalecimento do projeto de seus estados", completou.

Rodrigo, que integrou o DEM até 2021, tem uma série de aliados na União Brasil, partido que surgiu da fusão do DEM e do PSL. A aliança era tida como certa, mas foi colocada em xeque pelo próprio Bivar depois que o PSDB decidiu apoiar Tebet e não a ele.

O presidente da União chegou a afirmar que não apoiaria o tucano em São Paulo e admitiu abrir conversas com Haddad e Tarcísio, mas voltou atrás.

"Após longo período de conversas, o União Brasil e o PSDB chegam a um acordo para as eleições estaduais. O União Brasil vai apoiar a reeleição de Rodrigo e discutirá o nome de vice na chapa", afirma uma nota da União Brasil.

"O evento [no sábado] também vai marcar o apoio de Rodrigo Garcia a Bivar como candidato a presidente em São Paulo", completa.

O ex-juiz Sergio Moro (União) e sua mulher, Rosângela Moro (União), que deve concorrer à Câmara dos Deputados por São Paulo, confirmaram presença no evento.

No programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (4), Rodrigo afirmou que a aliança nacional PSDB-MDB não vincula suas alianças no estado e abriu espaço para Bivar, apesar de garantir que Tebet terá palanque.

"Eu estou com disposição total de participar das ações da campanha do Luciano Bivar. [...] Terá meu apoio."

Questionado sobre a divisão entre Bivar e Tebet, Rodrigo respondeu: "Nós vamos encontrar na política um caminho seguro para que essas forças da terceira via tenham na minha candidatura um espaço de diálogo e de exposição das suas ideias em São Paulo".

Aliados de Rodrigo argumentam que o palanque duplo serve à estratégia de atrair eleitores de Tebet, Bivar, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Rodrigo tem buscado se contrapor à polarização nacional em São Paulo, e não estar associado a nenhum candidato a presidente em específico ajuda sua imagem de independência, de acordo com seu entorno.

​Na última pesquisa Datafolha, divulgada em junho, Tebet teve 1% e Bivar não pontuou. Lula lidera com 47%, e Bolsonaro marca 28%. ​

Em relação ao Senado, o PSDB também apresentou nomes para a chapa —José Aníbal e Fernando Alfredo. A tendência, no entanto, é que a vaga fique com algum partido aliado. O Podemos pleiteia o posto para Heni Ozi Cukier.

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