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Bolsonarista que matou petista em Foz tem prisão domiciliar revogada

Policial penal teve alta do hospital nesta semana e agora segue para mesma prisão de políticos da Lava Jato

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Curitiba

Dois dias após sair do hospital, o policial penal federal Jorge Guaranho teve sua prisão domiciliar revogada e será levado para o CMP (Complexo Médico Penal do Paraná), em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Ele foi denunciado sob acusação de homicídio duplamente qualificado do guarda municipal Marcelo Arruda, que comemorava, em Foz do Iguaçu, seu aniversário de 50 anos, com temática do PT.

O guarda municipal Marcelo Arruda (à esq.), que morreu após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná e o policial penal Jorge Guaranho (à dir.), autor dos disparos contra Marcelo Arruda - Arquivo pessoal e Reprodução

A revogação da prisão domiciliar ocorreu na tarde desta sexta-feira (12), após a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informar que —diferente do oficiado anteriormente— o CMP tem condições estruturais e humanas de custodiar Jorge.

A unidade penitenciária é a mesma na qual ficaram os políticos detidos pela Operação Lava Jato.

Na quarta-feira (10), quando Jorge saiu do hospital, após um mês internado, um ofício do CMP dizia que o local não tinha condições de atender às necessidades do preso, que levou vários tiros de Marcelo.

"Não bastasse a absurda situação de se constatar a total incapacidade técnica do Estado em cumprir a ordem judicial que decretou a prisão preventiva do réu, tem-se a inacreditável omissão em comunicar tempestivamente a sua inaptidão", escreveu o magistrado Gustavo Arguello ao decretar a prisão domiciliar.

Com camisas e cartazes em homenagem a Marcelo Arruda, manifestantes fizeram um ato em frente ao hospital onde Jorge, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL), estava internado, pedindo por justiça. Parentes e amigos do petista também lembraram que o assassinato completou um mês.

De acordo com a defesa da família de Marcelo, a permanência de Jorge em prisão domiciliar era "uma afronta à Justiça, uma vez que o réu cometeu um crime hediondo por intolerância política, que violou flagrantemente direitos humanos", havendo ainda "risco de fuga para o estrangeiro, por ser uma cidade de fronteira".

Preso preventivamente, o policial penal foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná sob acusação de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum, com pena que pode variar de 12 a 30 anos de prisão.

Durante os disparos, ele foi atingido por seis tiros disparados por Marcelo. Ao cair, foi atingido mais de 20 vezes com chutes na cabeça, conforme revelou o UOL, que teve acesso às imagens das câmeras de segurança no local do crime.

As agressões fazem parte de uma investigação paralela da Polícia Civil do Paraná, que apura o impacto das lesões sofridas por Jorge.

Jorge Guaranho teve alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital há três semanas para se recuperar de lesões, que incluem fragmentos de bala alojados na cabeça, tiros na boca, braços, perna esquerda e de raspão no pescoço, segundo informações passadas ao UOL pelos representantes legais dele. O policial penal ainda sofreu uma fratura no maxilar.

Os advogados de Jorge chegaram a entrar com pedido de revogação da prisão preventiva para que ele permanecesse em prisão domiciliar "em razão do seu estado de saúde e da necessidade de cuidados médicos". O pedido, no entanto, foi recusado pela Justiça do Paraná.

A defesa de Jorge foi procurada pela reportagem, mas não atendeu às ligações.

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