Descrição de chapéu Eleições 2022

Candidatos ao Governo de SP miram exposição e respostas a vidraças com 1º debate

Haddad, Tarcísio, Rodrigo, Elvis e Poit se enfrentam na Band neste domingo (7)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Num cenário de segundo turno indefinido na eleição para o Governo de São Paulo, os candidatos que se enfrentarão no primeiro debate, da Band, pretendem se apresentar ao público e prepararam respostas às suas vidraças.

O debate vai ao ar neste domingo (7), às 21h, e terá a participação de Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT).

De acordo com a última pesquisa Datafolha, do fim de junho, Haddad lidera a corrida com 34%. Em seguida, há um empate entre Tarcísio e Rodrigo, ambos com 13%. Poit e Cezar têm 1% cada um.

Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo) - Montagem

Haddad e Tarcísio vão apostar na nacionalização, com o objetivo de reproduzirem o desempenho de seus padrinhos, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), respectivamente. Segundo o Datafolha, o petista marca 43% e o presidente chega a 30% entre os paulistas.

O governador de São Paulo vai na direção contrária, a de pregar contra a polarização, contando com a preferência histórica dos moradores de São Paulo pelo PSDB.

Os candidatos veem como prioridade, neste primeiro debate, a apresentação de suas figuras e dos programas de governo, aproveitando a exposição para um público maior que a televisão possibilita.

"É o momento de começar a explicitar os programas, o que cada um pensa para São Paulo", afirma o deputado estadual Emídio de Souza (PT), coordenador da campanha de Haddad.

A apresentação é considerada fator crucial para Rodrigo —em abril, 85% não sabiam quem era o governador— e para Tarcísio —sua campanha aponta que o ex-ministro é desconhecido para 40% dos eleitores de Bolsonaro.

"Neste momento, a atenção sobre a campanha nacional é muito maior", afirma o publicitário Pablo Nobel, marqueteiro de Tarcísio.

"Quando as pessoas começarem a pensar no tema, vão pensar bastante no nacional, em quem é candidato de quem, quem é progressista, quem é liberal", segue.

Tarcísio vai aproveitar para se posicionar como um candidato bolsonarista e alinhado com o chefe do Executivo federal. Ele pretende elencar realizações no comando da pasta da Infraestrutura, como a concessão do porto de Santos e o leilão do aeroporto de Congonhas.

Haddad, porém, deve usar a ligação de Tarcísio com Bolsonaro para atacar o seu rival. Ele tem juntado o bolsonarista e Rodrigo como representantes do autoritarismo, apoiado nos acenos que o governador vem fazendo para o eleitorado do presidente.

O núcleo de Haddad vê Rodrigo como um adversário mais perigoso no segundo turno. Por isso, interessa que a eleição seja nacionalizada. O petista deve se colocar como opção democrática a ambos.

Haddad e Tarcísio, por outro lado, vão jogar juntos para ligar Rodrigo ao seu antecessor, João Doria (PSDB), de quem foi vice.

O candidato petista tem se esforçado para diferenciar a atual gestão das administrações do ex-tucano e agora aliado Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de de Lula.

Entre as principais críticas que faz à gestão Doria-Rodrigo, estão o aumento de impostos durante a pandemia e sucateamento da Polícia Civil.

Tarcísio também bate na tecla do aumento tributário, repetindo o bordão de que Doria foi um "ótimo governador para Minas Gerais", já que, segundo o bolsonarista, teria feito com que empresas migrassem para o estado vizinho.

O ex-ministro, por sua vez, vem de outro estado. Ele nasceu no Rio de Janeiro, o que tem servido de munição contra ele. Tarcísio também foi questionado pela transferência de seu domicílio eleitoral para a cidade de São José dos Campos (SP).

Seu entorno vê as questões como superadas. Segundo seus interlocutores, caso esses assuntos sejam abordados, o ex-ministro deve argumentar que não importa a origem e sim o que ele tem de propostas para o estado.

A respeito do domicílio, costuma dizer que tem laços afetivos com a cidade, já que tem parentes morando lá, e que passou boa parte da vida no estado quando estudou na Escola de Cadetes, em Campinas (a 170 km de São José dos Campos).

Tarcísio vem se preparando para o debate por meio do estudo de temas e conversas com especialistas. Haddad passou por um treinamento com a consultora Olga Curado.

O petista tem como principal vidraça sua desaprovação ao deixar a prefeitura (48%). Como resposta a isso, podem surgir como contraponto a elaboração do plano diretor premiado internacionalmente, o reconhecimento do grau de investimento das contas da cidade e o investimento maior do que as gestões tucanas posteriores.

Já Rodrigo vai se apresentar como um candidato independente, sem a necessidade de governar de acordo com interesses do PT, de Haddad, ou de Bolsonaro, padrinho de Tarcísio.

O tucano recorrerá a bordões como "nem direta nem esquerda, é para frente" —dando sequência ao tom já adotado nas redes sociais.

A sua fala de candidato autônomo será amarrada com a situação econômica de São Paulo, estado mais rico do país e financeiramente independente do governo federal. A ideia é atribuir isso ao legado do PSDB, que comanda o Palácio dos Bandeirantes desde 1995.

O governador, contudo, terá que responder à associação com Doria. Na tentativa de se descolar, ele vem enaltecendo Mário Covas (PSDB).

Filiado ao DEM desde 1994, Rodrigo teve sua primeira experiência no governo como sub-secretário de Agricultura na gestão Covas em 1995. O governador passou para o lado tucano em maio de 2021.

Sua equipe acredita que o primeiro debate deve ser usado para estudar os oponentes e poupar as armas para um momento de maior visibilidade da campanha. Ainda assim, ele deve explorar fragilidades dos adversários.

Além de lembrar a desaprovação de Haddad, ele deve falar sobre a quantidade de obras de Tarcísio em São Paulo —considerada inferior às realizações do governo estadual.

Desde que assumiu, em abril deste ano, Rodrigo lançou um pacote de medidas populistas como congelamento dos pedágios, redução de ICMS para combustíveis e reajuste em programas assistenciais, além de acenos aos policiais. Esses atos também deverão ser enumerados no debate.

Cezar afirma à Folha que se sente preparado para o debate e que "vem revendo temas relevantes para São Paulo com o objetivo de levar as melhores propostas".

Segundo ele, o debate vai mostrar "candidatos que tiveram a oportunidade e não fizeram e candidatos que não foram aprovados". O pedetista diz que irá apresentar seus bons resultados como prefeito de Santana de Parnaíba (SP).

Poit diz querer "mostrar que São Paulo precisa mudar a forma de governar, trazer o mundo da inovação para a gestão pública".

O candidato do Novo afirma que não pretende atacar ninguém, mas que reagirá se for alvo.


Debate de candidatos ao Governo de SP

Quando? Domingo (7)

Que horas? A partir das 21h

Onde assistir? Band, BandNews, BandNews FM, Rádio Bandeirantes e YouTube. A Folha também fará transmissão pelo site. ​

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.