Descrição de chapéu Eleições 2022

Equipe de Lula ameniza vermelho e inclui azul e amarelo em peças de campanha

Coordenação de comunicação da campanha petista apresentou novos materiais em mais um movimento ao centro

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São Paulo

Em mais um movimento ao centro, a equipe de comunicação em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou ao conselho político os primeiros materiais da campanha do petista —neles, o vermelho característico do PT é diluído.

A exemplo da identidade visual da pré-campanha, o vermelho é mesclado com outras cores da bandeira brasileira. Agora, em algumas peças, como adesivos e panfletos, a cor azul ganhará mais destaque.

Segundo aliados do ex-presidente, o nome de Lula aparecerá em um fundo da cor vermelha, enquanto o de Geraldo Alckmin é destacado sobre um da cor verde.

Ainda de acordo com relatos, também há detalhes na cor amarela, mas as peças serão ilustradas majoritariamente de tons azuis. Além da própria bandeira do Brasil, as cores azul e amarela são associadas ao PSDB, partido ao qual Alckmin, que será vice de Lula, foi filiado.

O ex-presidente Lula (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB)
O ex-presidente Lula (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) - Ricardo Stuckert/Divulgação

O mote da pré-campanha, até então, era "juntos pelo Brasil", numa tentativa de agregar a imagem de amplitude da candidatura. Concluída a costura da aliança em torno do nome de Lula, a campanha ganha um novo momento, assim como um novo mote: "O Brasil da esperança está voltando".

A coligação de Lula reúne nove partidos: PT, PSB, PSOL, Rede, PC do B, PV, Solidariedade, Avante e Agir.

A apresentação da coordenação de comunicação ocorreu em reunião do conselho político da campanha de Lula em São Paulo, nesta segunda (8).

​Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também foi exibida uma peça em vídeo atribuindo a Lula a gênese dos programas sociais no Brasil.

Ainda de acordo com ele, a obra irá mostrar que o auxílio de R$ 600 do governo Jair Bolsonaro (PL), num eventual governo Lula, será permanente, acompanhado de uma rede de proteção social. "Quem inventou programa social no Brasil foi o Lula", diz Randolfe.

"Queremos deixar claro que esse auxílio do Bolsonaro tem data marcada para acabar e só aconteceu nesse valor por conta da campanha eleitoral, por medo do Lula. Porque se ele realmente tivesse compromisso com as pessoas ele já teria alterado esse valor de R$ 600", afirma a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Randolfe diz que a campanha já prevê um aumento de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto por causa do pagamento do auxílio.

Mas avalia, por outro lado, que os movimentos da sociedade civil em defesa da democracia podem "galvanizar o voto útil", podendo levar a uma vitória de Lula no primeiro turno.

Na reunião também foram discutidos temas como agenda e mobilização. Para oficializar o início do período eleitoral, a campanha prepara uma série de eventos pelo país no próximo dia 16.

De acordo com Gleisi, o ex-presidente Lula deverá participar de alguma atividade em São Paulo na data —entre as opções está a possibilidade de ele ir à porta de alguma fábrica ou de participar de uma caminhada.

"Estamos orientando que a campanha seja colocada na rua. Que a gente tenha as nossas banquinhas, que já são tradicionais, com material visual. Tem gente que quer fazer caminhadas, pequenos atos. Vamos estimular isso, é importante porque é campanha de rua, é a campanha que a gente sempre fez", diz.

A parlamentar diz ainda que é preciso que a campanha "seja assumida pelo povo" e que ela deve ocorrer "apesar de Lula" —com capilaridade em municípios e estados.

Já estão marcados dois comícios na próxima semana: no dia 18 em Belo Horizonte, Minas Gerais, e no dia 20 em São Paulo. Ainda nesta semana deverá ser fechada a data para um evento no Rio de Janeiro.

Ao ser questionada pela imprensa, Gleisi afirmou que a campanha não irá convocar a militância para participar de atos no dia 7 de Setembro.

"Não vamos fazer manifestação, nenhuma convocação. É uma data cívica, 200 anos da Independência, nós vamos participar como sempre participamos, acompanhando as atividades. Nossa militância participa sempre do Grito dos Excluídos e os movimentos sociais estão organizando [um ato] para o dia 10", disse.

Ela afirmou ainda que não está definido se o ex-presidente Lula participará do ato no dia 10.

Randolfe Rodrigues diz ainda que o 7 de Setembro poderá ser um divisor de águas na campanha eleitoral, caso se confirmem "os intentos golpistas de Bolsonaro", porque a campanha petista poderia atrair votos de candidatos como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

O senador afirmou também que Lula deverá participar dos debates presidenciais da TV Bandeirantes e da Globo.

"Neste momento aponta para a presença [de Lula] no debate da TV Bandeirante e no da TV Globo. Vamos avaliar no dia a dia para ver se Bolsonaro irá. Com ausência dele, nós vamos avaliar."

Participaram da reunião o ex-governador Geraldo Alckmin, que será vice de Lula, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, casada com Lula, os deputados federais Rui Falcão (PT-SP), Marcio Macedo (PT-SE), José Guimarães (PT-CE) e Paulo Teixeira (PT-SP), o senador Randolfe Rodrigues, os ex-ministros Aloizio Mercadante, Luiz Dulci e Gilberto Carvalho e o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT).

Estiveram presentes ainda presidentes dos partidos que estão na coligação, entre eles o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, o presidente do PV, José Luiz Penna, e a presidente do PC do B, Luciana Santos.

O deputado André Janones (Avante-MG), que retirou a sua candidatura à Presidência para apoiar Lula, também participou.

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