Lula ataca Bolsonaro em disputa por transposição no NE e repete pregação de 'surra' eleitoral

Paternidade da transposição é disputada por Bolsonaro, que assumiu o governo em 2019 com 90% das obras concluídas

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João Pedro Pitombo Apolinário Pimentel
Salvador e Campina Grande (PB)

O candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou Jair Bolsonaro (PL) na disputa sobre a paternidade da transposição do rio São Francisco, disse que o atual governo age com desfaçatez em relação à obra e repetiu a pregação por uma "surra eleitoral" no presidente em outubro.

As declarações foram dadas na noite desta terça-feira (2) em um ato político de Lula com aliados em Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba.

"Eles que nunca mexeram um palito resolveram dizer que foram eles que fizeram a transposição. Essa gente tem tanta desfaçatez, é tão mentirosa que eles são obrigados a mentir mesmo por coisas que sabem que o povo sabe", afirmou o petista.

Candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de ato em Campina Grande (PB). - Reprodução / Partido dos Trabalhadores

A paternidade de transposição vem sendo disputada por Jair Bolsonaro, que finalizou alguns trechos que estavam incompletos da obra e visitou o canal diversas vezes durante o seu mandato.

O atual presidente, contudo, assumiu o mandato com mais de 90% das obras do projeto concluídas pelos governos Lula, Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

No discurso na Paraíba, o ex-presidente ainda destacou o caráter atípico da eleição presidencial deste ano. E defendeu que os eleitores deem uma "surra" eleitoral em Bolsonaro.

"Não sou eu que vou ganhar essas eleições. Vocês vão ganhar essas eleições. Vocês que vão dar uma surra no atual presidente", disse.

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, disse que a disputa eleitoral será contra o fascismo, contra milicianos, contra "pessoas que não têm sentimento".

O petista ainda elencou ações das gestões petistas no Nordeste e, além da transposição do rio São Francisco, citou ações de combate à fome, de eletrificação de áreas rurais e a construção de cisternas na região do semiárido.

Destacou ainda que os indicadores de fome, renda e desigualdade social cresceram nos últimos anos e acusou o atual governo de não cuidar da população mais pobre.

"Essas coisas só acontecem porque quem governa esse país não te vergonha na cara, não tem responsabilidade e não tem compromisso com o povo", disse.

O ato político em Campina Grande foi no Parque do Povo, espaço que sedia as festas de São João na cidade, que foi tomado por uma multidão de apoiadores sob chuva fina. Desde às 14h havia filias para entrar no local, que tem capacidade para 50 mil pessoas.

Lula discursou ao lado do senador e candidato a governador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), que concorre o Senado.

A aliança com o Veneziano sela a aliança informal do petista com o MDB, que deve se replicar nos outros oito estados do Nordeste, além de Pará e Amazonas.

Em discurso, Lula elogiou Veneziano por apoiar a sua candidatura ainda no primeiro turno, a despeito do MDB ter confirmado a senadora Simone Tebet como candidata a Presidência: "Agradeço, foi um gesto de coragem, um gesto de destemor que você teve".

A Paraíba é um dos estados onde o ex-presidente deve ter palanque duplo: o governador e candidato à reeleição João Azevêdo (PSB) também vai apoiar Lula para a Presidência.

Com PT e PSB em palanques separados no estado, o ato não teve a participação do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

A visita do ex-presidente também busca reforçar a campanha em uma cidade que virou reduto bolsonarista na última eleição: no segundo turno da eleição presidencial de 2018, Bolsonaro teve 56% dos votos válidos contra 43% de Fernando Haddad (PT).

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