Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula diz que Bíblia tem que ser cumprida e que Bolsonaro é 'desequilibrado mentalmente'

Petista participa de primeiro comício de sua campanha, em Belo Horizonte

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Belo Horizonte e São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma pessoa "desequilibrada mentalmente" e "desestruturada do ponto de vista psicológico".

As declarações do ex-presidente ocorrem no mesmo dia em que Bolsonaro se envolveu em confusão com um youtuber na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, e demonstrou irritação com auxiliares.

"Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada mentalmente, uma pessoa desestruturada do ponto de vista psicológico, que acha que polícia tem que matar e não prender, que tem que vender arma e não livro, que tem que estimular o ódio e não o amor", disse Lula.

O petista participou de seu primeiro comício após o início da campanha eleitoral, na praça da Estação, em Belo Horizonte (Minas Gerais), nesta quinta-feira (18).

O petista também voltou a fazer acenos ao público religioso. "A gente tem que olhar a Constituição e ela tem que ser cumprida, tem que olhar a declaração universal dos direitos humanos e ela tem ser cumprida, e a gente tem que olhar a Bíblia e ela tem que ser cumprida. Todos nós somos irmãos, somos filhos de Deus, e temos direito de viver com muita dignidade e com muito respeito."

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento de campanha em Belo Horizonte - Douglas Magno/AFP

Mais cedo, Bolsonaro se envolveu em uma confusão após ter sido chamado de "tchuchuca do centrão" pelo youtuber Wilker Leão.

Gravando com o celular em meio a apoiadores do presidente, o youtuber questionou o presidente sobre a sanção ao projeto que delimitou a delação premiada. Ele foi jogado no chão, e seguranças tentaram afastá-lo.

Na sequência, Wilker chamou Bolsonaro de "tchutchuca do centrão" e o xingou de "safado", "covarde" e "vagabundo". Ao se aproximar novamente, o chefe do Executivo agarrou o youtuber pela camisa e pelo braço e tentou tirar o celular de sua mão.

Em São José dos Campos, no interior de São Paulo, Bolsonaro se irritou com jornalistas e gritou com sua própria equipe. Enquanto discutia com os jornalistas, Bolsonaro se incomodou com alguém de sua própria equipe e gritou: "Ninguém bota a mão em mim! Ninguém bota a mão em mim!".

No ato em que criticou o presidente, Lula estava ao lado do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), candidato ao Governo de Minas, de Alexandre Silveira (PSD), candidato ao Senado, e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula.

O deputado federal André Janones (Avante-MG), que abandonou a candidatura à presidência para apoiar o petista, também compareceu ao evento.

Em seu discurso, o ex-presidente também voltou a falar de religião ao criticar Bolsonaro afirmando que ele está "mais para fariseu do que para cristão".

"Não queremos as pessoas odiando umas as outras, queremos elas se abraçando, se ajudando. Não sendo utilizadas religiosamente como são hoje uma parte do povo brasileiro por alguém falando em Deus cometendo pecado, porque é heresia falar o nome de Deus em vão como fala esse cidadão", disse o petista.

Lula disse ainda que o que está em jogo nessas eleições é "a democracia contra a barbárie".

Ele também criticou as privatizações e afirmou que a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, os Correios e o BNDES não serão privatizados.

O ex-presidente Lula (PT) e o candidato ao Governo de Minas Gerais Alexandre Kalil (PSD)
O ex-presidente Lula (PT) e o candidato ao Governo de Minas Gerais Alexandre Kalil (PSD) em fotografia divulgada nesta quinta-feira (18) - Ricardo Stuckert/Divulgação

Kalil, por sua vez, aproveitou o discurso ao lado de Lula e retrucou seu rival na briga pelo Palácio Tiradentes, o governador Romeu Zema (Novo).

Na manhã desta quinta, Zema postou nas redes sociais que "tem gente que gosta de gritaria e palanque". Kalil respondeu que o motivo da provocação era medo.

"Ouvi hoje que grito. E grito mesmo. Foi no grito que abrimos um hospital de 480 leitos em Belo Horizonte. Foi no grito que construímos postos de saúde, e é no grito que vamos colocar esses merdas para fora", discursou.

Kalil ainda se referiu a Zema como "fala mansa".

O ex-prefeito de Belo Horizonte tem como estratégia colar sua candidatura à do ex-presidente Lula na tentativa de crescer nas pesquisas de intenção de voto.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lidera a disputa eleitoral no estado com 47% das intenções de voto, ante 23% de Alexandre Kalil (PSD), segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (18).

O ex-prefeito tem rodado o interior ao lado de líderes do PT no estado. Seu candidato a vice é o deputado estadual petista André Quintão. Por todos os locais onde discursa é grande o número de cartazes e faixas com fotos de Lula.

Já Geraldo Alckmin chamou Minas de "minha terra", assim como fez na campanha que disputou para Presidência da República, afirmando que seus avós eram de Baependi, no Sul do estado.

"A democracia brasileira tá sob ameaça. E essa (Minas) é a terra da liberdade. Aqui começamos essa campanha cívica", disse.

O ato na Praça da Estação teve organização de mega-evento. Uma das pistas da avenida Teresa Cristina, que passa pela Praça da Estação, foi fechada ainda no início da tarde.

Sem trânsito, a via foi utilizada para montagem de barracas de candidatos a deputado estadual e federal para distribuição de santinhos.

Na área, foram expostos para venda toalhas, bonés e camisas estampadas com fotos de Lula e as iniciais PT.

Um caminhão posto móvel integrado das polícias civil e militar foi estacionado no acesso do público. Não havia detectores de metal em pelo menos uma das duas entradas para o público, mas todos passavam por revista feita por seguranças.

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