Descrição de chapéu Eleições 2022

Michelle assume protagonismo do casal Bolsonaro em marcha com evangélicos

Em discurso no Rio, presidente falou em 'luta contra o comunismo' e convocou população para ato em Copacabana no Sete de Setembro

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Rio de Janeiro e Salvador

A participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) neste sábado (13) na Marcha para Jesus, no Rio de Janeiro, foi marcada pelo protagonismo da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que acompanhou o marido no evento religioso.

Com uma camiseta das cores da bandeira do país e a mensagem "Ore pelo Brasil", a primeira-dama esteve com o presidente em cima de um trio elétrico, que percorreu um trajeto de cerca de três quilômetros até a Praça da Apoteose —local conhecido pelos desfiles de Carnaval carioca.

Ao discursar em um palco montado no sambódromo, Bolsonaro afagou a primeira-dama: "Com respeito ao [Silas] Malafaia, ao [pastor] Cláudio Duarte, a pessoa mais importante aqui não sou eu, é dona Michelle".

Durante o trajeto da marcha, na avenida Presidente Vargas, Michelle pulou, fez coreografias ao som de canções evangélicas, mandou beijos para a plateia e puxou uma oração. Também participaram do ato líderes evangélicos como o pastor Silas Malafaia, além do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro neste sábado (13) na Marcha para Jesus no Rio - Gabriel Bastos Mello/Onzex Press e Imagens/Agência O Globo

No palco montado no sambódromo, a primeira-dama foi recebida com gritos de "Michelle" pelo público presente, cantou o hino nacional e se mostrou emocionada ao ouvir uma pregação do pastor Malafaia.

Ela assumiu o microfone e prometeu "trazer a presença do Senhor Jesus" para o governo: "Vamos declarar que essa nação pertence ao Senhor. As portas do inferno não prevalecerão contra a nossa família, contra a Igreja Brasileira e contra o nosso Brasil".

Na sequência, afirmou que o Brasil era uma nação próspera, mas foi mal administrada. Disse que atendeu a um chamado e que não atua por um projeto de poder nem status. "É uma missão, é um propósito", afirmou Michelle, pedindo que os fiéis jejuem e orem todas as segundas-feiras pelo governo.

Em busca dos votos femininos, o presidente tem dado maior protagonismo à companheira na campanha de reeleição dele. Nas últimas semanas, a primeira-dama discursou na convenção de lançamento da candidatura e também tem acompanhado Bolsonaro em atos religiosos.

Durante a marcha na avenida Presidente Vargas, em um discurso de três minutos em cima de um trio elétrico, Bolsonaro não falou em eleições, mas voltou a evocar uma "luta contra o comunismo".

"Eu sempre peço a Deus todos os dias, quando me levanto, que esse povo maravilhoso não experimente as dores do comunismo. Nós sabemos o que está em jogo nesse Brasil e peço a Ele, todo-poderoso, que ilumine cada um de vocês para tomarem as melhores decisões possíveis", afirmou.

Na sequência, o presidente disse esperar que o Brasil siga como um país onde "a liberdade religiosa vai continuar se fazendo presente".

Ele ainda convocou o público a ir para o ato de Sete de Setembro: "Vamos todos, no dia Sete de Setembro, estar presentes em Copacabana, onde vamos dar um grito muito forte dizendo a quem pertence a nossa nação e o que nós queremos".

A despeito do chamado do presidente para a comemoração pela Independência em Copacabana, o prefeito Eduardo Paes (PSD) informou que não houve nenhum pedido das Forças Armadas nesse sentido.

Em edital publicado no Diário Oficial do Município de 4 de agosto, a prefeitura indicou que a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil acontecerá na região central, na avenida Presidente Vargas, em torno do Pantheon de Caxias.

Generais do Alto Comando do Exército e do Ministério da Defesa tentam convencer Bolsonaro a não realizar o desfile militar na orla de Copacabana por questões logísticas e de segurança.

A Marcha para Jesus reuniu milhares de evangélicos na região central do Rio desde o começo da tarde ensolarada deste sábado. O público se reuniu perto da igreja da Candelária antes de sair em caminhada pela Presidente Vargas.

Parte dos presentes carregava bandeiras do Brasil. De cima de trios elétricos, participantes soltavam gritos como "O Rio de Janeiro é de Jesus".

Em mais de uma vez houve saudações e pedidos de orações para Bolsonaro e o governador Castro. Ambulantes vendiam ao público bandeiras e camisetas do Brasil. Outras tinham o rosto de Bolsonaro.

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