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PF encerra investigação sobre Jair Renan Bolsonaro e diz não ter encontrado crimes

Caso agora aguarda manifestação do Ministério Público Federal

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Brasília

A Polícia Federal afirmou em relatório final da investigação sobre a atuação de Jair Renan Bolsonaro, o 04 de Jair Bolsonaro (PL), que não encontrou crimes na suposta atuação do filho do presidente em favor de empresários.

O caso foi encerrado na superintendência da PF no Distrito Federal sem nenhum indiciamento.

O inquérito foi aberto em março de 2021, após pedido do Ministério Público Federal baseado em denúncias feitas por parlamentares da oposição ao governo.

Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (PL)
Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro - Adriano Machado /Reuters

Como revelou a Folha, a cobertura com fotos e vídeos da festa de inauguração da empresa do 04 em Brasília foi realizada gratuitamente por uma produtora que tem contratos com o governo federal.

A revista Veja, por sua vez, mostrou a abertura da empresa e como Jair Renan solicitou ao gabinete da Presidência da República uma audiência para tratar de interesses comerciais de um de seus patrocinadores do Espírito Santo.

Empresas capixabas chegaram a doar um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil para um projeto parceiro da empresa de Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.

A Bolsonaro Jr e o projeto MOB, de propriedade do ex-personal trainer de Renan, Allan Lucena, inauguraram em outubro de 2020 o empreendimento Camarote 311, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

O veículo foi doado pelos grupos WK, de propriedade de Wellington Leite, e Gramazini Granitos e Mármores Thomazini. Ambos tiveram suas logomarcas impressas na decoração da parede de entrada do escritório de Renan, junto com outras empresas que apoiaram a iniciativa empresarial.

Wellington Leite, do grupo WK, foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto. O empresário divulgou foto do encontro com o presidente em suas redes sociais no dia 21 de março do ano passado, data de aniversário do chefe do Executivo.

Outro empresário que repassou valores ao 04 foi Luis Felipe Belmonte, aliado de Bolsonaro que capitaneou a tentativa de criar o partido Aliança Brasil.

Como mostrou a Folha, mensagens em posse da PF mostraram que no período em que custeou despesa de Jair Renan e repassou valores a pessoas próximas a Bolsonaro, Belmonte fazia lobby no Palácio do Planalto para liberar mineração em terra indígena.

Nesta terça (30), o jornal O Globo revelou que a PF registrou em um relatório a tentativa de um servidor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de atrapalhar a investigação sobre Jair Renan.

Segundo o jornal, Allan Lucena, então preparador físico de Jair Renan, foi seguido em março de 2021, quatro dias após a PF abrir inquérito contra o 04.

Ele acionou a Polícia Militar do Distrito Federal e, ainda de acordo com a publicação, a corporação descobriu que o homem no carro que o perseguiu era Felipe Barros Felix, agente da PF cedido à Abin.

Em depoimento no inquérito, Felix disse à PF que trabalhava diretamente com o então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, amigo pessoal da família Bolsonaro.

Segundo ele, o objetivo da espionagem era prevenir "riscos à imagem" do presidente.

Bolsonaro foi questionado nesta terça sobre o relatório da Polícia Federal e respondeu que "não tem influência" na Abin e que "ela faz o seu trabalho".

O mandatário questionou qual acusação há contra seu filho. Depois, disse que não vê problema em existir uma investigação sobre o caso.

Bolsonaro aproveitou ainda para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano.

"Investigue. Não compare meus filhos com os filhos do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem que ser investigado. Agora, pare de massacrar", declarou em entrevista à imprensa, após participar de evento com presidenciáveis da União de Entidades do Comércio e Serviços.

À Folha Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, afirmou que, após apuração rigorosa, que durou mais de um ano, a PF chegou à "verdade real".

"Não houve crime, jamais ocorreu crime. Não houve lavagem de dinheiro, corrupção, tráfico de influência. Nada", disse. "Mancharam de forma severa a reputação de um jovem, que para o resto da vida terá essas matérias quando for dado um 'Google' com seu nome."

Wassef avalia medidas contra adversários do Palácio do Planalto que acionaram o Ministério Público Federal para a apuração das suspeitas. "Agiram com fins políticos, provocando a máquina pública, com o único intuito de atingir a imagem do presidente e de sua família", afirmou.

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