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Rodrigo se diz frustrado com Bolsonaro e vê falta de reformas pior que golpismo

Atual governador de São Paulo lamenta em sabatina que reformas administrativa e tributária não tenham andado

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São Paulo

Eleitor de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse nesta segunda (15) ter se frustrado com seu voto.

Para o tucano, é mais grave o fato de o atual presidente não ter consolidado reformas administrativas e tributárias em comparação com as atuais ameaças de golpe.

As declarações foram dadas em sabatina realizada pela CBN e pelos jornais O Globo e Valor Econômico.

Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo - Bruno Santos/Folhapress

"Sou eleitor frustrado [do Bolsonaro], votamos para fazer reforma tributária e administrativa, não aconteceu. Paramos na [reforma da] Previdência, que já estava pactuada", disse o governador.

Questionado sobre o que considerava mais grave, se as ameaças reiteradas de Bolsonaro ao Estado democrático de Direito ou a ausência de reformas, Rodrigo respondeu que "o mais grave foi não combater os problemas reais" do país.

"Eu não acredito nessas ameaças, nós temos uma democracia consolidada. Temos hoje uma desarmonia de Poderes. Estamos longe de ter uma democracia ameaçada. [...] Para mim, o grave foi não combater os problemas reais do Brasil. A reforma administrativa, se tivesse sido feita, nós estávamos num outro momento", continuou.

"Isso [ameaças de golpe] não é problema real. Eu estou na minha sétima eleição e disputando com urnas eletrônicas, eu confio nas urnas eletrônicas", completou.

Em sua campanha à reeleição, Rodrigo se diz descolado da polarização em torno da Presidência, entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governador evitou responder em qual dos dois votaria no segundo turno.

Ao ser questionado sobre o voto "Bolsodrigo", afirmou que existe também o "Luladrigo", já que dois partidos da coligação de Lula (Avante e Solidariedade) o apoiam em São Paulo.

O tucano tenta se vender como um candidato autônomo, diferentemente de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), apadrinhados, respectivamente, por Lula e Bolsonaro.

Na sabatina, porém, Rodrigo seguiu sua série de acenos ao eleitorado bolsonarista, dizendo-se favorável a uma legislação penal mais dura.

"Essas pautas sempre foram de São Paulo. São Paulo sempre se posicionou sobre, por exemplo, a mudança do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]. [...] Eu pessoalmente sou favorável à redução da maioridade penal para 16 anos", disse.

"Eu pessoalmente sou favorável à posse de armas, não tenho nenhum problema de armas legais, registradas, dentro da residência das pessoas, no seu trabalho, mas o porte de armas se mostrou algo que muitas vezes aumenta a violência, então tenho essa discordância em relação à legislação federal."

Em relação ao policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, Rodrigo defendeu a demissão do agente.

"O policial está preso. Já abrimos um procedimento disciplinar. O salário dele está suspenso. E não tenho nenhuma dúvida de que vai terminar o processo disciplinar com a expulsão dele, que não é policial, é um assassino", disse.

Em terceiro nas pesquisas, atrás de Haddad e de Tarcísio, segundo o último Datafolha, Rodrigo prometeu que devolverá à população na faixa de pobreza o imposto estadual pago durante a compra de produtos. A medida poderá ter impacto de R$ 1,5 bilhão, de acordo com estimativa do tucano.

"A população pobre não vai pagar imposto nos próximos quatro anos no nosso estado. O estado possui 1,7 milhão de famílias, ou seja, 4,5 milhões de pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza", disse. "Vamos devolver todo imposto estadual pago na compra de algum produto com nota fiscal."

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