Tentativa de reeleição chega a 87% na Câmara dos Deputados

97% dos deputados disputam algum cargo; entre governadores, 20 buscam segundo mandato

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São Paulo

Dos 513 parlamentares em exercício na Câmara dos Deputados, ao menos 447 estão se candidatando novamente ao cargo nas eleições deste ano. Isso equivale a 87% do total.

Considerando também aqueles que disputarão outros postos, como senador ou governador, esse número sobe para 497 dos atuais deputados, ou 97%.

Plenário da Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara dos Deputados - Wesley Amaral-12.jul.22/Câmara dos Deputados

O levantamento foi feito pela Folha com base nos registros da Câmara e nos pedidos de candidatura apresentados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Entre os postulantes à reeleição está o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Dos deputados eleitos em 2018 que se licenciaram para assumir ministérios durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Osmar Terra (MDB-RS) e Marcelo Álvaro (PL-MG) buscam um novo mandato.

Tereza Cristina (PP-MS) se lançou para o Senado, e Onyx Lorenzoni (PL-RS), para o governo estadual. Já Fábio Faria (PP-RN) abriu mão da nova corrida eleitoral. Ele é o único dos cinco que não está em exercício atualmente na Câmara.

A disputa também marca a tentativa de retorno de muitos daqueles que se afastaram do cargo ou assumiram uma vaga como suplente, por motivo de renúncia ou licença dos titulares.

Ao todo, 598 políticos passaram pela Câmara durante a legislatura. Destes, 493 querem um novo mandato como deputado e 58 tentarão outros cargos. A soma representa 92% dos parlamentares.

A relação dos que não se registraram para a eleição deste ano, contudo, tem 10 ex-deputados que foram eleitos para prefeito ou vice no pleito municipal de 2020.

Entre eles estão Edmilson Rodrigues (PSOL), Eduardo Braide (sem partido), João Campos (PSB) e João Henrique Caldas (PSB), atuais prefeitos de Belém (PA), São Luís (MA), Recife (PE) e Maceió (AL), respectivamente.

Desta forma, cai para 37 a lista de nomes que não se candidataram de forma voluntária, como Áurea Carolina (PSOL-MG) e Henrique Fontana (PT-RS), ou por inelegibilidade, caso de Flordelis Souza (sem partido).

Condenado à prisão e indultado pelo presidente Bolsonaro, Daniel Silveira (PTB-RJ) se lançou para o Senado. O Ministério Público Eleitoral contesta, alegando que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) o torna inelegível.

Neste ano, a Justiça Eleitoral recebeu 10.300 pedidos de candidatura para a Câmara. É o novo recorde de participações, com um aumento de 20,5% em relação ao pleito anterior.

No outro lado do Congresso, 37 dos 81 atuais senadores se lançaram à disputa eleitoral deste ano, mas apenas 12 em tentativas de reeleição para o mesmo cargo.

Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (União-MS) concorrem à Presidência, e Mara Gabrilli (PSDB-SP) está na chapa de Tebet como vice.

Outros 15 são candidatos aos governos estaduais. No entanto, apenas Fernando Collor (PTB-AL) arrisca ficar sem um novo mandato, já que os demais foram eleitos em 2018 e poderão seguir no cargo caso sejam derrotados nas urnas –a legislatura no Senado é de oito anos.

A lista tem ainda quatro senadores que se lançaram para uma vaga na Câmara dos Deputados —entre eles José Serra (PSDB-SP)—, uma para vice-governadora, e dois para suplente na própria Casa Legislativa.

Dos 27 nomes em fim de mandato, sete não se colocaram para o pleito deste ano. Tasso Jereissati (PSDB-CE), Reguffe (União Brasil-DF) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) são alguns deles.

Um terço do Senado será renovado nesta eleição. A concorrência também é a maior já registrada, com 233 postulantes, ou 8,6 por vaga.

Na corrida pelos governos estaduais, 20 dos 22 possíveis candidatos à reeleição entraram na disputa. A conta inclui os vices que assumiram o posto no decorrer do mandato, como Rodrigo Garcia (PSDB-SP).

As exceções são as governadoras do Ceará, Izolda Cela (PDT), e do Piauí, Regina Sousa (PT). Ambas ocuparam o cargo após a renúncia dos antecessores. A primeira acabou preterida na convenção do partido, e a segunda disse à Folha que não pleiteou a reeleição por questões de saúde.

O Rio de Janeiro, curiosamente, tem dois candidatos à reeleição. Eleito como vice, Cláudio Castro (PL) é agora adversário de Wilson Witzel (PMB), vencedor na cabeça de chave em 2018. A Procuradoria Regional Eleitoral contesta a candidatura de Witzel, deposto do Palácio Guanabara por impeachment em 2021.

O número de concorrentes aos governos estaduais inscritos neste ano também é o maior já registrado pelo TSE. Foram apresentados 223 pedidos de candidatura.

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